02 de setembro de 1969
Há 52 anos dois computadores trocaram dados em um teste da rede militar experimental Arpanet, marcando o nascimento da internet... A internet que conhecemos e utilizamos só foi apresentada ao Brasil em 1992 e, nesses 29 anos, estamos cada vez mais online.
Criamos empresas, estudamos, conhecemos pessoas, trabalhamos, descobrimos o mundo... estamos cada vez mais e mais tempo conectadas(os) e momentos como o que vivemos mostram como o acesso pode ser um dos pilares na vida de milhões de pessoas.
Acredito que o teste feito pela Arpanet não previa a internet que temos hoje nos nossos bolsos, então se você como eu tem o uso da internet como uma das principais demandas de tempo diário, essa reflexão servirá para você.
🎯 direto ao ponto
Há algum tempo tenho refletido sobre minha relação com a internet e o que tem de positivo e negativo nisso. Dividi essa visão em duas partes: (1) como a internet pode me ajudar e (2) no que a internet tem drenado meu tempo ocioso.
Poder executar meu trabalho de casa é um dos exemplos de como a internet tem papel fundamental no suporte às minhas atividades profissionais. Não me considero mais um nômade digital, mas continuo entendendo o papel do remoto como elemento de conexões de valor com baixa interferência na qualidade de vida.
A internet permite que te entregue esses dois e-mails por semana, permite que descubra histórias como essa da Arpanet, que compartilhe minha experiências e análises no feed.do.luiz e que tenha todas as minhas produções há poucos cliques de distância. Mas esses exemplos não deixam claro a linha tênue entre o produtivo e o destrutivo, sim a internet pode ser igualmente destrutiva.
O uso que damos à internet mostra se ela será uma aliada ou vilã, lados que se misturam a partir da "facilidade" e "acesso". A facilidade de saber o que está acontecendo com nossos contatos nos prendem horas em buscas sem objetivo claro nas redes sociais, o acesso constante nos dá calafrios quando vemos o "double check" no whatsapp e a pessoa não responde na sequência.
Dessa relação de dependência entregamos o poder da internet definir qual a velocidade do tempo, ou seja, não percebemos mais como as coisas acontecem e mudam rápido... a cada acesso nos deparamos como uma nova tendência, uma nova oportunidade, um novo produto, um novo app, uma nova foto na praia, um novo jogo... uma nova distração.
Por que estamos falando disso se nosso foco são as startups, que vendem soluções através da internet para utilização conectada?
Porque é nosso papel entender o que está por trás das reações do mercado ao utilizar nossos produtos. Tomo como exemplo do meteoro Clubhouse que trouxe uma plataforma baseada nas interações por áudio em tempo real. Falando dessa forma não percebemos como as pessoas reagiram... quando o app estourou no Brasil as pessoas passavam horas (muitas horas) nas salas ouvindo, falando e... sofrendo.
Casos como do Clubhouse mostram como o F.O.M.O. (fear of missing out - medo de ficar de fora) está presente nos produtos digitais e como o tempo na internet parece passar diferente "do mundo offline". Cada vez mais deixamos de lado as paisagens em uma viagem de carro para garantir bons stories da "trip good vibes" com os amigos... ou deixamos de apreciar uma boa refeição procurando o melhor ângulo do prato para a publi do restaurante.
Como criador de produtos digitais eu penso no que estarei interferindo na vida das pessoas, para me ajudar eu tenho estudado sobre minimalismo digital. Uma filosofia comportamental que nos ajuda a questionar quais ferramentas digitais e qual o tempo necessário de uso sem interferir em outros aspectos da vida.
📖 mais conteúdos
Sobre o minimalismo digital vale ver esses dois vídeos introdutórios:
E esse livro que traz uma abordagem incrível sobre o tema:
🤗 obrigado por ter lido
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