evolução do ecossistema de startups
Evolução das Startups: Transformações no Mercado, Desenvolvimento de Produtos e Captação de Investimento na Última Década
me conectei ao ecossistema de startups em 2012, interessado em participar de um movimento empreendedor influenciado pelo que estava sendo feito na região de San Francisco/CA, uma busca por inovação, por produtos digitais que pudessem transformar mercados.
como foram os últimos 10 anos (ok, 12) do ecossistema de startups?
como os aspectos fundamentais das startups evoluíram na última década?
podemos dizer que o ecossistema de startups brasileiro em 2012 era um ambiente em busca de uma identidade, com cases e maturidade dos perfis empreendedores e dos perfis investidores. hoje vamos entender mais do contexto atual a partir de como as coisas eram 10 anos atrás.
listei três aspectos chave para compará-los, são aspectos que seguem como prioridade no desenvolvimento de startups: relacionamento com o mercado, desenvolvimento de produtos e captação de investimento. já te convido para comentar desde quando você faz parte do ecossistema 🤗
interação com o mercado
10 anos atrás…
o mercado não tinha muitas referências sobre o potencial de impacto gerados pelas startups. a falta de grandes cases nacionais tornava a relação das startups com o mercado um processo de prova de conceito ainda mais complexo;
por falta dessas referências, tínhamos um mercado sem percepção de qualidade e, claro, sem confiança no que estava sendo produzido nacionalmente. por outro lado, as soluções internacionais (tanto focadas no B2B quanto no B2C) conquistaram a confiabilidade do mercado nacional;
se não há percepção de qualidade, não há processos otimizados para estabelecer uma boa relação comercial com startups. especialmente as empresas lidavam com as startups como fornecedores tradicionais, o que criava um processo de negociação longo e, quase sempre, mal sucedido;
essa falta de entendimento sobre como estabelecer uma conexão de valor com as startups tornava a relação baseada numa disputa entre customização e padronização, um embate conceitual que durou bons anos.
como as coisas estão hoje…
com diversos cases de sucesso, as startups nacionais conseguiram consolidar sua presença no mercado. a qualidade do que é desenvolvido por aqui consegue ser igual ou melhor que outros lugares do mundo;
depois de entender que as startups poderiam ajudar no desenvolvimento acelerado de oportunidades, as empresas seguem mudando processos e objetivos internos para estabelecer relação perene com startups desde suas fases iniciais;
a adoção de práticas como open innovation colocaram as empresas como ambientes abertos à conexão de valor entre ofertas de solução externa e os desafios internos. as dinâmicas das inovação aberta criaram uma nova camada no processo de integração entre o mercado e as startups, uma camada baseada na experimentação;
hoje o mercado tem grande variedade de startups que ofertam soluções para as mais diversas demandas, tornando a relação quase inevitável. as startups conseguem focar em demandas específicas melhor que qualquer outro tipo de empresa, o conhecimento das dinâmicas do mercado interno impulsionou o papel de relevância às startups nacionais;
mais que prova de confiabilidade, o mercado nacional tem startups que fazem parte das principais transformações e evoluções nas dinâmicas baseadas em tecnologia e inovação. o mercado financeiro é um bom exemplo de como as startups já exercem papel de direcionamento sobre as decisões formais, esse é um movimento que terá papel ainda maior!
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o que podemos esperar como futuro dessa relação com o mercado?
cada vez mais as startups serão fatores de influência nas dinâmicas e até das definições de mercado, não pelo surgimento acelerado de novas tecnologias, mas pela forma que abordam os contextos, seus problemas e oportunidades;
isso significa que, cada vez mais, será exigida qualidade no que está sendo desenvolvido. com maior diversidade, a percepção de valor é fator determinante no sucesso de qualquer startup.
desenvolvimento de produtos
10 anos atrás…
o desenvolvimento de primeiras versões de produto (MVP) estava diretamente ligada à capacidade de testar protótipos construídos a partir de uma estrutura combinada de produtos alternativos disponíveis no mercado (formulários, planilhas, landing pages, sistemas terceiros…);
um ponto importante: há muita discussão sobre o que define um MVP, bom, se estamos falando de produto mínimo precisamos ver um fluxo mínimo de funcionamento que justifique o entendimento de produto… protótipos são diferentes de produtos, inclusive dos produtos mínimos.
esse contexto para uso recorrente de protótipos estava ligado a limitação de meios mais baratos para construir produtos para interação inicial com o mercado, o que impactava diretamente no tempo de de lançamento de vários produtos. muita startup deixou de existir antes mesmo de conseguir testar uma primeira versão de produto;
com essa falta de recursos havia uma maior dependência de desenvolvedoras(es) desde as primeiras versões de produto. para ter um MVP funcional era preciso ter alguém que pudesse desenvolver (mesmo que sem muita qualidade) um conjunto de funcionalidades para apresentar ao mercado;
o perfil desenvolvedor não dá conta do volume de demanda de construção de produtos, por isso o acesso aos talentos é escasso e, claro, caro. fora os perfis desenvolvedores interessados em empreender suas startups tínhamos poucos cases de produtos consolidados no mercado;
com essa dificuldade de por produtos no mercado, tínhamos poucas referências das estratégias de criação de evolução dos produtos, criando uma dependência na adoção de métodos padronizados para estabelecer uma rotina de trabalho que, quase sempre tinha problema.
como o cenário está hoje…
com a popularização de plataformas de no-code a capacidade de implementar um MVP com agilidade e baixo custo de operação tem impulsionado novas oportunidades para validar o impacto do produto no mercado. mesmo perfis desenvolvedores podem usar do no-code para ganhar tempo na descoberta da primeira versão do produto;
há muitos cases que mostram estratégias efetivas para coordenar o desenvolvimento de produtos, as rotinas de testes e evolução a partir do conhecimento das práticas consolidadas no mercado. além disso, hoje temos referências que nos permite realizar adaptações dos métodos de acordo com nosso contexto;
hoje um MVP pode ser, de fato, um produto funcional, sem dependência das capacidades de desenvolvimento para viabilizar produtos. estamos em um momento que o aprendizado necessário para sair dos protótipos às versões iniciais de produto é democrático, aumentando a chance de testar as abordagens do produto no mercado.
construir produtos no-code não substitui o desenvolvimento de um produto proprietário, essa é uma estratégia que permite ganhar tempo e economizar até descobrir a versão que vale a pena ser desenvolvida.
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captação de investimento
10 anos atrás…
víamos vários perfis assumindo papel de investimento anjo, mesmo sem estratégias claras por trás das teses de investimento. o perfil de investimento anjo foi o primeiro movimento coordenado de investidoras(es) focado em startups, claro que muitos erros foram cometidos;
muitos programas de aceleração construídos com estratégias importadas do Vale surgiram no mercado nacional, o desenvolvimento de um portfólio inicial de startups parecia promissor, mas faltava maturidade para entender as características e dinâmicas do nosso contexto;
havia grande demanda para capacitação dos perfis empreendedores, por isso surgiram programas com proposta de formação de uma classe empreendedora que surgia no mercado sem muito histórico e experiência para liderar o desenvolvimento de uma nova empresa;
até as grandes negociações de investimento tinham como principal referência os cases externos, criando uma divergência funcional, uma vez que o perfil empreendedora não segue um padrão global, tão pouco o cenário de mercado é o mesmo. nesse momento a negociação de valores e do valuation das startups dificultavam o rápido amadurecimento do negócio e limitava as opções de saída.
e hoje, como as coisas estão?
o cenário de investimento inicial amadureceu, com bons cases e estratégias comprovadas pelos bons resultados obtidos, os perfis investidores estão cada vez mais imersos na análise dos negócios e na definição de teses de investimento que maximizem o potencial de retorno;
hoje, as ofertas de capacitação se tornaram parte da ação de instituições como a SOFTEX, estruturas que conseguem impactar empreendedoras(es) em todas as regiões, impulsionando não só a capacidade de liderar um novo negócio, mas de fazer isso de forma distribuída;
a presença de teses com grandes valores disponíveis, especialmente pela presença e interesse crescente de perfis investidores internacionais, tem criado otimizado a consolidação de cenário maduro. isso é consequência não só dos cases de sucesso, mas da evolução dos perfis empreendedores com maior experiência e capacidade de liderança;
como consequência dessa evolução, temos cada vez mais teses próprias ao contexto nacional definidas e com cases de sucesso. essa é, talvez, a principal evolução do mercado de investimento de risco: estabelecer uma identidade nacional, justificando as estratégias, as abordagens e até os valores e condições negociadas;
sem dúvida que a participação ativa de corporações investidoras tem impulsionado a evolução recente do ecossistema de startups. desde as ações de inovação aberta até o desenvolvimento de estratégias de conexão a partir de uma negociação de investimento torna a corporação um player chave do ecossistema.
quer ajudar na evolução do ecossistema?
a softex lançou uma pesquisa direcionada a diferentes atores do ecossistema, como startups, PMEs de tecnologia, corporações, ICTs e universidades. o objetivo é identificar demandas de apoio, capacitação e conexão para oportunidades de inovação aberta.
se você faz parte do ecossistema atuando como algum desses atores, sua resposta pode impulsionar o desenvolvimento de ações ainda mais assertivas! e digo mais, conhece alguém que atue como um desses atores? envia o formulário para elas(es), quanto mais percepções melhor será a análise.
tem dúvida? pode mandar mensagem que te ajudo no que for possível 🤗
kamelo
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nos vemos na próxima edição 🤗
Muito boa análise com o que mudou e também com o quão o cenário atual ainda é empolgante, apesar dos desafios. Vou também compartilhar o link da pesquisa com a minha rede, adorei !