investimento internacional
o que falta para mais startups brasileiras buscarem formas de expandir internacionalmente?
essa é uma edição especial da kamelo, trouxe uma versão estruturada do que apresentarei logo mais no Rec'n'Play, maior evento de tecnologia, inovação e criatividade feito em Recife.
a conversa de hoje é para entendermos um pouco mais sobre como startup pode ter uma projeção internacional a partir da busca por oportunidades de investimento e aceleração disponíveis em diferentes países.
se você está chegando por aqui agora e ainda não está sabendo, nos dias 18, 20 e 25 de novembro nos encontraremos para discutir ainda mais aspectos sobre as estratégias de captação de investimento que pode tornar esse processo mais efetivo para sua startup.
minha startup foi internacional desde o dia 1!
canso de ouvir empreendedoras(es) colocando o “tamanho do mercado brasileiro” como argumento para não ter uma estratégia de atração de oportunidade em outros países, essa é uma edição para que você repense isso.
minha startup tinha uma característica diferente de muitas outras que vemos no mercado nacional, como nosso serviço era prover um controle gerencial do processo de importação ou exportação de cargas, se não tivéssemos dois países conectados desde o dia 1, não teríamos uma operação viável.
a demanda de pensar no mercado internacional desde o dia 1 nos fez encarar o mercado internacional da mesma forma que o mercado nacional, claro que pensar nas regras e processos internacionais traz uma complexidade operacional que não dá para descartar.
em 2013 e 2016 percebemos que o mecanismo facilitador na busca uma presença internacional se daria pela identificação de programas de aceleração com chamada para startups internacionais, essas são janelas que permitem acessar o mercado de outros países com algum relacionamento de suporte.
com isso, nossas principais ações de internacionalização aconteceram quando fomos selecionados no programa Startup Chile, onde o governo chileno apoia a atração de startups internacionais para desenvolver o mercado digital do país; depois quando fomos investidos pela Plug and Play, uma das melhores aceleradoras de startup no Vale do Silício, com mais de 20 anos de operação e um largo conhecimento sobre o “pensamento do empreendedor do vale”; por fim quando entramos em um programa de inovação aberta do Porto de Rotterdam, conexão que gerou nossa saída para um player estratégico do mercado global.
as oportunidades acima fizeram parte da forma que encaramos o papel de uma startup no mercado, tendo o mercado global como um terreno sem barreiras que não pode ser superadas. claro que qualquer mudança de país exige capacidade de adaptação tanto de mercado quanto de cultura. buscar oportunidades internacionais faz parte do nosso processo natural de expansão.
a pergunta é: como meu caso deixa de ser uma excessão no ecossistema de startups?
há muitos aspectos que ajudam no afastamento entre as startups nacionais e as oportunidades internacionais, eu vou trazer alguns pontos que tenho identificado na última década.
antes, uma pausa rápida! a kamelo é um projeto de compartilhamento de conteúdo para empreendedoras(es) de startup feito 100% de forma independe por mim, Luiz, sua inscrição é uma validação importante sobre a qualidade desse trabalho.
o que falta para sua startup ter uma operação internacional?
empreender uma startup no Brasil não deveria ser impeditivo para oportunidades no mercado internacional como foco na expansão operacional.
trouxe alguns pontos comuns que mostram como é baixa nossa exploração pelo mercado operacional, se você se identificar e quiser conversar sobre como reverter isso, fique à vontade para entrar em contato comigo!
1️⃣ falta de visibilidade sobre as oportunidades investimento disponíveis para startups internacionais - o desconhecimento sobre as oportunidades de investimento e aceleração internacional que aceitam inscrições de startups internacionais é, de longe, o aspecto mais comum relatado no ecossistema.
é comum que nosso foco seja direcionado às aceleradoras do Vale do Silício, como a Y Combinator, Techstars ou a Plug and Play (por mais que as duas últimas tenham aceleração em diversas cidades e países, somos levados a buscar apenas o que acontece no Vale). essa busca limitada a um conjunto pequeno de possibilidades cria uma alta competitividade que, nem sempre, está relacionada a capacidade de apoio que essas aceleradoras podem terão sobre sua startup.
eu vivi isso na pele, o processo que vivi em Rotterdam foi muito melhor para meu negócio que o vivido na Plug and Play (que tem uma abordagem mais generalista), por mais que uma aceleração no Vale mude sua cabeça, seu foco é encontrar as melhores oportunidades para o negócio se consolidar, no nosso caso foi em Rotterdam.
por exemplo, você já viu o Health Hub Vienna na Áustria, ou a BGV em Londres? duas das muitas oportunidades para startups internacionais que não são consideramos na hora de explorar o mercado internacional.
2️⃣ falta de proficiência no idioma - quando minha startup foi selecionada pela Plug and Play eu fiquei apreensivo em mudar para a Califórnia sem falar quase nada em inglês, mas foi na primeira semana, durante onboarding do programa que essa chave virou.
numa dinâmica onde todos tiveram oportunidade de se apresentarem, comecei minha fala pedindo desculpas por não falar bem, nesse exato momento fui interrompido por um dos mentores que disse algo que trago comigo até hoje: “aqui ninguém fala inglês, nosso idioma é sobre tecnologia, se você conseguir me fazer entender de alguma forma o que estão fazendo, será mais que suficiente”.
estamos em um país que o inglês não é, nem de longe um idioma difundido, isso cria um cenário onde perdemos a coragem de tentar estabelecer uma relação profissional em outros países. o fato é que sim dominar o idioma é muito importante, mas não é o principal fator que impedirá você e sua startup de acessarem o mercado internacional.
3️⃣ nossos países vizinhos já representam o mercado internacional - parece óbvio, mas parece que a América do Sul não é nem considerada quando o assunto é expansão internacional das startups, quando esses países são os melhores para experimentar uma primeira relação comercial fora do Brasil.
minha primeira experiência internacional foi em Santiago no Chile, um país que tinha (na época) problemas sociais e econômicos aos nossos, mas tinha políticas de livre comércio internacional (algo que poderia acelerar nosso entendimento do mercado logístico).
se você não acha que terá espaço no mercado dos EUA, na Europa ou Ásia, tente identificar demandas para sua startup na América do Sul, certamente a barreira do idioma não será a mesma e o cenário econômico tende a ser favorável para quem vem do Brasil.
por exemplo, a NXPT em Buenos Aires tem mas de 12 anos de experiência investindo em startups com mais de 30 exits, algo que pode fazer sentido às suas estratégias de captação!
4️⃣ falta de conhecimento sobre o mercado internacional - esse é um bom ponto para essa nossa conversa, especialmente quando há necessidade de abrir uma operação formal da startup em outros países.
sim, há (basicamente) duas formas de explorar o mercado internacional: provendo a solução como uma empresa brasileira a partir do alinhamento com as regras jurídicas locais e utilizando meios de pagamento internacional que possam ser nacionalizados digitalmente; mas você pode ter uma expansão internacional com a abertura de filiais da startup em outros países que terão maior liberdade para lidar com as características locais.
conhecer as dinâmicas do mercado em outros países não é uma tarefa simples, na minha experiência precisei abrir uma empresa em Delaware para operar nos EUA e uma outra empresa em Rotterdam para operar na Europa. foi uma decisão baseada numa estratégia que combinou tanto o apoio recebido dos programas locais quanto do nosso objetivo em explorar esses mercados.
em Florianópolis o Internacional Tech Hub tem feito um trabalho que deu base ao meu projeto de conexão de startups com o mercado internacional. eles entenderam que o conhecimento e a abertura do mercado internacional são dois dos diferenciais mais importantes na expansão das empresas (no caso deles, não só startups).
para isso, trouxeram para o time profissionais de relações internacionais profissionais que tem habilidade para entender as dinâmicas econômicas de outros países e identificar meios de estabelecer uma relação comercial internacional efetiva… trarei mais detalhes sobre isso em breve!
5️⃣ melhor uso das conexões feitas em eventos - cada vez mais entidades como SEBRAE, ABDI e APEX viabilizam apoio institucional para levar startups nacionais aos principais eventos internacionais, eventos como o WebSummit Lisboa, o SXSW em Austin ou eventos focados em demandas de mercados específicos.
o ponto é que as(os) empreendedoras(es) precisam encarar os eventos internacionais como facilitadores de acesso às oportunidades que podem ser exploradas num momento seguinte, isso significa que o principal benefício dos eventos não está nos conteúdos compartilhados, mas nas pessoas que estão presentes.
preparar uma estratégia de comunicação da startup que faça sentido ao contexto de mercado que será encontrado nesses eventos pode tornar sua experiência assertiva, abrindo pontes para desenvolver oportunidades comerciais (ou de captação de investimento) com quem já teve um primeiro contato com o que está sendo executado por sua startup.
6️⃣ se não há limitação geográfica para a atuação da sua startup, não deixe o mercado internacional para depois - no Brasil ainda temos um comportamento de mercado que desacredita na capacidade técnica de startups que ainda não são liderança nos seus mercados, isso aconteceu comigo e a solução foi mais simples do que parece.
desde o início entendemos que o inglês seria o idioma primário do nisso site, das nossas peças de comunicação e do nosso sistema. isso criou uma certa credibilidade na hora que até o mercado nacional nos abordava.
ter o inglês como idioma base tanto das soluções quanto da comunicação não é um demérito ao mercado interno, mas uma forma de você posicionar sua solução digital no mercado que não tem a geografia como um limitador de crescimento. por exemplo, você imagina como seria se o idioma principal do Spotify fosse o sueco, ou o holandês fosse o idioma principal do Booking?
pensar no mercado global não diminuirá a capacidade de se tornar uma liderança nacional, por isso não deixe para depois as oportunidades no mercado internacional, vá atrás e conte comigo no que puder ajudar!
posso te ajudar nessa missão?
construída uma base de relacionamento com investidores e aceleradoras em mais de 20 países, algo que pode otimizar sua busca por oportunidades internacionais, se você quiser minha ajuda nessa missão (literalmente hehehe) responde esse formulário para entender um pouco mais do seu contexto e entrar em contat contigo:
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nos vemos na próxima edição 🤗