investimento salva startup ruim?
Desvendando as Causas Ocultas das Mortes Prematuras de Startups: Uma Análise Profunda dos Erros Fatais e Estratégias Falhas
olá, Luiz aqui!
a taxa de falha das startups é (e sempre será) alta, afinal, estamos falando de negócios construídos sobre ambientes de incerteza, onde o risco de insucesso acompanha o negócio ao longo do tempo. mas o que justifica startups super capitalizadas fracassarem, será que investimento não é suficiente para salvar negócios ruins? vamos falar mais sobre isso hoje.
investimento salva startups ruins?
em 2023 tivemos vários casos de startups que captaram valores astronômicos e, pouco tempo depois, encerraram suas operações. para essa edição fiz um levantamento dos motivos que impulsionaram alguns dessas histórias de fracasso, mostrando que investimento não resolve todos os programas das startups.
segundo a CBInsights, a falta de estratégias de execução que se equilibrem com o fluxo de caixa é o principal motivo de falha entre as startups, mostrando que ter dinheiro em caixa é fator de sucesso. ter dinheiro sem gestão é garantir que as coisas sairão de controle em algum momento.
💸 quais causas apontam para a morte de startups investidas?
essa lista foi construída considerando cases de startups que tiveram grandes rodadas de investimento, teve startup que captou mais de 1 bilhão de dólares! mas os motivos que identifiquei podem ser os mesmos de startups que captaram algumas centenas de milhares, por mais que os valores assustem, são os comportamentos empreendedores o motor da falha.
1️⃣ startups com propostas atrativas que levantaram muito investimento mesmo com pouco tempo de operação
startups como a braid apresentaram propostas de valor que “encaixavam” muito bem com o momento de mercado, criando um rápido interesse entre diferentes perfis investidores que não queriam deixar passar uma oportunidade promissora.
contudo, um negócio com pouco tempo de operação precisa de tempo e testes que impulsionem aprendizado gradativo. a falta de maturidade do produto combinada com grande injeção financeira e toda uma pressão de posicionamento de mercado potencializa o risco de insucesso.
2️⃣ startups pequenas que apresentam propostas de negócio que ainda não tem solidez de mercado
ainda olhada para o caso da braid vemos uma proposta de produto que olha para um mercado que ainda não está estabelecido, por mais empolgante que seja ser um dos primeiros players no mercado, há risco de fracasso pela falta de um pulmão financeiro que sustente não só a operação, mas todo movimento de educação do mercado nesse contexto em desenvolvimento.
isso se agrava quando esses mercados estão na mira de grandes players que podem influenciar toda base comportamental por trás da proposta de valor. mesmo com muito capital no caixa, startups com pouco tempo de mercado terão muita dificuldade de competir não só por espaço, mas por padrões de comportamento impulsionados pelas grandes empresas.
3️⃣ startups que insistem sobre contextos que passam por constante transformação
o case da cloudnordic chama atenção por ser uma das muitas empresas que fizeram parte da primeira onda das startups, alcançaram um patamar de relevância e se perderam ao longo do tempo. esse é um ótimo exemplo para entendermos que o conceito de product market fit é dinâmico, exigindo que as empresas desenvolvam capacidade de adaptação nas suas estratégias e na geração de valor no mercado.
insistir em propostas que já fizeram sentido no mercado, mas perderam força (ou relevância) nos últimos anos é o primeiro passo para o fracasso. mesmo empresas com marcas consolidadas, com qualidade de produto e bom relacionamento com o mercado precisam adotar manter uma cabeça de startup, não acomodando.
4️⃣ startups que usam uma boa segmentação de mercado em um contexto que não se sustenta
o caso da daylight é interessante para entender boas segmentações dependem do contexto que são interpretadas. há segmentos de mercado que impulsionam o desenvolvimento de novos negócios a partir de demandas específicas, mas essa mesma segmentação pode não fazer sentido (ou ter relevância) quando olhado a partir de um outro conjunto de demandas.
todo segmento precisa de um contexto que justifique (ou não) o desenvolvimento de novos negócios.
5️⃣ falta de visão (clara) sobre a jornada de execução até ter retorno efetivo
a história da veev é um bom exemplo de como mercados mais tradicionais estão abertos às novas oportunidades de produtos digitais, mas até que ponto esses novos negócios têm capacidade para projetar o ciclo operacional que defina o tempo necessário para ter retorno sobre o investimento?
quanto maior a complexidade para operar um negócio no mercado, maior a demanda de pessoas com conhecimento e experiência real nesse mercado, isso é fundamental para estabelecer capacidade de lidar com imprevistos que colocam em xeque a saúde financeira dos negócios e suas novas propostas de valor.
🧟♂️ pior que quebrar é se tornar uma startup zumbi!
esse tal modo zumbi pode afetar startups em qualquer fase do seu desenvolvimento, inclusive nossos amigos unicórnios (risos), ou principalmente eles! um dos efeitos para tentar sair do modo zumbi pôde ser visto nas constantes demissões em massa, na tentativa de reequilibrar o caixa.
estamos vendo o fim de uma geração empreendedora que tinha orgulho de queimar caixa!
se engana quem acha que uma startup está crescendo por ter feito uma grande captação financeira, com um salto no valor de mercado e a consolidação de uma estrutura de custos inflada. usar o argumento busca pela inovação que pode mudar radicalmente o mercado como argumento de atração e negociação de investimento cria uma fragilidade operacional difícil de reverter.
esse fluxo recente de cortes em diversos times não é só reflexo da falta de investimento, mas de como algumas startups (por maior que sejam) têm a injeção de capital externo quase como pilar de sustentação operacional. perceba, há uma diferença entre captar investimento para provar conceito e captar investimento para bancar uma folha de pagamentos muito acima da capacidade de retorno financeiro.
outro movimento comum são startups que perderam o foco, se tornando elefantes brancos que nem crescem, nem param a operação. esse é o modo zumbi, o pior estágio para qualquer startup, especialmente por colocar em risco a relação que o mercado tem com o produto, mesmo que isso não seja percebido.
🧪 tem saída para startups em modo zumbi?
um "bom” exemplo de startup que entrou em modo zumbi é o evernote (e olha que sempre fui um defensor deles!), a empresa não evolui, não amadurece mais o relacionamento com o mercado, não projeta uma saída para outra empresa nem encerra suas operações. o modo zumbi elimina toda capacidade da empresa competir até mesmo com as soluções menores, se tornando um negócio passivos ao mercado.
algumas saídas que podem tirar a startup da condição de morta-viva:
ter uma troca de liderança que estimule novos comportamentos e uma nova cultura de trabalho. um cenário comum em startups zumbi é a acomodação do time à situação, como se estivessem ali até "desligarem os aparelhos”;
buscar oportunidade de venda para outra empresa, isso pode acontecer até para concorrentes de menor presença de mercado, desde que tenham uma visão de futuro que faça sentido às atuais dinâmicas de mercado;
encontre meios para diluir o produto em outros, aproveitando o ativo construído ao longo do tempo em ambientes que possam se beneficiar com integrações de funcionalidades chave;
mude radicalmente seu posicionamento de mercado, deixando de lado o que foi consolidado na jornada e adotando uma postura de recomeço (claro que não será do zero), descobrindo novas oportunidades e estabelecendo uma nova relação com o mercado.
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