agora temos nosso site: kamelo.news
🦿 conseguimos mudar tudo?
fim do armazenamento local de dados, fim dos carros a combustão, fim do uso de gesso na imobilização articular... você teria coragem de lançar um negócio com proposta de mudar tudo em algum mercado alvo?
DO QUE FALEI NAS ÚLTIMAS EDIÇÕES
⏮️ as edições anteriores
compartilhei muita coisa boa nos últimos dias, mas caso você tenha perdido as últimas edições, dá uma olha aqui:
edição 001 da kamelo refs | Bruno Moura e sua lista sobre análise de dados
edição 110 | líderes não precisam de super-poderes
aproveitando, se você chegou por aqui agora e ainda não é assinante, já cadastra teu email para receber as próximas edições na sua caixa de entrada 🤗
PAPO DIRETO SOBRE A JORNADA DAS STARTUPS
Felipe Neves e suas experiências à frente da Fix It
lembro que em 2015 fui facilitador de um startup weekend em Natal-RN, nessa edição, entre as startups que estavam sendo fundadas naquele final de semana estavam uns caras querendo vender órteses customizadas às articulações impressas em 3D.
encurtando essa história, em 2020 voltei a encontrar esses caras, desta vez no processo de inscrição para nossa terceira turma de aceleração da Overdrives. a Fix It surpreendeu pela jornada daquele startup weekend até a proposta de acabar com o uso de gesso para imobilização articular... pois é, tirar de cena um dos mercados hospitalares mais tradicionais.
de 2020 pra cá passei a acompanhar de perto a jornada da startup, todos os testes de produto e aprendizados no relacionamento com o mercado para entregar um modelo de negócio escalável e viável no plano de expansão nacional e internacional.
como toda startup, a Fix It não tem vida fácil para conquistar resultados relevantes e ter um crescimento contínuo, por isso convidei Felipe Neves, atual CEO, para compartilhar algumas lições aprendidas nesses últimos anos e que isso possa ser útil para tantas outras pessoas que estão vivendo suas jornadas.
antes...
🔎 vamos entender um pouco melhor o que é e como funciona a Fix It:
o mercado de produtos e serviços baseados na impressão 3D vem crescendo e amadurecendo em diversos mercado, desde os mais simples com a impressão de acessórios pessoais até a impressão de casas e alimentos apontando para novos desafios nas dinâmicas de mercado.
a potiguar Fix It parte da premissa das impressões 3D para entregar uma nova experiência ortopédica, imprimindo órteses para imobilização articular ajustadas às dimensões de cada pessoa, mas qual a vantagem disso frente ao uso de gesso?
o uso do gesso na ortopedia tem alguns problemas que precisam ser entendidos:
é um elemento orgânico que estraga depois de um tempo estocado nos hospitais;
o gesso implementado nas pessoas não tem resistência suficiente para manter a imobilização por vários dias;
o gesso impede a mobilidade das pessoas e tem altos índices alérgicos no uso;
o descarte do gesso é extremamente poluente, uma vez que precisa ser incinerado.
dessa forma a Fix It entrega um produto que:
é feito de resina plástica que pode ser armazenada adequadamente por longo períodos;
uma vez impressa a órtese tem resistência suficiente para manter a articulação imóvel pelo tempo necessário;
as órteses podem ser molhadas livremente e o design permite a respiração da pele entregando uma nova experiência às pessoas;
as resinas plásticas da Fix It são feitas de matéria-prima biodegradável que descartado se desfaz rapidamente na natureza... por outro lado, pode ser utilizado na confecção de novos filamentos.
hoje a Fix It tem um modelo de licenciamento de impressões que podem ser habilitados por clínicas e hospitais, substituindo o uso do gesso e dos imobilizadores padrão que encontramos nas lojas de fisioterapia.
esse modelo colocou a Fix It em todos os estados nacionais e já abriram mercado em diversos países, mostrando o potencial que a empresa tem de retirar o gesso hospitalar do mercado.
📝 dados sobre a Fix It
site da startup
time fundador: Felipe Neves e Hebert Costa
página no LinkedIn
página no Instagram
💬 agora vamos às lições compartilhadas por Felipe:
lição 1
Felipe - monte um time apaixonado: passamos por muitas validações no contexto, formamos aproximadamente 4 times até conseguir detectar o perfil ideal para conectar com a cultura da Fix it. a máxima de contratar rápido e demitir mais rápido ainda quando a pessoa não entrega o esperado vem com o tempo e não de fórmulas de prateleira, construa o processo que funciona no seu negócio, pois medir engajamento com o propósito do negócio é abstrato, isso vai se conectar com percepções e resultados obtidos no dia a dia da equipe.
muito se fala em gestão de pessoas, mas pouco se discute experiências de contratação, alinhamento, performance e criação de uma identidade única. no início da jornada você vai contratar mal, via ter dificuldade de conectar as pessoas com os objetivos e proposta do negócio e sentir que está fazendo algo errado.
olhando para a experiência de Felipe lembro das pessoas que contratei, meu erros e acertos ao longo do tempo... o que me ajudou nessa busca de talentos e sinergia foi adotar a voz ativa do time como base da nossa cultura de trabalho. isso significa que quem chegou antes não precisa ser o "dono da verdade", mas qualquer pessoa tem voz e canais claros para (re)pensar, propor mudanças, assumir as responsabilidades e ter apoio do time para validar suas hipóteses.
lição 2
Felipe - foque nos números: demorei demais para me atentar a medir [milimetricamente] aspectos fundamentais do negócio e entender que essa é a melhor forma de perceber um crescimento real. escolha indicadores que apontem para os objetivos de negocio, lembre que cada passo dado aponta para o maior objetivo. demorei para construir um dashboard para mim e os diretores, tinha pouca gente na equipe e a sobrecarga laboral era desculpa para não construí-lo. como sugestão, faça isso desde o início e, a partir dai, a evolução da tabulação de dados vai suportar o desenvolvimento da empresa.
na edição passada compartilhamos nossa primeira lista de referências assinada por Bruno Moura, onde entregamos muito conteúdo útil sobre análise de dados. ver esse depoimento de Felipe reforça algo que defendo há muito tempo, o uso de KPI vai [muito] além de ter uma bela imagem numérica do negócio, é uma forma de ter maior clareza em toda tomada de decisão.
os tratamento de dados é a melhor comprovação que sua hipóteses estão ou não validadas, permitindo que você tenha maior consciência sobre qual será o próximo passo do negócio.
lição 3
Felipe - não hesite em pivotar o modelo de negócio: essa foi a melhor lição de todos os tempos. tínhamos um modelo de franquia, que me proporcionava segurança jurídica e monetária, porém me deixava muito travado para escalar, não éramos repetíveis, tão inovadores e não dávamos protagonismo aos nossos clientes. como criamos esse mercado ninguém havia vendido soluções 3D para imobilização no Brasil. ao criar esse mercado, esbarramos em resistências logísticas e operacionais. desse aprendizado inicial montamos um modelo realmente repetível, escalável e inovador, com isso cada cliente adquire nossa licença e tem fluidez para entrar nesse mercado que estamos criando. busque criar ou entrar no mercado com o mínimo de fricção possível, esse seguramente será o grande segredo da sua escala.
os primeiros passos no mercado nunca serão fáceis, por maior que seja seu conhecimento prévio, as interações diretas criam provocações e reflexões diferentes de tudo que pensamos até ali. olhando para o que Felipe compartilhou entendo que o importante não é esperar até ter "o modelo certo", é se manter atento aos aprendizados e aos sinais de mudança.
infelizmente muitas pessoas têm resistência de pivotar o negócio, porém o pivô é um elemento fundamental para, quando erramos nas nossas hipóteses ou testes, possamos ajustar a direção da nossa jornada e seguir sem "parar" o processo.
quer compartilhar sua experiência empreendedoras aqui na kamelo news, me manda um e-mail para entender melhor como está sua jornada 🤗
está sabendo da novidade, agora o Substack tem um app nativo para usuárias(os) iOS, no app você tem uma experiência ainda melhor na kamelo news: