Compartilhe esta publicação
kamelo #114 | 🏘️ o papel das comunidades locais
um papo com Ana Uriarte de Recife
agora temos nosso site: kamelo.news
um objetivo comum
toda startup está no mercado em busca de sucesso, mas que sucesso? o sucesso de qualquer startup está ligado à capacidade de permanecer ativa no mercado, crescendo continuamente pela entrega [real] de valor ao mercado... por isso a importância de conectar startups para trocar experiências e potencializar as chances de sucesso.
PAPO DIRETO
vamos falar sobre comunidades de startup
Recite tem um dos ecossistemas tecnológicos nacionais mais maduros, isso por conta de um trabalho longo do Porto Digital que, em suas diversas atividades dão maior visibilidade ao desenvolvimento tecnológico na cidade e atrai atenção de grandes empresas que se instalaram por aqui nos últimos anos.
há cerca de 12 anos vimos o surgimento de um momento espontâneo e (em certos aspectos) informal a partir de um conjunto de pessoas empreendedoras com objetivo comum: tornar Recife um lugar bom para criar e desenvolver startups, esse foi o ponto de partida da comunidade Manguez.al.
quem é Ana?
fundadora da Happen, escola que desenvolve soft e digital skills para profissionais que querem um melhor posicionamento de mercado. Ana assumiu papel de liderança de comunidade em Recife, onde articula ações, eventos e oportunidades para as startups locais.
perfil de Ana no LinkedIn
site da Happen
página da Happen no LinkedIn
por seu papel de liderança e pelas muitas conexões que ela tem feito nos últimos anos, pedi para que Ana compartilhasse um pouco da sua visão sobre esses ambientes locais que impulsionam a criação e o desenvolvimento de startups.
o que perguntei para Ana?
(1) qual melhor definição para comunidades de startup?
Ana: Uma comunidade de startups é um local onde negócios, em diferentes níveis de desenvolvimento, encontram oportunidades de interação umas com as outras e com outros atores do ecossistema, visando sempre o amadurecimento dos negócios! Vale reforçar que essas startups são compostas por pessoas, ou seja, uma comunidade é prioritariamente composta por empreendedores! As comunidades são locais onde outros “agentes” (que também podemos chamar de feeders) do ecossistema podem interagir com startups locais, por exemplo: representantes do governo, universidade, corporações, investidores, parques tecnológicos, empresas juniores, aceleradoras,...
comunidades são regiões físicas (geralmente distribuídas em cidades) que bebem dos princípios estabelecidos no Vale do Silício, que assertivamente conseguem atrair, formar e desenvolver negócios digitais e larga escala global.
porém, há uma discussão (que não vai a lugar algum) sobre quem será o próximo Vale do Silício, deixando de lado algo fundamental em toda comunidade: as características locais como base na consolidação de um ambiente que dê esse suporte de criação, atração e desenvolvimento de negócios digitais.
(2) quais principais papéis das comunidades de startup?
Ana:
Um dos principais papéis das comunidades é ajudar o desenvolvimento de startups e empreendedores. Como comentei antes, as comunidades são compostas por startups em diversos níveis de desenvolvimento. Ou seja, as oportunidades são bem variadas: desde programas de educação empreendedora, parceria com empresas dispostas a testar novos produtos, possibilidades de interação com corporações que podem se tornar clientes e muito mais!
Além disso, para aqueles que lideram iniciativas nas comunidades (os chamados Community Leaders), os ambientes são uma fonte para desenvolver habilidades importantes nas suas trajetórias empreendedoras, por exemplo: proatividade, resolução de problemas, liderança e por aí vai.
cada comunidade de startup tem um elemento em comum: o estímulo pela troca de experiências e ajuda mútua que possam criar novas oportunidades de negócio e amadurecimento dos negócios. para que esse ambiente de troca esteja sempre ativo é preciso que algumas pessoas assumam um papel de liderança voluntária e proativa que pensem a comunidade no longo prazo... por isso a importância das lideranças serem empreendedoras(es).
(3) o que podemos esperar das comunidades no desenvolvimento das startups?
Ana:
Uma comunidade pode desenvolver uma série de ações por conta própria, alguns exemplos mais comuns são: meetups, matchs com mentores, happy hours e hackatons. Essas ações e|ou programas são visíveis, mas os resultados mais importantes são abstratos, como: as oportunidades para empreendedores, conexões de valor ou até indicações que podem ser a virada de chave de uma startup.
Esses resultados abstratos são a “cereja do bolo” nas comunidades, ou seja, o suporte ao desenvolvimento real dos negócios!
Vale reforçar que uma comunidade de startups funciona de forma cíclica. Ou seja, hoje o empreendedor X que é beneficiado por alguma das ações da comunidade, amanhã pode retribuir ajudando nas outras ações da comunidade (oferecendo mentoria para empreendedores mais novos, patrocinando eventos, participando de talks..).
Esse sistema de retroalimentação faz com que a comunidade se mantenha viva e cheia de cases de sucesso que servem de inspiração para os novos empreendedores.
Nas comunidades, essa ação se chama de “Give Back”.
as comunidades não tem donas(os), as lideranças (quando são empreendedoras(es)) facilitam a entrada de pessoas que querem empreender, mas não sabem como dar os primeiros passos. a conexão com programas de apoio, como a Ana falou, criar uma "trilha" de oportunidades que ao longo do tempo formarão novas lideranças.
ser líder de comunidade é o reflexo da disponibilidade em ajudar outras pessoas, o give back, em suas jornadas empreendedoras e motivá-las a também pensar, suportar e executar mais ações para alcançar mais pessoas.
(4) como serão as comunidades nessa volta às interações presenciais?
Ana:
No período de isolamento social muitas comunidades migraram as atividades para os ambientes online e uma grande missão para as lideranças foi de “não deixar a peteca cair" e continuar promovendo, dentro do possível, as conexões entre empreendedores!
A partir dai, surgiu um movimento muito forte de conexões com comunidades e ecossistemas de outras regiões/estados. Ou seja, os empreendedores passaram a conhecer ainda mais outras realidades e, por consequência, terem acesso a outras oportunidades também!
É claro que na “pré pandemia” essas conexões já estavam ali, mas quando o formato online era a única possibilidade de interação isso ficou mais intenso!
Esse contexto deixa claro que um grande papel das comunidades na “retomada ao presencial’ é, além de promover mais interações e conexões com programas de apoio local, potencializar isso para tornar essas conexões entre ecossistemas ainda mais forte!
promover esse intercâmbio entre comunidades é algo que sempre fez sentido. cada saída e volta de alguma startup que aproveitou uma oportunidade fora dali traz uma bagagem de experiências ainda mais interessantes.
desde casos simples como captar investimento com investidoras(es) de outra região que possam aproximar essas(es) investidoras(es) de outras startups locais até viver um tempo fora e trazer as novas experiências como provocações para amadurecer aos amadurecimento dos negócios locais.
Ana, obrigado pela participação nessa edição da kamelo news, trazendo as experiências que está vivendo hoje à frente da Happen e da Manguezal... nada melhor que ter essa visão para entender qual nosso papel e como podemos nos conectar e interagir com as comunidades nacionais.
AINDA TEM MAIS!
posso te fazer um convite?
além da kamelo news eu tenho um projeto com Bruno Moura (que você conheceu na kamelo refs), é o konduto podcast... konduto significa comportamento em esperanto e reflete exatamente o que entregamos nas nossas conversas sobre percepções de comportamento tanto em cenários pessoais quanto profissionais.
ontem chegamos ao último episódio da nossa primeira temporada com um papo incrível com Ken Fujioca, co-host do Naruhodo podcast. se você quer ouvir um dos caras mais legais que já conversei até hoje, não deixa de ouvir essa edição.
nossa segunda temporada está à caminho, dessa vez queremos fazer algo bem mais interativo com quem nos acompanha, por isso abrimos um e-mail para ouvir sugestões de temas e convidadas(os)... topa nos ajudar nisso? manda aqui 👈
e, se você chegou aqui sem ser assinante, garanta receber os próximos e-mails direto na sua caixa de entrada toda segunda e quinta às 6:41am 🤗
obrigado por ter lido!
gostou dessa edição? você pode contribuir com a produção desses conteúdos me pagando um café ☕
