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kamelo #119 | 📰 recomendações para investir em startups
parte 3 de um tema muito importante
👋 olá, Luiz aqui! bem-vinda(o) a mais uma edição da kamelo, newsletter gratuita e independente que trata de assuntos relevantes para quem está lançando ou desenvolvendo startups! toda segunda e quinta publico uma nova edição, então para não perder as próximas, te convide a assiná-la aqui 👇
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📫 a jornada de criação e desenvolvimento de startups é complexa e gera muitas dúvidas para quem está à frente dos negócios. agora temos um canal direto para que você mande suas perguntas ou dúvidas, será um prazer respondê-las aqui:
qual o preço do investimento?
a transferência financeira da conta de quem investe para as startups é o ato com menos impacto na relação investidora-investida, o que está por trás de cada investimento é um conjunto de aspectos e variáveis que podem ou não ser úteis aos negócios. a pergunta é: até onde você (que quer investir) está disposta(o) a ir nessa relação, ou a transferência é o suficiente?
DIRETO AO PONTO
no começo, as startups não precisam de dinheiro
todo investimento deixa dezenas de startups "para trás", por isso a importância de selecionar bem quais negócios serão apoiados.
essa é a parte 3 de um conteúdo mais extenso sobre a relação das startup com suas|seus primeiras(os) investidoras(es), período que o complemento do dinheiro transferido pode ter algo impacto. para relembrar:
na parte 1 falei sobre como as startups podem se preparar melhor com potenciais investidoras(es), o que devem ter como prioridade e no que dá mais ênfase;
na parte 2 fui para "o outro lado da mesa", apresentando pontos que suportam da definição à seleção dos investimentos, considerando também o envolvimento de quem investe.
caso não tenha lido, recomendo que dê uma olhada para ter uma visão geral sobre esse tema... tema que ainda falarei bastante por aqui, uma vez que faz parte das minhas atividades na Overdrives.
▶️ hoje quero compartilhar recomendações gerais, de acordo com minhas experiências mais recentes... espero que elas te façam refletir sobre essa que sempre será uma relação complexa
por que você quer investir em startup?
há diversas modalidades de investimento com algum risco, especialmente investimentos com alta liquidez. de uns anos para cá o investimento em startups se tornou parte da estratégica de investidora(es) com ou sem experiência, por isso a importância de começar essa conversa pensando nesse "por que", ele reflete [principalmente] duas coisas: o que são as startups e sua motivação para estar nesse meio.
1️⃣ o que são startups? se você já olhou a descrição dessa newsletter percebeu como vejo o ambiente das startups, especialmente quando as principais notícias giram em torno de grandes captações e uma corrida sem fim pelo próximo unicórnio... essa pode ser a imagem que você tem das startups, mas precisamos voltar algumas casas nesse tabuleiro.
startups são pessoas com interesse em resolver um problema relevante (ou aproveitar uma oportunidade promissora) através da construção e entrega de produtos digitais que, além de eficientes e atrativos, precisam ter modelos rentáveis, contudo tudo isso acontece em um ambiente incerto que depende de um bom entendimento e relacionamento com o mercado.
essa imagem representa bem como [geralmente] são as fases iniciais de uma startup, confuso, sem um caminho sólido bem definido e cheio de adaptações até identificar um primeiro caminho de crescimento.
2️⃣ qual sua motivação? essa é uma pergunta que eu não posso responder por você, mas pelo que vejo há um conjunto de motivações mais comuns:
ter experiência em algum mercado e perceber que isso pode ser um bom suporte as startups que têm esse mercado como alvo;
querer diversificar a carteira de investimento, considerando as startups uma aposta de retorno com baixa garantia, mas com bom potencial;
quer se conectar com esse ambiente de desenvolvimento digital, entendendo que esses produtos tem cada vez mais espaço, mesmo em marcados mais tradicionais.
todas elas convergem para o mesmo lugar: criar uma relação de longo prazo para aumentar as chances de um retorno financeiro mais interessante. independente da sua motivação, lembre-se que nas fases iniciais as startups são elementos confusos e você pode ser um catalizador de uma construção sólida e efetiva.
qual seu foco?
bom, não faz sentido você querer olhar tudo que está acontecendo no meio das startups sem uma estratégia, uma estrutura e um foco. por mais dinâmico que seja o mercado e por mais diversos que são os negócios em destaque, dificilmente você conseguirá ter uma boa relação de investimento com todas as opções existentes.
o foco é um fator limitador estratégico que pode ser definido pelos:
mercados de maior interesse, se esse for seu fator limitador considere os aspectos motivacionais mencionado no primeiro ponto e identifique quais mercados você tem maior interesse, familiaridade e proximidade;
modelos de negócio que são relevantes, isso pode ser derivado tanto da sua experiência quanto da sua rede de relacionamento, pois é sua rede pode ser um fator decisivo para startups que estão buscando oportunidades de crescimento com bons acessos;
perfis de empreendedora(es) que te chama mais atenção, nesse caso você vai precisar saber analisar perfis comportamentais nas pessoas à frente dos negócios e como esses comportamentos impactam o negócio.
seu foco não precisa estar 100% concentrado em um desses pontos (ou em outros que você queira considerar), mas pode ser resultado de um balanço próprio deles, é assim que montamos nossa estratégia de investimento no Programa de Aceleração, por exemplo.
o que você entrega além do dinheiro?
esse é o "x" da questão nessa edição. investir em startups não é fazer uma transferência bancária na esperança que saibam exatamente o que fazer com o dinheiro. o que não significa que além do dinheiro você decidirá onde ele será gasto (esse é o papel das(os) empreendedoras(es)), mas é fundamental deixar claro que vem com o dinheiro, por exemplo:
conexões comerciais que podem ser boas oportunidades de negócio para a startup, dai a importância de você usar bem sua rede de relacionamento para facilitar o acesso. as(os) empreendedora(es) precisam saber vender o negócio para qualquer player no mercado, aqui estou falando de diminuir as etapas de acesso às(aos) decisoras(es);
mentorias de negócio, de produto, de mercado... as mentorias são apoios estruturados que criam reflexões e críticas entre as(aos) empreendedoras(es), dar mentoria não é [sempre] entregar as respostas, mas provocar as pessoas nos pontos mais importantes. use suas experiências pessoais e|ou profissionais para isso;
experiência no mercado alvo, compartilhando dados, cases e até um cenário de concorrência conhecida de modo que as startups otimizem o tempo de validação e pesquisa dessas informações. sua experiência no mercado não é para direcionar o negócio, mas para dar mais elementos às decisões das(os) empreendedoras(es);
ponte com novos investimentos, toda startup investida por você vai precisar de novas rodadas, por isso se você não está investindo para adquirir o negócio, esteja sempre de olho em outros players investidores que tenham foco nas suas investidas, seu investimento pode ser um "validador" nas próximas rodadas.
quando falei do foco mencionei ter uma estrutura, essa estrutura podem ser pessoas que estão operando seus investimentos e entregando todo esse apoio e muito mais. é como acontece no nosso Programa de Aceleração, quando as startups tem toda uma metodologia de apoio pensada para suportar seu desenvolvimento.
o que você espera das startups?
nas fases iniciais há muita divergência entre o que as startups projetam de crescimento e o que as(os) investidoras(es) esperam como retorno dos investimentos. fato que quem investe quer ter algum retorno, por isso esses aspectos precisam ser acompanhados de perto:
valorização do negócio no mercado, resultado do que e como as startups estão entregando seus produtos e como eles estão sendo efetivos para quem consome. por mais que o valor das startups acompanhe os deals de investimento, a justificativa para boas rodadas são os resultados de mercado;
sustentabilidade financeira, cada startup (pelo modelo de negócio e mercado foco) tem uma curva de retorno financeiro que será descoberta nas interações com o mercado. essa curva pode ser longa (como acontece com muitas startups B2C), mas ter essa mentalidade e desenho estratégico para um modelo que "pára em pé" é fundamental desde as fases iniciais;
capacidade de uma aquisição rápida, muitas startups tem um big player no mercado, ou seja, um grande comprador em potencial que pode ser tido como alvo estratégico no próximo passo. aqui o importante é fazer o negócio evoluir até o momento de real interesse desse potencial comprador.
mais uma vez, cuidado com as divergências nas expectativas de retorno, especialmente nas fases iniciais os investimentos tem um pouco de "aposta" pelo potencial do negócio|produto|time.
por fim, uma visão geral sobre investimento em startups nas fases iniciais:
nas fases iniciais toda startup tem defeitos, ou pontos de ajuste que fazem parte do momento vivido pelo negócio. portanto, lembre-se que só dinheiro pode não ser suficiente;
há cada vez mais oportunidades de mercado para produtos digitais, em todos os mercados, por isso a importância de suportar os testes e as validações recorrentes;
não se contente com suas percepções, entenda as tendências, tanto para dar um melhor apoio aos negócios quanto para selecionar melhor os negócios para investir.
reflita sobre seu papel investindo em startups, sem dúvidas essa é uma excelente estratégia de investimento com potencial de retorno com múltiplos atrativos... lembro de um investidor que tive em 2015, ele foi um dos investidores iniciais do PayPal (em 1998) quando o mercado de fintech "nem existia", uma aposta que fez ele ter uma saída 36 vezes maior que o valor investido.
se você conhece pessoas que estão investindo em startups nas fases iniciais ou tem plano para isso, envia essa edição para elas(es), assim conseguiremos nos conectar com mais pessoas inseridas no ecossistema de startups.
obrigado por ter lido!
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