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numa luta, quem ganha, o louco ou o inteligente?
Masayoshi Son, do Softbak, fez essa pergunta ao Adam Neumann, co-fundador da wework... segundo Adam ele respondeu que o inteligente e foi corrigido por Masa, ele diss que era o louco e que ele (Adam) precisaria ser ainda mais louco para que a wework tivesse sucesso... pouco tempo depois Masa disse que nesse luta o único vencedor é quem tem o dinheiro... e agora?
DIRETO AO PONTO
lições de uma história única...
se puder, recomendo que assista a minissérie "wecrashed" na Apple TV...
muito antes da série que resume a história da wework, acompanhamos publicamente uma série de escândalos envolvendo um dos co-fundadores (Adam Neumann) e tudo que girava em torno da empresa, desde as altas captações financeiras até a [real] cultura de trabalho por trás das paredes de vidro e decoração colorida.
tinha lido muita coisa "solta" sobre a história, me atentando apenas aos pontos mais gritantes, como a abertura de capital da empresa, que apontou uma grande queda no valor de mercado (de US$47bi no capital fechado para US$9bi no capital aberto)...
essa história voltou a me chamar atenção na minissérie wecrashed, onde aparece a história da wework através da historia de Adam como empreendedor imigrante que se viu capaz de realizar o sonho de se tornar uma pessoa de sucesso por liderar uma empresa de sucesso... mas a que custo tudo isso aconteceu?
o que podemos aprender com a jornada de Adam Neumann e da wework?
dei foco no Adam, pelo fato dele se colocar constantemente como protagonista dessa história e por ter sido diretamente responsável por algumas decisões cruciais no negócio... listei 23 pontos (bons e ruins) que podemos dar atenção ao longo da jornada de muitas startups.
parte 1: lições antes da wework
➕ capacidade de sobreviver: como imigrante, Adam tentou emplacar algum produto que tivesse sucesso no mercado dos EUA, entre as tentativas, apresentou um conceito de coliving em uma banca na universidade, onde foi duramente criticado;
➕ saber com quem se conectar: para tirar suas ideias do papel, Adam se aproximou de Miguel, arquiteto com capacidade de pensar na construção dos espaços compartilhados, mostrando a importância se conectar com habilidades complementares;
➕ saber mudar o foco e seguir o mercado: com a dificuldade de vender o modelo de coliving no mercado, Adam e Miguel mudaram para o modelo de coworking, cujo mercado estava mais aberto à novas propostas;
➕ saber a hora de vender o negócio: quando surgiu uma oportunidade de venda, Adam e Miguel venderam sua primeira empresa, poderiam ter parado ali, mas seguiram tentando construir algo que pudesse ser realmente grande.
parte 2: lições do início da wework
➖ buscar crescimento sem base: a primeira unidade da wework mal tinha sido aberta e o Adam já estava construindo a segunda, mesmo sendo um modelo promissor é preciso saber controlar a balança aprendizado vs. crescimento;
➖ captar investimento sem um plano mínimo: Adam ficou conhecido pela forma que abordava potenciais e investidores e como prometia resultados incríveis para o negócio, mesmo sem ter nenhum plano claro para isso;
➖ não saber criar uma cultura: claro que liberdade é bom para o ambiente de trabalho, mas quando a liberdade não se conecta com geração de resultados, as pessoas se perdem e se desconectam de objetivos reais;
➖ dar ênfase ao poder financeiro: Adam demonstrava que sua "boa" liderança estava associada a demonstração de poder financeiro, como a chegada de helicóptero em um evento da empresa, que ainda estava no início;
➖ deixa de lado qualquer estratégia de sustentabilidade: desde o início, com poucas unidades para gerir, com o time ainda "pequeno" e contas mais fáceis de acompanhar, Adam preferiu deixar de lado a construção de um modelo sólido para colocar sempre um passo maior à frente.
fase 3: lições no crescimento global da wework
➖ não dar voz às pessoas, mas finge que dá: os papéis de liderança, por mais capacidade que tivessem eram submetidos aos interesses pessoais do Adam, desde ignorar conselhos até "calar a boca" de quem identificava problemas com benefícios superficiais;
➖ não saber contratar e demitir: a wework contratou centenas de pessoas em pouco tempo, o que tirou toda capacidade de alinhamento e gestão, além disso muitas eram demitis sem cometer erros, apenas por estarem no lugar errado, na hora errada;
➖ achar que sabia tudo sobre o negócio: mesmo crescendo, Adam continuava agindo como se tivesse controle sobre todas as áreas da empresa, criando um ambiente quase cenográfico, onde as pessoas apenas "cumpriam hora" e participavam de "festas”;
➖ adotar a premissa de "tem que gastar tudo para crescer": todo investimento recebido pela wework e toda receita gerada (aliás, mais que a receita) era gasta em ações sem nenhuma garantia de retorno, eram mais contratações, mais escritórios abertos e mas ações que só faziam barulho;
➖ não ter processos claros e simples para desenvolver as pessoas: com longas jornadas de trabalho e poucas instruções sobre os reais objetivos e retorno esperado pelo negócio, as pessoas do time da wework não tinham nenhuma visibilidade sobre crescimento e desenvolvimento profissional.
parte 4: lições sobre a perda de controle da wework
➖ seguir captando investimento para "pagar" o aumento de custos: toda captação de investimento aponta para novos custos, custos alinhados ao desenvolvimento da empresa e o potencial de retorno financeiro, quem investiu na wework depositou tudo no comportamento impetuosos do Adam, fechando os olhos para a empresa;
➖ diversificar o portfólio de produtos sem pensar na conexão entre eles: mesmo sem definir um modelo sustentável para a wework, Adam começou a expandir o conceito do "we", criando soluções paralelas que geravam mais custo e, mais uma vez, nenhuma visão de futuro, apenas saciavam seu ego de empreendedor arrojado;
➖ manter o controle da empresa por poder e não por capacidade: Adam poderia manter o controle da wework, mas apenas se tivesse conquistado isso pode capacidade técnica e por comportamentos de gestão favoráveis à empresa, não por medo de ter seus erros descobertos (como foi);
➖ assumir um life style empreendedor de fachada: Adam (como muitos empreendedores) acreditou que a imagem de empreendedor era mais importante que o papel de empreender, isso criou um desejo por sucesso maior que a própria empresa;
➖ acreditar em um grau de inovação que não existe: o modelo da wework em pouco tempo se tornou quase um commodity, mesmo assim Adam vendia o negócio como algo que poderia mudar a humanidade, tirando o foco no que realmente precisava ser feito.
parte 5: o fim da jornada do Adam na wework
➖ adotar o modo "mais louco possível": lembra da pergunta que o Masa do softbank fez ao Adam? ele assumiu uma postura empreendedora sem entender o que se espera de um louco na luta... o louco consegue sair do que é esperado, mas continua focado na vitória, Adam adotou a loucura empreendedora como escudo ao seu comportamento fora da realidade;
➖ nossa imagem pública reflete no negócio: empreender e ter um negócio que se destaca é saber que deixamos de ser pessoas comuns para assumir o papel de pessoa pública, ou seja, nossos comportamentos irão refletir na forma que o mercado enxerga e confia na empresa;
➖ pegar pra fazer o que não sabe: quando IPO era inevitável, Adam tentou dar uma última cartada escrevendo o documento S1 da wework, mesmo sem nenhum conhecimento técnico pra isso, o resultado além da chacota no mercado foi a queda drástica na expectativa do valor de mercado da empresa;
➖ sair do negócio sem pensar nas pessoas: quando se viu sem saída e o IPO estava as portas, Adam fez um negociação de saída que apenas o beneficiou, deixando a desvalorização da empresa para as pessoas que apostaram nessa jornada junto a ele.
🖥 mais referências sobre a jornada da wework
como a minissérie tratou a saída de Adam da wework;
lições sobre o processo do IPO da wework;
atualmente a última entrevista do Adam sobre a wework.
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