kamelo #132 | 💰 rentabilidade e lucratividade nas startups
e quando começar a pensar nisso
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empresas feitas para durar
a lucratividade é uma condição indispensável para a sobrevivência, e um meio importante para atingir objetivos, mas não deve ser o objetivo em si - essa frase é de Jim Collins no livro feitas para durar e fala sobre um dos aspectos menos falando ao longo do desenvolvimento de startups… mesmo as mais valiosas.
DIRETO AO PONTO
rentabilidade de lucratividade
ultimamente tenho visto matérias colocando em xeque a lucratividade das startups como artifício de sobrevivência e até de barganha na captação de investimento. isso ganha força quando somos bombardeados com startups que atingem valores astronômicos de mercado e mesmo assim não têm modelos de negócio lucrativos e [aparentemente] sem previsão de ter.
a lucratividade está cada vez mais presentes nas relações de investimento e se tornaram pauta regular nas startups desde o início da jornada, já que o acesso à capital no Brasil nunca foi tão grande, o que não significa ser fácil.
qual retorno esperados das startups?
tanto para quem está empreendendo uma quanto para quem quer investir no risco.
toda startup vive um dilema constante entre focar em um crescimento rápido, captando mais investimento, aumentando o valor da empresa e alcançando mais usuárias(os) ativos, por outro lado essa visão de crescimento tem alterado nosso entendimento sobre o que é crescer, isso pelos aspectos de sustentabilidade financeira.
todo modelo de negócio é feito para crescer pelo aumento da presença de mercado, mas isso [apenas] não corresponde a um negócio sustentável.
ter um maior volume de pessoas ou empresas utilizando ativamente o produto entregue é um dos aspectos de crescimento, junto a ele há uma necessidade de pensar o crescimento (ou a escala) colocando fatores financeiros nas definições estratégicas.
o que é essa tal presença de mercado?
o que parece estar saindo do controle?
muitas das startups estão sendo avaliadas pelo mercado pelo crescimento no acesso e uso dos produtos e como isso tem influenciado os comportamentos do mercado, o reflexo direto é a corrida por grandes números que não apontam para sustentabilidade do modelo de negócio, tornando o negócio dependente do gasto de investimento para manter a empresa ativa.
já ouviu alguém dizer que startup só cresce gastando [rápido] os investimentos?
eu já pensei isso… mas até onde um investimento se paga sem geração projetada de receita?
falando em receita, seria imprudente não considerar que algumas startups, por conceito, não vão gerar receita rápido… por exemplo:
startups com modelo B2C - o modelo B2C depende do alcance de uma grande base de usuários para ter um bom volume de conversão pagante. não vou aprofundar em aspectos do modelo B2C (se você quiser, deixa um comentário no final da edição que trago mais sobre isso), mas para ter sustentabilidade financeira é necessário criar uma cultura de uso para que o produto seja pago, o que demanda tempo e muito investimento;
startups com produto derivado de aspectos científicos - ter a ciência como base de produtos digitais traz exigência técnicas que demandas muitos testes, ajustes e cumprimentos de regras formais que vão dar viabilidade comercial depois da resolução de situações complexas ao longo da jornada;
startups com hardware próprio - no Brasil o tempo necessário para viabilizar um produto digital baseado em hardware é um dos mais longos e complexos, dependendo de toda uma complicação logística e a criação de protótipos que definam qual versão pode ser oferecida comercialmente ao mercado.
esses são três de alguns exemplos de modelos que no Brasil não terão uma rápida projeção de receita, o que não inviabiliza o que falarei sobre rentabilidade e lucratividade, contido o foco dessa edição é para os modelos que podem ter primeiras(os) clientes em pouco tempo e a partir dai construir um plano financeiramente sustentável.
qual o papel e importância da geração de receita?
quando um negócio gera receita e essa receita pode ser projetada teremos um cenário que olha para sustentabilidade dessa startup e na solidez do crescimento no mercado. gerar receita é a comprovação tangível de um modelo que faz sentido para o mercado, para quem está empreendendo e investindo.
a organização do modelo das startups precisa considerar as particularidades do negócio (e do contexto de mercado), como base de uma estratégia alinhada às dinâmicas do mercado. quem está à frente das startups precisa entender os comportamentos de consumo dos perfis de cliente e desenvolver uma conexão comercial disso com a oferta de produto.
isso lhe dará suporte nas [muitas] tomadas de decisão!
dai surgem dois indicadores chave no negócio: rentabilidade e lucratividade
rentabilidade
a rentabilidade aponta para o retorno sobre o valor investido no negócio, por mais que nas primeiras captações não traga um resultado financeiro de curto prazo, é importante saber como esse retorno será alcançado, o que cria um melhor relacionamento com investidoras(es);
por exemplo: numa captação de R$1M, qual o potencial de retorno financeiro depois de um período de execução?
a rentabilidade aponta para um plano estratégico que define objetivos de novas captações financeiras, ou seja, mesmo com uma demanda de captação regular há um plano amadurecendo que dá visibilidade sobre os marcos da jornada que alcancem retorno real.
ser rentável é um desafio em toda startup, mas uma vez alcançado um modelo rentável a startup tangibiliza a sustentabilidade financeira e o retorno sobre cada R$ investido. a busca por um modelo rentável desenvolve um melhor relacionamento com investidoras(es).
lucratividade
a lucratividade aponta para a performance financeira do negócio, ou seja, o quanto a empresa consegue crescer além da estrutura de custos fixos atuais;
para pensar em lucratividade é preciso pensar em lucro, uma grande problemática no meio das startups, mas que sustenta a premissa do crescimento exponencial ou a escala. ter lucro é um condição temporal que reflete a qualidade do modelo de negócio;
nem toda startup é projetada para se tornar um modelo lucrativo, mas parte delas tem potencial de se tornar, em algum modo. por isso tenha a lucratividade como um dos indicadores chave desde os primeiros testes do modelo de negócio no mercado;
modelos lucrativos tendem a depender menos de condições de larga diluição na relação com investidoras(es), uma vez que há potencial de reinvestir e dividir o risco com quem entre no negócio.
quando começar a pensar, de fato, em rentabilidade e lucratividade?
como vimos, rentabilidade é a capacidade da empresa gerar receita para devolver os valores investidos no negócio, quando essa rentabilidade gera retorno com múltiplos (ou seja, para cada R$ investido a startup gera x vezes esse valor) temos um resultado de performance, logo um cenário lucrativo.
a lucratividade tende a ser obtida em momentos do negócio e "perdida" a cada passo de crescimento. por outro lado tem um modelo de negócio rentável pode fazer parte da jornada da startup, assim pense a rentabilidade como o primeiro grande marco financeiro da empresa, entendendo que o modelo "pára em pé", a partir dai você terá resultado para projetar os momentos de lucratividade, retornando os investimentos com condições reais de crescimento.
quer participar da kamelo?
📫 será um prazer criar uma edição respondendo suas dúvidas sobre criação e desenvolvimento de startups, pode perguntar o que quiser aqui:
conhece quem fica perdida(o) com os conceitos de rentabilidade e lucratividade? ou quem acredita que bom mesmo é queimar caixa e captar investimento para ter mais caixa para queimar, mesmo que o volume de receita projetada não pague um iPhone novo? então essa edição pode ser importante para gerar uma reflexão sobre onde focar, se puder, compartilha a kamelo nos teus grupos e redes sociais.
obrigado por ter lido!
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