kamelo #141 | 👴 o que se mantem atual no ecossistema de startups?
uma edição mais reflexiva
👋 olá, Luiz aqui! bem-vinda(o) a mais uma edição da kamelo, minha newsletter gratuita e independente para tratar assuntos relevantes para quem está lançando ou desenvolvendo startups! toda segunda e quinta publico uma nova edição, então para não perder as próximas, te convido a assiná-la aqui 👇
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👴 há 11 anos no ecossistema de startups…
em 2011 eu entrei no ecossistema de startups de Recife pela porta errada… trabalhava com consultoria (tudo que as(os) empreendedoras(es) não queriam nenhum contato). de lá pra cá eu crie startup, vendi startup, facilitei startup weekend, organizei eventos, troquei muita experiência e hoje apoio o ecossistema com oportunidades de investimento e compartilhando aprendizado.
essa newsletter tem crescido com sua ajuda, por isso se você gostou do assunto, compartilha entre seus contatos, grupos e redes, ela pode ser útil para quem está inserida(o) no meio das startups.
DIRETO AO PONTO
o que mudou e o que se mantem na última década?
topa fazer essa edição mais interativa? a lista abaixo foi criada pelas minhas experiências e vivências nos últimos 11 anos, credito que você tenha percepções diferentes da minha, então te convido a responder esse e-mail com o tempo que você está nesse meio e o que acha que mudou e se mantem igual daquela época pra hoje, topa?
das metodologias adotadas como padrão até o próprio ambiente de criação e desenvolvimento de startups… essa última década foi de grandes aprendizados e amadurecimento.
o que mudou?
(1) dependência de seguir padrões metodológicos como "garantia" de sucesso na evolução das startups
em 2011, Eric Ries publicou o "lean startup", livro que se tornou um dos principais pilares para definir o mindset do empreendimento de startups. em paralelo o uso do business model canvas, do Alexander Osterwalder, o scrum, framework ágil, e design thinking disputavam espaço na rotina de quem lançava suas startups no mercado.
programas de aceleração, mentorias e outras estruturas de suporte às empresas baseavam o desenvolvimento do negócio na adoção (quase by the book) desses métodos, entendendo que uma combinação adequada disso tudo aumentaria a chance de sucesso dessa startup no mercado.
o problema na adoção dessas metodologias era a curva de aprendizado sobre quais variações (ou adaptações) necessárias para gerar valor ao contexto de cada startup… sempre que padronizamos processos de criação e desenvolvimento de startups deixamos de lado as [muitas] particularidades dos times, dos mercados alvo e até do produto que está sendo construído.
hoje há uma maior percepção sobre a importância de entender essas metodologias como uma base do que será construído como suporte metodológico desde o dia 1 das startups, seguindo as variações de jornada em cada contexto, se tornando elementos funcionais.
(2) acreditar que as melhores práticas e oportunidades de crescimento viriam das conexões feitas com especialistas no vale do silício
as startups que queriam ter um crescimento mais rápido e sólido buscavam oportunidades de ir para o vale do silício e conquistar isso como um selo de qualidade do produto que estava sendo lançado no mercado.
eu fiz essa rota, sendo acelerado em 2015 na Plug and Play (Sunnyvale-CA), chegando lá fui surpreendido com a forma que os especialistas direcionavam startups no início da jornada… seguiam a mesma premissa: "sua startup precisa captar rápido, crescer no EUA e brigar para ser o próximo unicórnio", sem criar um envolvimento (até pelo volume de negócios novos que surgiam ou chegam lá).
por outro lado, aprendi algo que me acompanha até hoje: o comportamento empreendedor, em geral, é pautado em rotinas de alta produção das 9am às 5pm, aproveitando melhor o tempo para identificar rápido os fatores de crescimento no mercado, pensando no mercado global (a partir de uma validação nos EUA).
hoje esse comportamento do vale mudou, até no vale! continuamos criando startups buscando oportunidades que impulsionam o negócio no mercado, mas sem entrar no espiral da corrida pelo próximo unicórnio… esse comportamento tinha dias contatos e a virada chegou, como falei mais na kamelo #132.
(3) os programas de aceleração eram os principais canais de acesso ao smart money, sendo a melhor forma de conseguir uma primeira captação
aqui no Brasil houve um boom de aceleradoras, especialmente com o surgimento do programa federal startup Brasilque incentivava os investimentos das aceleradoras com entrega de valores complementares nas startups selecionadas.
nessa época muitas startups conseguiram um primeiro investimento relevante para lançar e posicionar seus produtos no mercado. criando, assim, uma base forte de novos negócios, cujas(os) empreendedoras(es) influenciam o mercado até hoje… eu tive minha startup selecionada na wayra (do grupo telefônica) na mesma época da plug and play, optei pela plug.
com o fim do startup Brasil, poucas aceleradoras conseguiram se manter ativas planejando sua atuação apenas com capital próprio (a taxa de insucesso das startups aceleradas nessa época foi enorme).
hoje há, novamente, muitos programas de aceleração, infelizmente boa parte sem investimento financeiro necessário para apoiar o desenvolvimento das startups selecionadas. quando olhamos para o aumento do volume de startups no ecossistema vs. o volume de oportunidades de aceleração (com investimento) percebemos que o acesso às acelerações está cada vez mais difícil.
mesmo com diversas mudanças e uma nova geração empreendedora, há coisas que seguem existindo (e fazendo sentido) à jornada das startups e aos ecossistemas.
o que se mantém?
(1) a importância de um time fundador disponível para executar as atividades chave nas startups, especialmente no início da jornada
a disponibilidade e a capacidade técnica são fundamentais para o desenvolvimento das startups. hoje, por mais que seja difícil encontrar profissionais técnicos para ter como co-fundadoras(es) há um aumento na qualidade e diversidade de ferramentas no-code que suportam a criação de produtos iniciais para entrar e validar o impacto deles no mercado.
eu tive muita dificuldade (e vários perrengues) para lançar minha startup sem um perfil técnico no time fundador, lembro que meu "MVP" era uma página simples com diversas funcionalidades feitas em planilha com uma tonelada de fórmulas para validar o fluxo de serviço proposto ao mercado… hoje poderia contratar uma empresa como a codenutspara otimizar o tempo de produção de um produto inicial para validar rápido.
a disponibilidade para empreender não diz respeito ao tempo que você disponibiliza ao desenvolvimento da startup, mas sobre o impacto e a qualidade do tempo empregado às atividades chave do negócio.
(2) os fundos de investimentos seguem avaliando startups pelo seu potencial de retorno financeiro
o que estamos vendo (quase todos os dias) sobre o cenário de investimento em startups não é uma mudança nas projeção, mas na ênfase dada sobre as áreas de análise e na relação entre potencial de crescimento no mercado vs. o potencial de retorno financeiro por sustentabilidade de modelo.
nessa última década continuamos vendo um foco nos modelos B2B (com maior previsibilidade de receita) e nas rodadas de seed money. por mais que o crescimento dos valores totais investidos nos últimos anos tenha uma queda, ela não se dará por falta de capacidade de investimento, mas pela estratégias de análise dos negócios.
o cenário de venture capital tem colocar aspectos de sustentabilidade dos modelos de negócios como elemento chave na precificação das startups e no desenho de saída futura.
(3) o entendimento do contexto de mercado para identificar problemas ou oportunidades relevantes é a melhor forma de iniciar a jornada de startups
cada vez mais mercados estão abertos às soluções entregues pelas startups, reflexo do crescente impacto do digital nas dinâmicas e comportamentos desses mercados. o que não significa que há facilidade na entrada de novos produtos.
essa abertura tem dois impactos diretos: (1) há mais dados acessíveis sobre os contextos problemáticos e|ou das novas oportunidades, facilitando a validação da relevância desse contexto que justifique a criação de um novo produto digital, porém (2) há [muito] mais soluções concorrentes aumentando a complexidade nas estratégias de entrada e disputa por potenciais clientes no mercado.
focar no bom entendimento sobre o contexto de mercado, analisando a relevância do problema ou o tamanho da oportunidade é o passo fundamental para decidir de uma ideia que temos tem potencial de se transformar numa startup com produto viável e modelo de negócio sustentável.
o que encontrei na WEB
encontrei algumas publicações antigas que seguem válidas até hoje!
🇺🇸 techrepublic - follow these 10 steps to turn your idea into a startup;
🇺🇸 forbes - the complete 35-step guide for entrepreneurs startuing a business;
obrigado por ter lido!
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