kamelo #142 | 🤖 existe método no início de uma startup?
dá pra gerir uma startup que nem lançou seu produto?
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já fez o busines model canvas da sua startup?
se você está à frente de uma startup, provavelmente alguém te fez essa pergunta e, quase certeza de você ou não ter feito ou ter feito só para dizer que fez… essa é uma das muitas provocações que gosto de fazer para colocar em xeque todo método adotado no início da jornada de qualquer startup.
DIRETO AO PONTO
tem algum método que funcione desde o dia 1 das startups?
metodologias, ferramentas, [boas] práticas, padrões… será que isso importa quando mal temos uma ideia de negócio para nossa startup? se você já tem uma startup em operação (ou teve uma) deve lembrar desse início, comenta no final dessa edição o que disso você fez e qual o impacto.
pesquisar - agir - organizar - coordenar - gerir - melhorar… esse é um ciclo [sem fim] que nos acompanha desde o dia que decidimos criar uma startup até ela se tornar uma empresa consolidada e competitiva.
no livro crossing the chasm (atravessando o abismo) do geoffrey a. moore, entendemos que da conquista de primeiras clientes até a consolidação do nosso produto no mercado há um abismo que consome boa parte das startups que se lançam no mercado.
aprender como passar por essa etapa da jornada e se preparar pra isso é fundamental para definir o potencial de sucesso (ou fracasso) do negócio que criamos, infelizmente muitas startups só descobrem que não tem fit com o mercado depois que já estão tentando [de qualquer forma] vender seus produtos.
hoje eu quero falar de um abismo que surge antes desse…
o primeiro abismo complexo que surge no desenvolvimento de startups é o de como colocar um produto no mercado… ou seja, o que precisamos fazer até ter algo para oferecer às pessoas (ou pessoas nas empresas).
1º [grande] objetivo de toda startup: lançar um produto (eventualmente mínimo) para iniciar o relacionamento dele com os perfis de mercado que possam se interessar. nessa etapa, quais os resultados chave para alcançar isso? entre tantas coisas que você pode estar pensando, deve ter:
o entendimento do mercado, seus comportamentos, dinâmicas e tendências;
a identificação e validação dos segmentos de clientes com maior alinhamento;
a análise do cenário de concorrência direta ou indireta;
o alinhamento na percepção de valor nas soluções propostas.
voltando ao ciclo que vivenciamos nesse processo…
nosso primeiro papel à frente das startups é levantar hipóteses (ou perguntas) para identificar as respostas no mercado… precisamos perguntar muito para, com mais respostas, entender mais o que vale (e o que não vale) a pena executar.
pesquisar - por mais especialistas que sejamos no mercado alvo da nossa startup, precisamos adotar uma postura de quem está sempre pesquisando, coletando e tratando informações desse mercado;
agir - desenvolver uma startup é uma atividade [constantemente] dinâmica, o que nos faz estar sempre executando algo em prol de validar e|ou construir algo necessário para compor o que será colocado nas mãos do mercado;
organizar - esqueça os quadros com a frase "move fast and break things", se não houver uma rotina [mínima] de organização do que foi coletado no mercado, usando isso como base de aprendizado útil para dar o próximo passo;
coordenar - quando conseguimos aprender com a execução, entendemos como coordenar nossas estratégias e [principalmente] a definir nosso prioridade pelo impacto que uma certa atividade tem sobre o desenvolvimento do nosso negócio;
gerir - o entendimento de gestão é complexo e confuso nas startups, especialmente quando não há um balanço sobre o que da gestão é válido para o momento que as startups estão vivendo hoje… mas não podemos deixar de lado os conceitos de gestão;
melhorar - não existe produto completo, não existem modelo único, não existe rotas de desenvolvimento padrão. toda startup está em constante estado de melhoria, o que nos faz ajustar nossas estratégias para identificar [continuamente] pontos de melhoria.
por que defendo o uso de OKR desde o dia 1?
já ouvi e|ou li muita gente criticando o uso de OKR nas startups, especialmente em ações não relacionadas ao desenvolvimento do produto e muito mais no início do desenvolvimento das startups.
concordo que se você ler o avalie o que importa do John Doerr que apresentou uma definição de OKR a partir das suas rotinas de trabalho em grandes empresas de tecnologia, e tomar isso como um padrão de aplicação do método em um time com 2 ou 3 pessoas, certamente você não verá valor algum (talvez até atrapalhe mais que ajude).
o ponto é que você pode partir dessa base proposta pelos OKR para chegar no arranjo que funciona hoje na sua startup… mantendo o foco em:
ter uma melhor visão do negócio - por mais que você não tenha um produto no mercado, é preciso olhar essa organização inicial como um negócio [em potencial], criando estratégias mínimas em busca de conquistas relevantes [para a startup] ao longo do ciclo de execução;
ter objetivos de curto prazo: o segredo de um planejamento viável na sua startup é ajustá-lo a um tempo de execução que você seu time fundador conseguem se manter focados ao redor de uma conquista relevante… isso tem sinergia com a disponibilidade e|ou capacidade dessas pessoas sobre o negócio;
priorize quais resultados quer ter primeiro - prioridade é pra ser usada [sempre] no singular, isso significa que você tem algo mais importante que todo o resto para fazer por vez. por mais que o ciclo de planejamento e execução seja de dois dias, nesse período saiba qual a sua prioridade e foque nela.
no início de qualquer startup, onde não há um produto para entregar ao mercado, não existirão objetivos tão complexos que não podem ser acessados em até duas semanas de trabalho… se você cria essa relação [simples] de planejar e executar sabendo das prioridades e tendo visão sobe o que precisa ser conquistado agora, você terá um método de trabalho que funciona na sua realidade!
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esqueça os métodos by the book…
mas crie e mantenha uma rotina [organizada] de planejamento e execução de atividades apontando para os objetivos relevantes e alinhados ao que faz sentido ao momento do seu negócio, especialmente esse primeiro abismo: lançar um primeiro produto no mercado.
pense nesse fluxo:
qualquer estratégia / estrutura de execução estará diretamente relacionada à disponibilidade e capacidade (nesta ordem) de execução das pessoas que compõem o time fundador… isso não tem a ver com a velocidade de execução, mas a qualidade na descoberta de informações relevantes, de aprender e construir uma solução viável.
disponibilidade: o tempo que conseguimos dedicar (focadas(os)) nas atividades chave;
capacidade: impacto no negócio das atividades chave executadas.
o que vai te ajudar a definir qual o seu foco de trabalho e seus pontos fortes para gerar maior impacto no suporte ao desenvolvimento da startup e o potencial de geração de resultado pelo time fundador;
onde estarão boa parte das hipóteses para validar com o mercado e conseguir as respostas para uma tomada de decisão assertiva, mesmo que o time fundador não domine o assunto, poderá aprender nessas interações;
o que será encaixado em janelas de oportunidade, de acordo com o momento vivido pelo negócio e pelo amadurecimento do time fundador a partir das descobertas de mercado;
o que, se for relevante, poderá ser repassado para outras pessoas, cuja capacidade e disponibilidade de execução façam mais sentido, em geral isso não entrará nos planos de execução do time fundador.
afinal, qual método viável?
resposta rápida: a rotina de organização que fizer sentido ao seu time fundador e ao momento da sua startup…
quando pensamos em método somos levado a um contexto mais travado por regras que não podem ser quebradas ou deixadas de lado, o que afasta as startups em fases mais iniciais de qualquer possibilidade de organização, sendo o ambiente caótico aceito como “padrão”.
em mercados cada vez mais competitivos, a qualidade do processo de criação e lançamento de produtos precisa ser (re)pensada desde as primeiras validações. na busca por respostas relevantes sobre as perguntas que precisam ser feitas, na nossa capacidade de aprender com isso e traduzir os dados de mercado em conjuntos de funcionalidades, usabilidade e fluxos que façam sentido nas mãos das usuárias.
se no meio disso tudo você conseguir estabelecer e manter uma rotina de planejamento [mínimo] para uma execução coordenada… sem burocracias, regras desnecessárias e hierarquias, você terá maiores chances de descobrir o que é e o que não é viável na sua startup.
obrigado por ter lido!
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