👋 olá, Luiz aqui! bem-vinda(o) a mais uma edição da kamelo, minha newsletter gratuita e independente para tratar assuntos relevantes para quem está lançando ou desenvolvendo startups! toda segunda e quinta publico uma nova edição, então para não perder as próximas, te convido a assiná-la aqui 👇
alguns avisos:
te convido para nosso canal no discord
e para ouvir o podcast "papo de kamelo”
hoje o tema é minha história
sempre trago minhas experiências de forma pontual, a medida que cabe nos temas abordados por aqui, mas hoje eu decidi trazer um compilado de aprendizados que tive com os erros cometidos na minha mais importante experiência empreendedora… não estou escrevendo uma defesa de regras, mas relatos que podem despertar pontos de atenção na sua jornada.
a kamelo tem crescido com sua ajuda, cada semana mais pessoas se conectam aos nossos conteúdos, isso tem acontecido pela quantidade de compartilhamento das edições entre seus contatos nos grupos que fazem parte e até nas redes sociais… quer ajudar no crescimento da kamelo? te convido a compartilhar também!
DIRETO AO PONTO
empreender é como se lançar em mar aberto
nunca tive vontade de empreender…
eu comecei a construir minha carreira muito novo como professor de matemática, eu me sentia bem ajudando adolescentes a se preparar para a entrada na universidade, tratando uma das matérias mais odiadas como algo que pode ter [real] utilidade em contextos que vão além das engenharias. em 5 anos dei aula para mais de 1000 pessoas, algumas das quais acompanho até hoje e me orgulho por ter participado (de alguma forma) das suas histórias.
por outro lado, como muitos adolescentes dos anos 90, eu cresci com a popularização de novas tecnologias e, claro, da internet…
essa influência me fez repensar muito sobre a forma que aprendi matemática nas escolas e o que poderia entregar uma nova experiência com a matéria, considerando que meus estudantes estavam ainda mais conectados que eu. eu comecei a usar alguns elementos tecnológicos a meu favor, desde criar um site onde colocava todos os textos-base das minhas aulas e exercícios extras até usar o prezi (em suas primeiras versões) para ensinar graficamente os elementos da geometria espacial.
em 2010 eu li algo que me fez criar coragem de mudar tudo…
ganhei o livro "the tipping point" do Malcolm Gladwell, a leitura me fez perceber o tanto de oportunidades que deixamos de lado pelo medo de arriscar tudo em uma nova jornada profissional… nem sempre a motivação para mudar nossa rota é pautada nas mais informações mais sólidas, por isso que no começo de 2011 eu resolvi me jogar em uma jornada completamente nova, aceitando uma posição de estágio em uma empresa de consultoria que me tiraria das salas de aula.
em um ano nessa empresa me certifiquei em gestão de projetos (CAPM), scrum, CMMI (nosso modelo de implementação) e até java! minha velocidade de aprendizado veio da necessidade de entrar de vez nesse contexto de apoio às melhorias de processos nas empresas de tecnologia, dando o melhor que poderia fazer convergindo a matemática com esses conceitos de gestão.
recife, que tem maturidade tecnológica há décadas, estava iniciando seu movimento de startups e, claro, queria fazer parte…
ainda em 2011 eu, cheio de certificações debaixo do braço, resolvi que ajudaria startups a se desenvolverem através de uma melhor gestão de processos… até criei uma plataforma chamada nordesTInove (achei o nome incrível, junção de nordeste, TI, inovação e os nove estados da região) e levei para as(os) empreendedoras(es) locais, até que thiago diniz (na época CEO do eventick, hoje CTO da hent) me deu um dos melhores feedbacks que recebi: "como você quer ajudar startups, se você nunca teve uma e nem sabe o que elas precisam?”
demorei para entender (e aceitar) esse feedback, achava que ter conhecimento formal seria a "bala de prata" para as startups, muito fácil achar isso do lado de fora da comunidade… em 2012 eu li o livro "startup weekend" que, como o nome já pré-supõe, conta a história desse que é o maior movimento empreendedor a nível global. depois que li soube qual seria a porta de entrada para esse ecossistema, até que em agosto de 2013 minha vida mudou mais uma vez.
e agora, como saberei qual projeto vale mais a pena?
quando cheguei no meu primeiro startup weekend em agosto de 2013, me sentia totalmente por fora, não conhecia ninguém e muitas pessoas pareciam ter crescido juntas… no primeiro dia do evento são apresentadas diversas ideias de startup para serem criadas no final de semana, assisti tudo pensando criteriosamente qual valeria mais a pena entrar, mas todas as ideias eram ruins de alguma forma… claro, eram só ideias faladas em 1 minuto!
eventos como o startup weekend não estão preocupados em ver a execução das melhores ideias, a proposta é fornecer um ambiente, um processo mínimo e estratégias orgânicas para você experimentar o início da jornada empreendedora, se permitindo testar, errar, mudar e aprender… em meio a tantas ideias diferentes, uma me chamou atenção porque lembrava uma pesquisa que tinha feito na universidade sobre "preenchimentos de espaços tridimensionais".
essa era a base da ideia apresentada por tony celestino para a lotebox, usar o compartilhamento de espaços em contêineres, aumentando as oportunidades de transporte para empresas, cujo volume transportado, não preencheriam um contêiner na sua totalidade… quase um "airbnb" de cargas, sobrou um espaço? coloca a carga de outra pessoa para dividir os custos.
para não ficar uma edição muito longa, dividirei essas experiências em duas partes, então fica esperta(o) que logo menos sairá a segunda parte dessa jornada de muito aprendizado 🤗
o que aprendi desse final de semana em 2013 até março de 2017, quando sai de vez dessa startup?
os aprendizados que separei hoje surgiram de erros cometidos, coisas que evitaria repetir em novas experiências, sabendo que esse tipo de situação não serve para "achar culpados", sim para amadurecer como profissional à frente dos seus negócios. espero que essas lições te faça evitar alguns erros comuns… e outros nem tão comuns assim.
1) não crie uma narrativa para justificar uma validação fraca
não tem como lançar uma startup sem acreditar que essa proposta vai chacoalhar o mercado, ninguém pensa sua criação como mais uma, assim foi conosco, acreditávamos que a proposta de compartilhamento de espaços em contêineres seria uma demanda tão grande que de forma natural um produto digital seria desejado por um mercado ainda tão distante de novas tecnologias (naquela época).
de fato conversamos com pessoas que tinham experiências diversas no cenário de logística internacional, pessoas que trabalhavam com China, Angola, Chile, EUA,… parecia ser uma dor comum (e até padrão) nas principais rotas internacionais. mas o mercado de logística internacional está longe de ser trivial, há aspectos que vão muito além de inserir coisas em contêineres e despachá-los em viagem.
se você está entrando em um mercado complexo, cheio de players que interferem ou sobre com os processos, antes de "bater o martelo" na sua validação inicial, entre de cabeça para descobrir o máximo de "se" dos processos e descubra qual a melhor janela de oportunidade… iniciamos a validação de solução com pouca informação de mercado, o que nos fez mudar muito as estratégias e o tempo de entrada no mercado.
2) não busque mídia sem o mínimo de resultados reais
quando seu negócio tem um diferencial que chama atenção (era nosso caso) é comum querer mostrá-lo logo para o mercado, mobilizar potenciais primeiras(os) clientes e investidoras(es), o problema está em falar demais do que será o produto sem nem ter fechado o ciclo inicial de validações… isso só vai tirar o foco do que importa.
tínhamos pessoas muito interessadas em fazer a startup dar certo, queríamos mostrar isso o quanto antes, por isso fomos em eventos caros, falamos demais sobre o que nem estava entendido, isso criou uma expectativa em potenciais investidoras(es) e até na gente que enfraqueceu a disponibilidade que cada um tinha para "sujar as mãos" nas interações iniciais.
você não lança uma startup com propostas, você lança com perguntas que precisam ser respondidas, entendidas e usadas para (ai sim) construir uma proposta que possa ser testada com perfis que tenham maior proximidade com a demanda identificada. gere resultados e fale deles, visão inicial, propostas sem validação e dados de mercado não vão criar conexões reais, só vão fazer você pensar em algo que nem sabe ao certo como será daqui algumas semanas.
listei mais 8 lições aprendidas, elas virão na parte dois desse conteúdo. por isso já fica esperta(o) que a parte 2 será publicada no dia 8 de setembro 🤗
quer apoiar a kamelo?
tudo da kamelo é feito de forma independente, criado, escrito e editado por mim, Luiz. se você quer apoiar esse projeto que já tem 958 pessoas inscritas, me manda um e-mail para que possamos desenhar algo que faça sentido para sua empresa e, principalmente, para quem consome o conteúdo 🤗
obrigado por ter lido!
antes de fechar essa página, deixa uma avaliação sobre essa edição 🤗
ah! se você tem gostado da kamelo e quer ver a news crescer, agora você pode me pagar um café para que possa investir mais nos conteúdos, basta clicar no cafezinho