kamelo #194 | até onde vai sua vontade de empreender?
Bullet Ball: A Jornada de Marc Griffin entre Sonho, Esforço e Oportunidade no Mundo Empreendedor
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se você está empreendendo uma startup que ainda não se estabeleceu no mercado, já deve ter ouvido alguém perguntando: “por que você ainda insiste nisso?”. a decisão de criar algo do zero não é trivial, ainda mais negócios em ambiente de incertezas.
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sua startup é um bullet ball?
Marc Griffin ficou conhecido por sua participação (desastrosa) em um desses programas americanos que buscam inventores talentosos. com um sonho de criar o próximo jogo olímpico, sua história se tornou uma das mais peculiares quando pensamos em comportamento empreendedor… e com reflexões úteis para quem está apostando em ideias de startup.
recentemente ouvi um episódio do boa noite internet que falou sobre a história do Marc Griffin pela história do vídeo acima, onde o bullet ball foi apresentado pelo Marc numa competição de inventores em busca de investimento (tipo um shark tank).
a história me chamou atenção quando soube do que havia acontecido até aquela apresentação. ao longo de 26 anos ele apostou tudo que tinha, incluindo seu casamento, para construir o que acreditava poder se tornar um esporte olímpico, o bullet ball, jogo que parece um “air hockey” em uma mesa redonda.
essa é uma história de alguém que dedicou todo esforço na execução de um sonho, a ponto de parar de entender o que faz ou não sentido no mercado.
bom, o que me trouxe a essa edição foi uma pergunta: o que é o ponto de equilíbrio entre nosso sonho, nosso esforço e as oportunidades? e, sabendo qual o ponto, como podemos alcançá-lo para nossa jornada empreendedora?
vale tudo por um sonho?
infelizmente a rede está cheia de histórias de quem conquistou muito sucesso por acreditar numa sonho grande (tem até livro sobre isso), o que nos dá um entendimento distorcido sobre a jornada empreendedora. até que ponto depositar todas as nossas fichas em um sonho é saudável para nossa experiência e maturidade empreendedora?
sim, precisamos nos acostumar a ter ideias quando decidimos empreender, as ideias nos movem, mas podem tirar nosso foco do que precisa ser feito para justificar tudo que abrimos mão para ter resultados reais.
mas todas(os) temos ideias, o que diferencia empreendedoras(es) das(os) demais é o esforço que dedicamos para transformar alguma dessas ideias em algo tangível e útil, mas afinal…
quanto custa uma ideia?
a história do Marc Griffin mostra alguém que tinha tanta certeza sobre o potencial da sua ideia que deixou de fazer sentido (para ele) ouvir e entender tudo que acontecia ao redor… será que o mercado entende a proposta e percebe valor do bullet ball? isso deixou de ser importante, nada era maior que a certeza desse ser o próximo esporte olímpico.
quando nada mais importa, além da paixão que temos pelas nossas ideias, todo investimento faz sentido mesmo quando isso envolve gastar todos os nossos recursos, comprometer tudo que construímos, deixar de lado nossas relações mais profundas pela crença de sucesso garantido!
e quando percebemos que não há relevância sobre nossas ideias quando apresentadas ao mercado? o que sobra? o fato é que…
as ideias precisam ser (bem) interpretadas!
se você chegou até aqui deve estar pensando que a ideia do Marc Griffin não resistiu à negativa dos jurados, sua reação no vídeo mostra o quanto ele não esperava ter alguém do outro lado que não visse o potencial do bullet ball como ele via há 26 anos.
mesmo não se tornando um esporte olímpico, Marc descobriu que a dinâmica do jogo permitia que as pessoas jogassem sentadas ou de pé… o que torna esse esporte inclusivo e viabiliza sua implementação em diversos ambientes, pois é o bullet ball existe até hoje!
o que faltou nos 26 anos de dedicação do Marc? bom, difícil resumi tudo em poucas palavras, mas essencialmente a falta de uma rotina de validação para identificar quais oportunidades viabilizariam a popularização desse esporte.
muitas vezes as oportunidades estão em segmentos de mercado que não estamos dando atenção, seja por querer alcançar mercados de massa, seja por uma percepção pessoal sobre sucesso (afinal, quem não queria ser o criador de um esporte olímpico?), porém…
o que aprendemos com a história do Marc Griffin?
1️⃣ não abra mão de uma rotina de validação
a validação é uma das melhores estratégias para questionar nossas hipóteses e nos permite entender como nossas ideias são percebidas pelo mercado e, a partir desse entendimento, quais propostas de solução fazem sentido aos contextos.
quando devemos começar o fluxo de validações? em um ambiente de incertezas, sempre há hipóteses e propostas que precisam ser validadas. quanto mais perguntas fazemos aos perfis envolvidos no contexto, maior a assertividade do que estamos construindo, então não há dia para começar ou terminar as ações de validação.
2️⃣ esteja pronta(o) para mudar sempre que for necessário
parte importante na jornada de qualquer negócio é saber a hora de mudar, isso faz parte do processo de aprendizado. o desenvolvimento de startups é um fluxo de busca contínua pelo melhor encaixe entre as demandas de mercado e a oferta de valor pelo que está sendo entregue como produto.
as mudanças podem ser de produto, de estratégia de implementação ou até o mercado… por isso que as startups demandam conhecimento sobre práticas emergentes que nos permitem testar possibilidades e ajustar o processo sempre que não houver uma conexão viável com o mercado.
3️⃣ entenda o papel dos feedbacks
nem sempre quem está de fora entende como enxergamos a importância do nosso negócio, o que não significa que as opiniões não devam ser ouvidas. não há dúvidas que os feedbacks mais importantes são os de potenciais clientes, afinal tudo que estamos construindo é para conectar com o mercado.
porém, ouvir outras opiniões, pode nos ajudar a manter nosso foco no que é essencial para que o negócio tenha resultados reais de mercado, mas todo feedback precisa ser entendido e conectado às estratégias de negócio.
4️⃣ empreender é um compromisso de longo prazo
parte fundamental da jornada empreendedora é saber que o processo não é pela busca do resultado de curto prazo, o conceito de jornada é derivado de um compromisso de longo prazo. por mais desafiador que seja, a busca por um posicionamento competitivo no mercado resulta de conquistas recorrentes.
mas, afinal, qual ponto de equilíbrio e como conquistá-lo?
sonho + esforço (sem oportunidade) = tempo perdido
sonho mais oportunidade (sem esforço) = ideias soltas
esforço + oportunidades (sem sonho) = necessidade
o ponto de equilíbrio é dinâmico, varia ao longo do desenvolvimento da startup e é dado por uma combinação única de como você lida com esses três aspectos.
não pare por aqui
sem dúvidas que o nubank tem amadurecido mais rápido que nunca, a expansão no mercado internacional tem mostrado como o mercado financeiro brasileiro pode ser grande influência internacional;
eu tenho acompanhado o desenvolvimento de vários ecossistemas de startups na África, é incrível perceber como diversas cidades estão amadurecendo rápido, criando novas oportunidades que unem demandas locais com todo um potencial criativo das(os) empreendedoras(es), como tem acontecido na África subsaariana.
reflexões importantes do mercado digital e análise de livros, esses são os pontos fortes da newsletter da
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