minha teoria do uno básico
por que a compreensão errada sobre MVP pode levar ao fracasso rápido de startups?
provavelmente você já deve ter buscado “MVP” no google e se deparou com uma imagem falando “o que é MVP” como essa:
a mensagem forçada por trás dessa imagem sempre me incomodou, não estou nem falando sobre o fato do skate e o carro serem elementos com proposta de valor distintas, o que elimina qualquer comparação evolutiva.
hoje eu quero compartilhar uma abordagem sobre MVP que uso quando paro para explicar como cada startup pode definir seu produto mínimo viável que permita ter uma primeira responsabilidade com o mercado.
se você acha confuso o tanto de explicações compartilhadas sobre MVP, vou tentar simplificar ao máximo, sem deixar a qualidade de lado, então vem comigo nesse papo!
por que tantos produtos falham com poucos dias no mercado?
boa parte das startups terão a jornada interrompida por alguma falha cometida, mas há momentos que mitigar os riscos de falha otimiza um fluxo de aprendizado e amadurecimento empreendedor. um desses momentos é o lançamento do MVP para uso inicial do mercado.
se você colocar no ar algo que não gere percepção de valor a partir do uso, é provável que seu entendimento sobre MVP não correspondeu às expectativas do perfil inicial de clientes.
📜 vamos começar do básico, MVP: produto mínimo viável.
ser visto como produto: qualquer produto precisa de um fluxo operacional que garanta uma experiência de uso completa, com começo, meio e fim. dessa forma não faz sentido dizer que o MVP é um produto incompleto;
ter estrutura mínima: o entendimento sobre mínimo só faz sentido quanto pensamos no conjunto essencial de funcionalidades que garantam a entrega de valor projetada;
aspecto de viabilidade: a viabilidade é o que une os aspectos essenciais de produto numa experiência que gere valor, justificando a decisão pelo uso do produto, mesmo que por um público alvo inicial.
sabendo disso, o desafio sempre será entregar um conjunto mínimo de funcionalidades capaz de gerar valor a partir do uso pelo perfil ideal (inicial) de clientes.
para garantir que estamos na mesma página preciso deixar claro algo que sempre gera dúvida: não confundo protótipo com produto. vamos entender definitivamente a diferença entre eles:
os protótipos são elementos fundamentais para entender o uso, a importância e o impacto dos elementos que vão compor o produto, dessa forma os protótipos pode ser funcionais ou não, tudo vai depender do objetivo sobre o que precisa ser descoberto;
o uso dos protótipos como elemento estratégico servirá para priorizar o que é função primária das funções complementares, algo que pode reduzir a chance de erro após lançamento de produto no mercado;
os protótipos farão parte de toda jornada do produto, fazendo parte dos testes necessários para estabelecer o desenvolvimento e melhoria contínua do produto;
todos produto precisa, por premissa, ter um fluxo de funcionalidades que deixe claro as etapas de uso com começo, meio e fim, nesse caso os produtos são arranjos de funcionalidades validadas e priorizadas pelos protótipos.
agora temos toda base para falar da minha teoria do uno básico… ou como dizem por aqui, o uno pelado!
o MVP pode até não gerar percepção de valor a partir do uso no mercado, mas é possível evitar colocar no mercado algo que não seja entendido como um produto, para evitar esse tipo de situação, envia essa edição da kamelo para todo mundo que você conhece no ecossistema de startups
minha teoria do uno básico
gosto de exemplificar a estratégia para desenvolvimento do produto inicial de uma startup com o desenvolvimento de um novo modelo de carro, o que dá uma visibilidade mais assertiva não só sobre a diferença entre protótipo e produto, mas no entendimento sobre o que realmente é um MVP.
se você é responsável pelo desenvolvimento de um novo modelo de carro, faz sentido você lançar um skate como versão inicial? percebe que isso não faz sentido por não apresentar a mesma proposta de valor projetada para o mercado?
nas startups a lógica é a mesma, não faz sentido imaginar que se a proposta de solução é otimizar uma certa operação empresarial, um site com um vídeo e um formulário para captar email não pode ser considerado um MVP, concorda?
tudo que é feito pré-lançamento da versão do produto tem como objetivo descobrir a combinação mínima que pode ser utilizada como produto, não como protótipo. é por isso que todo carro só é colocado em linha de produção depois de um rigoroso processo de testes e validações.
por mais caro que seja esse processo, é infinitamente mais barato corrigir um protótipo que um produto depois de lançado.
pré-lançamento é preciso estabelecer o público alvo inicial (os early adopters) a partir das demandas, comportamentos e desejos, um processo que vai até o time conseguir garantir que o produto tem todas as funções essenciais para atingir o primeiro objetivo de qualquer produto lançado pela primeira ao mercado: gerar percepção de valor e validar o primeiro modelo de negócios.
todas as atividades de validação pré-lançamento são fundamentais para definir o que é essencial do que é apenas desejável. não é uma regra para isso, mas lançar um produto apenas com os elementos essenciais dão maior agilidade no aprendizado a partir das primeiras interações do mercado.
mas, afinal, o que é um uno básico?
essa minha teoria é para fortalecer a visão sobre o que é um produto construído apenas com as funções essenciais, nada mais que isso! por isso eu considero essa comparação a mais efetiva na visão de MVP.
todo MVP tem que ser útil para uso do mercado (mesmo que apenas um perfil inicial de clientes), isso significa ter todas as funções essenciais. mas o que define se uma função é essencial ou não? a ausência dela, se uma funcionalidade pode ser retirada da versão inicial do produto sem interferir na experiência de uso, certamente não é uma funcionalidade essencial.
voltando ao exemplo dos carros, o conceito de essencialismo das funcionalidade pode ser entendido como o que é “porta” do que é "vidro elétrico”. qualquer carro pode ser lançado sem vidro elétrico, mas via de de regra, não dá para ter um carro sem porta, percebe a diferença entre funcionalidades essenciais das desejáveis?
como chegar no “uno básico” da sua startup?
primeiro ponto importante, você precisa achar a rota mais curta possível para ter um produto inicial lançado ao mercado, isso significa ter uma tomada de de decisão rápida sobre os elementos essenciais para compor o MVP.
tem algumas perguntas que podem nortear esse entendimento sobre ter ou não um MVP pronto para entrar no mercado:
todas as funções selecionadas para o MVP foram testadas e validadas?
a combinação das funções aplicado ao uso entrega o valor pretendido?
esse conjunto mínimo de funções pode ser comercializado?
lembre-se do que disse Reid Hoffman, co-fundador do linkedin: “se você não tem vergonha da primeira versão do seu produto, você lançou tarde demais”.
entregar o produto mais básico pode não brilhar seus olhos, mas se fizer sentido para um conjunto inicial de potenciais clientes a ponto de convertê-las(os) pagantes, você acertou em cheio no MVP!
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nos vemos na próxima edição 🤗
Parabéns pelo texto esclarecedor.