03 de Junho
Em 2006 chegava ao fim a união entre Sérvia e Montenegro, duas grandes forças econômicas da antiga União Soviética, nascendo a República de Montenegro...
O que acho interessante da história dos países ligados à união soviética (no caso de Montenegro, derivada da República Socialista da Jugoslávia) é como uma ligação política foi desfeita pela busca de uma identidade própria e o direito de construir o futuro da sociedade debaixo dos interesses locais (além da independência política e econômica).
Voltando ao nosso contexto Sobre Startups
Quando voltamos no tempo para olhar o papel de liderança e gestão, identificamos um figurão com alto grau de conhecimento sobre processos e pouquíssimo trato com as pessoas (como se a responsabilidade da empatia com os colaboradores fosse responsabilidade apenas do RH).
Controlar processos era a estratégia que garantia a geração de resultados relevantes para o contexto, com isso abre-se um grande espaço para as pesquisas aplicadas sobre qualidade do que ela produzido, vinculando à eficiência dos processos.
Só que, mais que controlar processos, o papel de liderança se via na responsabilidade de comandar e controlar pessoas, substituindo a individualidade por... processos de trabalho (ou boas práticas pra soar bem entre as pessoas). Ou seja, se as lideranças e seus liderados fossem representadas por um desenho animado poderíamos usar "Pink e Cérebro", onde um manda e os outros obedecem... e sempre dava muito errado.
Mas fato que seguir processos gera resultado, tá ai o "Modelo Toyota" que não nos deixa mentir.
Sim, processos dão clareza sobre o andamento das atividades, otimizam fases operacionais e potencializam a entrega de resultados. Tanto que do Modelo Toyota veio o "just in time" para o setor automotivo e o conceito do Lean que é uma das bases comportamentais nas startups.
Se do método comando e controle surgiu algo tão relevante em nossos dias, qual o problema com o perfil de gestão associado a esse contexto? O problema está na relação líder-liderado, e como isso afeta o desenvolvimento e a entrega do produto ou projeto.
Quem controla deveria saber tudo...
O primeiro problema prático surge do interesse pelo controle. Imagine-se pilotando um avião sem as mil tecnologias de suporte que existem, esse objetivo estará sob seu controle, portanto é esperado que você domine todas as funções presentes na cabine para garantir que a viagem saia do aeroporto A e pouse no B.
Quem controla sabe... ou precisa saber de tudo naquele contexto.
Por outro lado, imagine a liderança de uma fábrica de carros. Liderança essa que acredita e defende um escopo de controle... agora não são algumas centenas de botões e alavancas dentro de um espaço com 2 metros quadrados, estamos falando de milhares de informações em centenas de etapas distribuídas em dezenas de setores.
Se deparar com o desconhecido é muito mais comum na fabricação de veículos que pilotando um avião antigo (e olha que comumente quem pilota ainda conta com suporte direto). Porem, reconhecer que não sabe, para quem defende o controle é sinônimo de fraqueza.
"Não sei... ainda"
Se não saber é ruim pra quem controla, é necessário aprender tudo de tudo... me permita a citação à lá tiozão: "quem sabe tudo, não sabe nada". Não piloto avião, mas me arrisco dizer que nem quem pilota sabe tudo, imagina quem lidera equipes complexas e diversas.
Quem lidera tem um crush com o desconhecido
O desconhecido é como um flerte presente nas rotinas da liderança, cada "contato" demanda uma decisão [rápida] à ser tomada sem peso na consciência:
Invisto em adquirir esse conhecimento...
Ou não!
Como todo membro do time, a liderança tem uma jornada de desenvolvimento, jornada que aponta para as áreas de domínio, o trabalho é criar uma rota para alcançar um grau de excelência.
Vou te dar meu exemplo, como Diretor de Novos Negócios no Grupo Ser Educacional e responsável pela Overdrives, preciso me especializar nas áreas que compõem o desenvolvimento das startups (esse meu único foco)... por isso que hoje faço pesquisas regulares sobre startups até que seja excelente nisso.
Mas dirigir um setor de uma corporação de capital aberto demanda interações, definições e decisões que vão muito além de identificar startups para investir e acelerar. Mas vamos lembrar do nosso crush...
Eu não entendo as técnicas de contratação, eu não domino todos os termos formais dos contratos empresariais, não consigo dar conta de criar sozinho uma cultura de trabalho pensando no remoto nem gerir a operação da nossa infraestrutura... quer dizer que sou um líder fraco ou incompetente?
Eu sei o que preciso saber e o que não preciso!
Liderar é entender que o que não será aprendido continuará sendo exigido pelo contexto. Todas áreas que eu não domino gritam diariamente, então se eu não preciso controlar tudo, posso conectar pessoas que assumam o domínio disso.
Ser líder [também] é saber passar o controle de algumas áreas para quem tem habilidade e capacidade técnica para assumir e executar. Isso significa que você vai perder o controle, mas não deixará de liderar aquelas pessoas.
Quem orquestra lidera com inteligência
Vou explicar como vejo o papel de liderança comparando com o papel dos maestros. O papel do maestro não é saber tocar os 50 instrumentos que compõem a sua orquestra, o papel do maestro (como líder) é:
Saber quais instrumentos são fundamentais, ou seja, quais habilidades são demandadas pelo contexto;
Conseguir julgar a qualidade do som produzida por cada instrumento, ou seja, ter uma visão sobre o indivíduo que compõe sua equipe;
Direcionar as pessoas para, juntas, produzirem novos sons, ou seja, do individual produzir resultado fruto do coletivo.
O maestro precisa confiar que o especialista em fagote é a melhor pessoa para mostrar a capacidade sonora do instrumento e, em posse dessa informação, desenhar o momento certo para o instrumento aparecer ou desaparecer.
Quem orquestra precisa saber muito, mas não precisa saber tudo... da mesma forma quem lidera precisa conduzir bem seu time, mas não precisa controlar cada passo dado pelas pessoas.
O comando pode [e precisar ser] entendido como ato de orquestrar.
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