o que startups e corridas de 100m têm em comum?
Descobrindo a Dinâmica do Sucesso: Estratégias de Startups Inspiradas na Corrida de 100m Rasos
a jornada de uma startup é uma maratona, não uma corrida de 100m rasos. você, como eu, deve ter ouvido isso muitas vezes, uma provocação relação de longo prazo que estabelecemos com o negócio, desde o momento que decidimos transformar ideias em algo que pode ser apresentado ao mercado. hoje puxo um pouco dessa comparação para te explicar apresentar a relação fluxo-e-esforço na jornada das startups.
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a estratégia por trás da corrida
aproveitando o ano olímpico para levantar algumas comparações entre a jornada das startups e estratégias por trás de algumas modalidades esportivas, como a corrida de 100m rasos, recentemente dominada por Usain Bolt. qual a relação entre a capacidade de alcançar resultados relevantes e o esforço necessário para esse feito? isso pode ser respondido com a cinemática da corrida de 100m rasos!
você já parou para pensar qual o objetivo estratégico por trás de uma corrida de 100m rasos? essa prova é um desafio de velocidade média, não de velocidade máxima!
boas/bons atletas dessa modalidade treinam não para alcançar um pico máximo de velocidade, mas para aumentar sua velocidade média, ou seja, a velocidade que mantem um fluxo de preservação de energia ao longo do percurso.
há dois fatores chave para esse composição:
1️⃣ a amplitude (ou comprimento) da passada;
2️⃣ a frequência de passos dados.
esses dois fatores estão diretamente relacionamento à velocidade: V = Amp x Freq. no cenário ideal, maximizar amplitude e frequência gera a velocidade máxima, um pico que não é mantido por muito tempo. então estamos falando de um jogo para equilibrar essas variáveis na busca pela melhor velocidade média possível.
Luiz, como isso se conecta às startups? calma, estamos chegando lá!
vamos dividir uma corrida de 100m em três partes:
parte A
objetivo: encontrar a velocidade de cruzeiro (ou seja, a capacidade de execução)
a corrida começa e as(os) atletas só tem uma caixa em mente: chegar no pico da performance para cumprir o percurso no menor tempo com a maior velocidade média final. para isso:
as passada inicial são curtas
a frequência inicial é baixa
considerando que a velocidade é resultado do produto desses fatores, um precisa crescer mais rápido. nesse caso é a amplitude da passada que exige maior esforço do atleta. a amplitude mostra que essas(es) atletas realizam a prova dando saltos, quanto maior o salto menor a quantidade de passos para cobrir 100m, mas pular longe demais cansa muito (e muito rápido!).
nessa parte A (que geralmente é de 40m) o foco é chegar na passada máxima que será mantida até o final da prova… ou seja, a força empregada na prova tem um limite que precisa ser mentido.
na parte A a frequência entra em modo crescimento exponencial, no início a velocidade é menor, com o tempo ela assume o protagonismo por corresponder ao fluxo de execução da prova.
quando a amplitude máxima é alcançada, o que passa a determinar a velocidade é a frequência de execução: V = Amp x Freq.
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parte B
objetivo: manter amplitude para encontrar a melhor frequência (ou seja, a execução otimizada)
quando o esforço chega no limite entra em cena a capacidade de otimizar o fluxo de execução, o que é resultado de dar a mesma passada em cada vez menos tempo. esse é o estado de fluxo da(o) atleta.
os ciclos de execução nessa parte da corrida são bem estruturados e alinhados à capacidade de execução, onde o fluxo de trabalho se torna o ponto focal. lembre-se essa é uma corrida que busca a melhor velocidade média, ela será alcançada com a otimização de tempo para cumprir uma passada de amplitude máxima.
durante mais de 50m as(os) atletas precisam manter o esforço, trabalhando a velocidade por essa capacidade de otimizar a execução, é nessa fase da corrida que se vê o processo de preparação prévia que é refletido na curva de frequência que tem crescimento exponencial até o final da prova.
parte C
objetivo: encontrar uma velocidade de respiro (ou seja, desacelerar sem perder)
os últimos 5 a 10m de prova você percebe que a(o) atleta diminui sua velocidade, mesmo quem não está na frente tem essa desaceleração final. isso significa o que? sendo simplista, essa fase é uma regeneração que não prejudica o fluxo de prova pelo que foi alcançado na parte A e mantido na parte B.
ter uma queda de velocidade faz parte do jogo, é humanamente impossível crescer velocidade constantemente, especialmente quando você já cumpriu seu principal objetivo em alcançar a melhor velocidade média. o que pode ser encarado como maturidade de execução.
na parte final da corrida a passada se mantem e há uma queda na frequência.
ok, mas essa newsletter é sobre startups!
como essas fases da corrida de 100m rasos (e seus elementos chave) se relacionam com os aspectos da jornada das startups? quando li sobre essa cinemática da corrida pensei, quase imediatamente, na relação esforço-e-fluxo que faz parte do desenvolvimento de negócios, então vamos falar mais dele.
a primeira fase da corrida pode ser comparada com a jornada em busca do product market fit (PMF) nas startups, uma conquista que comprova a viabilidade do negócio e o impacto do produto no mercado. na busca pelo PMF a startup acelera o esforço para encontrar seu limite.
🥇 maximizar esforço:
manter foco no essencial - alcançar o limite do esforço é o ponto de partida para a virada de chave no posicionamento no mercado, contudo, assim como as(os) atletas há uma estratégia para os primeiros 40 metros. por mais que seja a fase de maior aceleração, é só a primeira fase, dai a importância de adotar uma postura baseada na execução do essencial.
aprender rápido - a fase inicial de toda startup é um momento de maior risco de falha, por isso que a velocidade de execução é um elemento chave. rápido demais você deixará de lado oportunidades importantes de aprendizado nas relações e testes, lento demais você perderá o timing de mercado para ser atrativo e gerar valor.
estabelecer suas relações - na busca pelo PMF o relacionamento com o mercado é desenvolvido a partir da sua rotina de validação, pesquisa e testes. definir uma estratégia de relacionamento com os perfis que fazem parte do contexto de mercado é fundamental para justificar o esforço de criação.
testar o produto - dos protótipos à versão de produto que alcança o PMF, adotar uma rotina de testes e correções é parte da descoberta do que gera percepção de valor no mercado. o que vai diferençar essa rotina é seu mercado alvo e a finalidade do produto em desenvolvimento.
validar modelos de negócio - paralelo ao desenvolvimento do produto, as fases iniciais demanda esforço para validar uma proposta de valor de negócio que seja atrativa e com alguma projeção de rentabilidade.
🥈 encontrar o fluxo ideal:
rotina de trabalho - o desenvolvimento da rotina de trabalho não tem um ponto final, também não começa consolidado desde o dia 1, essa é uma demanda que nasce com o time fundador e evolui a medida que o time cresce.
práticas de gestão - da mesma forma a adoção de práticas de gestão, há muitas pessoas que deixam para adotar práticas de gestão depois que o negócio está em operação quando há elementos que podem ser adotados desde as primeiras validações, garantindo que a jornada se mantenha focada.
decisões estratégicas - com práticas de gestão estabelecidas haverão um conjunto de cerimônias que tornam a tomada de decisão baseada em dados obtidos nas interações, aumentando o grau de assertividade delas.
construção de autoridade - por fim, nessa fase inicial o que sua startup tem de mais valioso é a reputação no mercado, entenda que há um novo negócio buscando posição no mercado. esse posicionamento não se dá apenas com estratégias de marketing, é preciso capturar valor do mercado a partir do impacto do produto.
se sua startup está nessa fase, comenta quais suas principais dificuldades ⌨️
a segunda e terceira fases podem ser entendidas como momento para consolidação do negócio no mercado, onde o grande objetivo é estabelecer uma marca forte e uma posição competitiva. nesse momento a otimização do fluxo de trabalho corresponde a maturidade do negócio e o esforço precisa ser administrado.
🥇equilibrar o esforço:
consolidação do modelos de negócio e do impacto do produto - uma vez que há prova real sobre o encaixa entre o produto e o mercado, o objetivo principal se torna manter esse alinhamento, sem ele o negócio deixa de fazer sentido e entre no limbo.
marca com relevância pela assertividade na entrega de valor - depois de alcançar o PMF, sua startup estará no máximo de esforço operacional, agora quem entrará em jogo é sua capacidade de execução, o fluxo do negócio. para que isso seja efetivo um dos pilares é construir uma percepção de marca relevante.
🥈 atingir o fluxo de mercado:
adotar processos de melhoria contínua - sua startup, como toda empresa de tecnologia, não tem um “ponto final”, sempre há alguma evolução, adaptação ou mudança a ser feita para que a entrega de valor siga existindo no mercado. a adoção de práticas relacionadas à melhoria de processos é um fator de maturidade que demanda tempo.
estabelecer estratégias competitivas - está estabelecido no mercado? o peso da sua decisão é muito grande, por isso que ao longo da jornada você precisa desenvolver a capacidade de tomar decisões baseadas em dados relevantes e acompanhar a execução das atividades que garantem alcançar os objetivos. o ponto alto desse processo é aprender a tomar decisões em prol da capacidade de manter o negócio competitivo.
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