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Playbook: Churn
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Playbook: Churn

Estratégias práticas para transformar cancelamentos em oportunidades de crescimento sustentável.

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Luiz Gomes
jun 07, 2025
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Playbook: Churn
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Em um mercado onde conquistar clientes já é um desafio constante, mantê-los engajados e pagando mês a mês é a grande fronteira da sustentabilidade financeira das startups. O churn tende a ficar escondido atrás de métricas superficiais, corroendo seu runway sem dar sinais claros.

Esse playbook sobre churn você encontrará um roteiro completo, prático e narrativo para:

  1. Entender as nuances do churn (definições, armadilhas e sinais ocultos).

  2. Mensurar seu impacto real (cohorts, NRR, GRR e segmentações).

  3. Diagnosticar as causas (modelos preditivos, entrevistas de saída e prioridades).

  4. Desenhar experiências que engajam (onboarding, gatilhos e programas de advocacy).

  5. Operacionalizar a prevenção (papéis claros, health scores, SLAs e playbooks).

  6. Recuperar receita perdida (frameworks de win-back e comunicação personalizada).

  7. Projetar cenários de crescimento (LTV, simulações de churn e valuation).

  8. Incorporar retenção na cultura (metas, rituais e storytelling interno).

Se você é CEO, Head de Growth ou Customer Success, essa edição vai elevar a retenção de um indicador operacional para uma vantagem competitiva. Prepare-se para transformar um problema misterioso em estratégia para construir um ciclo de crescimento sustentável.

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Entendendo o churn

Para te ajudar nessa jornada, vou contar a história de uma empreendedora fictícia que encontro recorrentemente no mercado: Conheça a Ana!

Ana é fundadora de uma fintech. Em três trimestres atingiu R$100 mil de MRR, seu mercado aparentava crescimento exponencial. No final do quarto mês, o pipeline de vendas estava cheio de leads… mas nada de crescimento. O MRR estava andando de lado.

Ana não encontrava o problema até perceber que seus clientes sumiam tão rápido quanto eram conquistados. O churn corroía a receita e eliminava qualquer chance de sucesso financeiro.

Para começar nosso papo vou te ajudar a não ser pego de surpresa como Ana. Vou destrinchar o churn para além de uma taxa bruta, revelar armadilhas ocultas e oferecer um exercício de autoavaliação para você mensurar de verdade onde seu negócio está.

Antes de mergulhar nas técnicas de análise, precisamos estar na mesma página:

  • Churn de clientes: porcentagem de clientes que cancelam ou não renovam em um período.

  • Churn de receita: porcentagem de receita perdida (MRR/ARR) no mesmo intervalo.

Por que a diferença importa?

Se você perde 10 clientes que pagam assinatura de R$100,00 e converte um que paga R$1.000,00, o churn de clientes é alto, mas o churn de receita pode ser quase nulo (ou até negativo, se houver expansão de receita total).

Nem sempre o churn aparece nos relatórios:

  • Churn oculto: O cliente não cancela, mas reduz o plano ou deixa de usar funcionalidades cruciais. Seu MRR não cai abruptamente, mas o engajamento despenca o que anuncia cancelamento futuro.

  • Revenge churn: Pico de churn após uma mudança de preço, atualização mal comunicada ou cancelamento de um recurso. O “revide” acontece dias ou semanas depois, pegando as startup desprevenidas.

Imagine uma plataforma SaaS corporativa lançar upgrade sem comunicar e capacitar devidamente seus clientes. No mês seguinte, não há cancelamentos formais, mas 25% dos usuários começam a migrar para o plano mais barato, mesmo sem cancelamentos há um churn oculto impactando toda a receita projetada.

Seu churn está subestimado?

Faça este rápido diagnóstico para identificar possíveis gaps:

Se você respondeu “Sim” para 3 ou mais perguntas, seu churn pode estar subestimado.


Métricas de retenção

Carlos foi contratado por Ana para assumir como Head de Growth. Toda segunda-feira, o dashboard mostrava um leve declínio no MRR, mas ninguém conseguia apontar o motivo.

Em vez de correr atrás de mais leads, Carlos decidiu cavar os dados históricos: agrupou usuários por data de inscrição e percebeu que clientes que haviam entrado no mesmo mês agiam de forma muito parecida. Essa análise de cohort revelou um padrão: a turma de janeiro tinha 40% de churn aos três meses, enquanto a turma de março o churn estabilizou em 6%. A partir daí, ele segmentou esforços e viu o churn geral cair 75% em apenas dois meses.

Agora quero reunir e interpretar métricas que vão muito além do percentual bruto de cancelamentos. Vamos destrinchar:

  1. Análise cohort: como montar e extrair insights.

  2. Churn por segmento e ciclo de vida: identificar grupos vulneráveis.

  3. Net Revenue Retention (NRR) e Gross Revenue Retention (GRR): as métricas que importam para investidores.

  4. Template de dashboard de churn: para visualizar tudo num único lugar.

Análise cohort

Uma cohort é um conjunto de clientes que compartilham uma característica em comum. Geralmente o mês (ou semana) de aquisição. A análise de cohort mostra como esses grupos evoluem ao longo do tempo. Vale usar para:

  • Detectar sazonalidades e melhorias produto

  • Comparar desempenho de turmas ou segmentos

  • Priorizar ações de retenção com base em dados históricos

Coloque em prática a partir dessa rotina:

  1. Definir a janela de aquisição: Pode ser mensal, semanal ou até diária, dependendo do volume e do modelo.

  2. Extrair dados brutos: Para cada cohort, liste MRR, número de clientes e data de cadastro.

  3. Calcular taxa de retenção por período: Por exemplo, para a cohort de janeiro, quantos clientes ainda estão ativos em fevereiro, março, abril etc.

  4. Montar a tabela de cohort:

    • Linhas = cohort de aquisição

    • Colunas = meses de vida do cliente

    • Células = % de clientes remanescentes ou % de MRR retido

  5. Interpretar padrões:

    • Quedas bruscas indicam pontos de atrito

    • Curvas mais planas indicam cohorts que se mantêm bem

Churn por segmento e ciclo de vida do cliente

Nem todos os clientes são iguais (mesmo em mercados de nicho). Dividir sua base em segmentos ajuda a direcionar e potencializar retorno sobre esforços:

  • Segmentação por valor: Top 10% de clientes (MAUs ou MRR) versus long tail

  • Segmentação por perfil: Pequenas empresas, médias empresas, enterprise

  • Segmentação por uso: Alta adoção versus usuários ocasionais

  • Ciclo de vida: Novos (0–30 dias), amadurecendo (31–90), maduros (> 90 dias)

Exemplo:

A tabela acima mostra que, embora o churn geral esteja em 20%, ele varia de 2% a 35% conforme o segmento. Com esse insight, Carlos realocou parte do budget de CS para cuidar das pequenas empresas, reduzindo seu churn em 10 pontos percentuais naquele segmento.

Churn zero? Como mensurar retenção líquida (NRR, GRR)

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