retrospectiva 2k24: o ano que as startups brasileiras reinventaram o jogo
uma visão direta de quem está empreendendo suas startups
ao longo do ano tive a oportunidade de conhecer, reencontrar e conversar com muitos perfis empreendedores, uma baita oportunidade para entender quais os principais desafios, conquistas e aprendizados em liderar o desenvolvimento de negócios digitais.
essa é primeira vez que trago pra cá um compilado dessas histórias como uma retrospetiva, um fechamento dessas visões empreendedores a partir da execução das startups em um cenário econômicos complexo, onde a captação de investimento cria uma rotina tão complexa quanto a definição estratégica na constrição de negócios com algum sustentabilidade financeira.
a partir dessas conversas ficou claro que este foi um período de resiliência, inovação e expansão. nessa retrospectiva, revisito essas histórias para destacar as lições aprendidas, traçar o perfil dos empreendedores que estão moldando o mercado e explorar os desafios e oportunidades que despontam para 2025.
a kamelo cresceu muito em 2024, uma conquista pessoal que me mantem motivado a criar conteúdo, compartilhar histórias e impactar milhares de pessoas. caso você ainda não seja assinante, essa é a oportunidade de se juntar aos nossos kamelos!
lições aprendidas: o que 2k24 nos ensinou sobre empreender no Brasil?
as startups brasileiras enfrentaram desafios significativos para alcançarem uma posição relevante no mercado, isso pede uma rotina baseada na análise das conquistas para consolidar os aprendizados.
1️⃣ resiliência, a chave para superar desafios
resiliência é uma característica indispensável para empreender no Brasil. muitas(os) das(os) fundadoras(es) compartilharam histórias em que se reinventaram diante de obstáculos. Felipe Cunha (Vibe Saúde) exemplificou isso ao transformar a frustração de não alcançar o sucesso no esporte em motivação para criar uma startup de impacto social no setor de saúde.
já Cammila Yochabell (Jobecam) enfrentou preconceitos e barreiras estruturais no mercado de RH, mas usou essas experiências como combustível para criar uma plataforma inovadora que combate vieses inconscientes em processos seletivos. sua solução não apenas superou desafios técnicos, mas também ganhou destaque como um marco na promoção de diversidade no mercado de trabalho.
o Daniel Daniel (PetMoreTime) é outro exemplo de resiliência aplicada. ele compartilhou como a biotech enfrentou dificuldades regulatórias, mas conseguiu se consolidar no mercado pet com um modelo robusto, incluindo o desenvolvimento de um algoritmo proprietário para longevidade animal.
Roberta Vasconcellos (Woba) destacou como a gestão emocional foi crucial para lidar com crises e incertezas. para ela, a habilidade de tomar decisões estratégicas, mesmo sob pressão, é o que diferencia empreendedores que conseguem avançar.
2️⃣ o foco segue o mesmo: resolver problemas reais do mercado
empreendedoras(es) bem-sucedidas(os) sabem como colocar o cliente no centro de suas decisões. Victor Dellorto (Deskfy) ajustou seu modelo de negócios ao identificar dores específicas de times de marketing, como a necessidade de unificar identidade visual e simplificar fluxos de trabalho. essa adaptação foi fundamental para escalar a solução e conquistar grandes clientes.
da mesma forma, Daniil Sergunin (Rhino) destacou como ouvir clientes o ajudou a criar uma solução que equilibra segurança e acessibilidade no transporte urbano, um problema crítico em cidades como São Paulo.
Daniel Prianti (BPool) mostrou que resolver desafios reais no relacionamento entre grandes corporações e parceiros criativos pode transformar um mercado inteiro. sua plataforma, que conecta empresas a agências e freelancers, trouxe eficiência e inovação ao setor de comunicação.
Léo Redondo (Innoway by Semente) seguiu um caminho semelhante ao abordar as demandas de impacto social das empresas. ele desenvolveu um modelo que conecta grandes marcas a projetos de alto impacto, resolvendo tanto questões de ESG quanto de reputação corporativa.
3️⃣ o propósito será um diferencial competitivo
se há um tema que permeou as conversas, foi o propósito como força motriz para os negócios. Isadora Kimura (Nilo) destacou que a coordenação de cuidados na saúde vai além de uma solução tecnológica; é um movimento para humanizar o atendimento. esse propósito ressoou não apenas com investidores, mas também com clientes e parceiros.
Cammila Yochabell reforçou a importância de propósito ao descrever como sua startup não se trata apenas de tecnologia, mas de transformar o mercado de trabalho em um ambiente mais justo. Essa visão clara de impacto social foi decisiva para conquistar a confiança de clientes e investidores.
no caso de Daniel Daniel (PetMoreTime), o propósito de prolongar e melhorar a vida de animais de estimação foi o que guiou a criação de uma solução que alia biotecnologia a práticas de saúde. essa abordagem diferenciada permitiu que a empresa se posicionasse como referência em longevidade para pets.
4️⃣ a inovação é motor do crescimento
a inovação esteve presente em quase todas as histórias de sucesso. Daniel Prianti usou um algoritmo de matching para conectar empresas a parceiros de comunicação, enquanto a PetMoreTime desenvolveu um algoritmo proprietário que personaliza intervenções para prolongar a vida de cães.
Getúlio Santos (ZapSign) trouxe para o setor jurídico uma solução de assinaturas digitais simples, mas poderosa, que rapidamente ganhou tração ao abordar questões de acessibilidade e eficiência no mercado jurídico brasileiro.
Victor Dellorto explorou o uso de design thinking e tecnologia para criar uma solução que não só atende às necessidades de marketing das empresas, mas também melhora a experiência de trabalho de seus colaboradores.
5️⃣ o papel da comunidade e das conexões
por fim, muitos empreendedores destacaram o papel da comunidade e do networking na construção de suas startups. a participação de Daniel Prianti no programa Scale-up da Endeavor foi um divisor de águas, permitindo que ele conectasse sua startup a investidores e parceiros estratégicos.
da mesma forma, Léo Redondo e Marcio Waldman mostraram que a força de uma rede bem estruturada pode abrir portas que aceleram o crescimento e consolidam a posição no mercado.
os desafios na captação de investimento
a captação de investimento continua sendo uma das etapas mais desafiadoras para startups brasileiras. este ano, as(os) empreendedoras(es) enfrentaram um mercado mais seletivo e exigente, mas também descobriram estratégias para destacar suas propostas.
1️⃣ preparação e storytelling como diferenciais estratégicos
uma narrativa clara, conectada ao propósito da startup, foi um elemento essencial na captação de recursos. Daniel Prianti (BPool) destacou como sua participação no programa Scale-up da Endeavor ajudou a refinar o pitch e estruturar melhor a proposta de valor. isso foi crucial para atrair novos investidores, como fundos internacionais, enquanto sua startup expandia operações para 10 países.
Isadora Kimura (Nilo) compartilhou que, em um setor tão complexo como o da saúde, simplificar a comunicação da proposta de valor foi decisivo para conquistar a confiança de investidores. a Nilo conseguiu demonstrar que seu modelo de coordenação de cuidados poderia não apenas melhorar a experiência dos pacientes, mas também reduzir custos operacionais, um argumento que despertou interesse em rodadas de investimento.
2️⃣ eficiência operacional e potencial de escala
investidoras(es) estão atentos a startups que equilibram inovação com eficiência operacional. Daniel Daniel (PetMoreTime) destacou como o desenvolvimento de um algoritmo proprietário e a aquisição de uma farmácia de manipulação demonstraram a capacidade da empresa de escalar e entregar resultados consistentes. essa base sólida facilitou negociações com potenciais investidores interessados no setor pet, que apresenta forte crescimento.
Outro exemplo veio de Felipe Cunha (Vibe Saúde), que ressaltou como o alinhamento entre tecnologia e impacto social foi essencial para demonstrar aos investidores que sua startup tinha um modelo escalável e financeiramente viável.
3️⃣ relacionamento e conexões estratégicas
além dos números, o relacionamento foi um fator determinante para atrair recursos. a BPool consolidou parcerias estratégicas com grandes marcas globais, o que ajudou a transmitir confiança aos investidores sobre a viabilidade do modelo de negócio.
na PetMoreTime, a entrada de Marcio Waldman, fundador da Petlove, como sócio e conselheiro trouxe não apenas credibilidade, mas também acesso a uma rede de contatos que abriu novas oportunidades de investimento e crescimento.
4️⃣ o desafio do capital internacional
expandir para mercados globais é um dos grandes atrativos para investidores internacionais, mas exige preparação e flexibilidade. Victor Dellorto (Deskfy) destacou como ajustar sua solução para as exigências de diferentes mercados foi um fator crítico para atrair investidores estrangeiros. essa estratégia permitiu que a startup ampliasse sua presença em regiões-chave enquanto mantinha a identidade da marca.
Léo Redondo também mencionou que a capacidade de apresentar impacto social alinhado a métricas financeiras foi decisiva para atrair interesse de fundos internacionais focados em ESG.
o que está achando da retrospectiva? consegue identificar elementos nesses exemplos que você tem vivido na sua jornada? agora seu papel é enviar a retrospectiva para seus contatos empreendedores, hein!
o perfil do empreendedor em 2k24
ao longo das minhas conversas fica claro que as(os) empreendedoras(es) que lideram startups relevantes no mercado compartilham uma série de competências e comportamentos. esses traços não apenas os ajudam a superar desafios, mas também a criar negócios que se destacam em um mercado tão competitivo como o nosso.
1️⃣ curiosidade e aprendizado contínuo
“empreender é uma escola sem formatura” essa frase, que ouvi de José André (Start Carreiras), resume bem o espírito de aprendizado constante que marcou muitos dos empreendedores com quem conversei. José, apesar de jovem, conseguiu integrar seu conhecimento jurídico a novas tecnologias para criar uma solução educacional inovadora.
Getúlio Santos (ZapSign), por sua vez, testou e falhou com sete startups antes de encontrar o modelo ideal no setor de assinaturas digitais. ele enfatizou como a capacidade de aprender com erros foi fundamental para transformar suas experiências anteriores em uma solução simples e eficaz.
Daniel Daniel (PetMoreTime) exemplificou esse traço ao combinar avanços biotecnológicos com uma abordagem prática para o mercado pet. sua busca por conhecimento levou ao desenvolvimento de um algoritmo proprietário, essencial para o sucesso de sua proposta.
2️⃣ execução prática com visão estratégica
uma ideia brilhante não é suficiente; o diferencial está na capacidade de transformá-la em um negócio viável. Cammila Yochabell (Jobecam) destacou como insights de mercado se tornaram soluções práticas para combater vieses inconscientes no RH. sua habilidade de alinhar visão estratégica e execução garantiu a relevância de sua startup no mercado4.
Victor Dellorto (Deskfy) aplicou a mesma lógica ao usar ferramentas como design thinking para adaptar sua solução às dores reais dos clientes. ele não apenas criou um produto inovador, mas também implementou processos que facilitaram a adoção por grandes empresas.
Daniel Prianti (BPool) também é um exemplo desse equilíbrio. sua plataforma, que conecta grandes empresas a agências e freelancers, combina uma visão estratégica de mercado com a execução prática de fluxos de trabalho automatizados. isso foi essencial para escalar a operação para 10 países.
3️⃣ resiliência emocional e flexibilidade cultural
empreender no Brasil exige uma dose extra de resiliência emocional. Daniil Sergunin (Rhino), um empreendedor estrangeiro que escolheu o Brasil para construir sua startup, destacou como navegar pelas complexidades culturais e econômicas do país o ensinou a ser mais flexível. ele transformou esses desafios em oportunidades ao criar uma solução de mobilidade adaptada às necessidades locais.
Roberta Vasconcellos (Woba) reforçou essa ideia ao compartilhar como a capacidade de manter a calma e tomar decisões racionais, mesmo em momentos de crise, foi crucial para superar adversidades e seguir crescendo.
Além disso, Felipe Cunha (Vibe Saúde) trouxe um ponto importante sobre a necessidade de resiliência emocional na transição de um ambiente de alta performance, como o esporte, para o mundo dos negócios. ele mostrou que a mentalidade de resistência e superação pode ser aplicada com sucesso em outros contextos.
4️⃣ liderança colaborativa e foco no impacto
liderar uma startup exige mais do que apenas habilidades técnicas; é preciso inspirar e mobilizar pessoas. Isadora Kimura (Nilo) destacou como liderar com empatia e propósito transformou sua startup em uma referência na coordenação de cuidados em saúde. essa abordagem não apenas engaja equipes, mas também cria um impacto positivo que atrai clientes e investidores.
Léo Redondo (Innoway by Semente) seguiu um caminho semelhante ao priorizar impacto social como uma estratégia de liderança. ele conectou grandes empresas a projetos inovadores, mostrando que liderança colaborativa e alinhamento de valores podem impulsionar resultados sustentáveis.
na PetMoreTime, Daniel Daniel enfatizou o papel da liderança visionária para atrair talentos e parceiros estratégicos. ao construir um time fundador sólido, com competências complementares, ele garantiu que a startup estivesse preparada para crescer e inovar continuamente.
🏆 o que define o perfil do empreendedor brasileiro?
as(os) empreendedoras(es) de sucesso que entrevistei este ano compartilham a combinação de três fatores principais: visão estratégica, execução disciplinada e resiliência emocional. elas(es) aprendem rapidamente, lideram com propósito e adaptam suas estratégias ao ambiente desafiador do Brasil.
mais do que habilidades, o que se destaca é a mentalidade de transformação. Esses fundadores não apenas enfrentam desafios, mas os utilizam como alavancas para criar negócios impactantes, sustentáveis e inovadores.
esse perfil empreendedor continua sendo o motor que impulsiona o ecossistema de startups no Brasil, provando que, com as competências certas, é possível transformar barreiras em oportunidades.
o que podemos esperar para 2k25?
se 2024 foi o ano da resiliência e adaptação, 2025 promete ser um período de consolidação e expansão para o ecossistema de startups brasileiras. apesar dos desafios previstos, as oportunidades também são vastas para aqueles que conseguirem alinhar inovação, eficiência e propósito.
1️⃣ internacionalização como prioridade estratégica
Expandir fronteiras continuará sendo uma das metas mais almejadas. startups como BPool e Deskfy já demonstraram que pensar globalmente desde o início é essencial. a BPool, por exemplo, que atua em 10 países, tem como objetivo consolidar sua posição no mercado norte-americano, enquanto Deskfy mira novas oportunidades em mercados emergentes.
para 2025, espera-se que mais startups sigam esse caminho, mas com uma preparação mais robusta. isso inclui ajustar produtos para atender demandas culturais e regulatórias específicas e fortalecer equipes para lidar com a complexidade de operar em múltiplos mercados.
2️⃣ adoção de tecnologias emergentes como diferencial competitivo
inteligência artificial, blockchain e biotecnologia são algumas das áreas que continuarão a redefinir setores inteiros. Getúlio Santos (ZapSign) destacou como o blockchain está transformando o setor jurídico, enquanto a PetMoreTime usa biotecnologia para revolucionar o cuidado com pets.
em 2025, espera-se que startups com modelos baseados nessas tecnologias ganhem ainda mais tração, mas o desafio será integrar essas inovações a modelos de negócio que atendam às expectativas de investidores e clientes.
3️⃣ eficiência operacional e sustentabilidade financeira
com o mercado cada vez mais exigente, as startups precisarão equilibrar crescimento e eficiência. a capacidade de escalar operações sem inflar custos será uma das métricas mais avaliadas por investidores. exemplos como a PetMoreTime, que já integrou soluções tecnológicas para otimizar processos, e a Nilo, que combina impacto social com redução de custos, são referências para o setor.
a busca por sustentabilidade financeira será ainda mais intensa, especialmente para startups em estágio inicial que precisarão demonstrar viabilidade rapidamente para atrair investimentos em um mercado mais seletivo.
4️⃣ impacto social e ambiental como imperativo estratégico
startups que conseguem alinhar seu modelo de negócios a um impacto positivo na sociedade terão uma vantagem significativa. em 2025, espera-se que empresas como Sementes Negócios, que já conectam grandes marcas a projetos de impacto social, ampliem ainda mais suas operações. isso reflete uma demanda crescente de consumidores e investidores por negócios que priorizam ESG.
além disso, iniciativas voltadas para a diversidade, inclusão e sustentabilidade continuarão a ganhar espaço, com maior pressão por parte de investidores e consumidores para que startups não apenas gerem lucro, mas também impacto.
5️⃣ o papel das conexões e do ecossistema
o fortalecimento de redes de apoio e programas de aceleração será crucial em 2025. participar de iniciativas como o Scale-up da Endeavor, que ajudou startups como a BPool a estruturar seus modelos de expansão, continuará sendo uma estratégia importante para fundadores que buscam acelerar o crescimento1.
além disso, espera-se um crescimento na colaboração entre startups, grandes empresas e governo, especialmente em setores como saúde, tecnologia e impacto social, onde parcerias estratégicas podem desbloquear novos mercados e oportunidades.
🔭 expectativas
o ano de 2025 será um período de desafios, mas também de oportunidades sem precedentes para o ecossistema de startups brasileiras. fundadoras(es) que conseguirem alinhar inovação com eficiência, propósito com resultados e tecnologia com impacto terão um espaço privilegiado para crescer.
esperamos startups mais preparadas para competir globalmente, modelos mais sustentáveis financeiramente e um ecossistema mais conectado e colaborativo. A busca por soluções que combinam propósito e inovação será o motor que impulsionará as empresas a novos patamares.
como eu sempre digo: “o futuro das startups é construído pela coragem de quem ousa pensar além, adaptando-se às demandas de um mundo em constante transformação.” que 2025 seja um ano de mais histórias inspiradoras e conquistas significativas para celebrarmos juntos.
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