😥 empreender é solitário?
Você se sente só no criação de um negócio? Eu tenho muita dificuldade em criar coisas sem interagir com outras pessoas, ter opiniões externas (validar) sobre o que tenho estruturado (hipóteses) para um projeto ou negócio enriquece demais o produto final... empreender não precisa ser sempre algo solitário.
🪟 há 38 anos Bill Gates anunciou o Windows 1.0
O sistema operacional que deixou a tela preta do DOS para trás e contribuiu com a revolução dos computadores pessoais foi apresentado no dia 10 de Novembro de 1983. Esse momento é um marco no que conhecemos sobre interface gráfica, usabilidade e experiência na manipulação de ferramentas tecnológicas.
Quando empreendedoras(es) me procuram para questionar a qualidade de seus produtos (geralmente quando os resultados comerciais não estão tão bons assim) eu tento me colocar na posição de quem se depara com o produto pela primeira vez e, independente da familiaridade digital, precisa usar aqui para resolver um problema presente.
Se voltarmos no tempo, para o tempo do Windows 1.0 percebemos que a construção de produtos tecnológicos tomava como base as capacidades de produção, sem considerar o que seria a melhor experiência para os usuários... como se a empresa de tecnologia fosse a responsável por definir a melhor experiência, os melhores formatos e toda mecânica de uso.
Hoje, com um maduro e globalmente competitivo ecossistema digital, precisamos mudar a posição do mercado... antes tido como receptores de novas tecnologias, hoje são o ponto focal para estruturar como se darão os produtos, toda a jornada de uso tem como base os comportamentos das(os) clientes.
Fica a lição que, quem não consegue entender [bem] quem são as(os) cliente e como se comportam frente ao problema que você busca resolver, não terá grandes chances de entregar algum produto assertivo tecnicamente e facilmente entendido no uso.
💻 sobre experiências de uso
se você quer saber mais sobre experiência de uso (UX), precisa acompanhar o Don Norman, criador do conceito;
para mim, a obra prima do Don é o livro "O design do dia a dia" que fala da percepção do design ao que está ao nosso redor;
falar de experiência é falar de construções sobre usabilidade, então vale essa leitura sobre o que é usabilidade;
esse ano li o livro "design centrado no usuário" e só pensei que poderia ter lido isso alguns anos atrás... teria me ajudado demais na construção do produto da minha startup.
📝 validação é um conjunto complexo de atividades
➡️ Validação...
Se tem algo que acompanha as startups desde o dia 1, são as validações... para deixar claro, validar é por à prova nossas hipóteses, dessa forma só consideramos verdade os aspectos chave do negócio que forem validados pelo mercado.
A demanda de validação evolui com a startup, nas etapas iniciais busca-se entender mais sobre o problema a ser resolvido, o comportamento do mercado e a melhor forma de solucionar esse problema, aqui é comum uma validação qualitativa combinada com dados quantitativos de mercado.
Nas startups em operação, ou seja, com produto lançado, clientes entrando na base e projeção crescente de receita, a validação passa a ser conhecida como "satisfação", cujo foco é manter o produto alinhado com as expectativas das(os) clientes sem perder o fluxo de mudanças decorrente das dinâmicas de mercado.
Com isso, as [boas] estratégias de validação precisam combinar:
O que você precisa descobrir - quais as hipóteses ou quais as perguntas que precisam ser respondidas e por que?
Quem precisa ser acessado - dentre o contexto de mercado, qual o perfil capaz de entender o que está sendo apresentador responder essas questões?
Como será a interação - qual abordagem, linguagem e meios para alcançar o perfil ideal nessa validação?
Qual o critério de validação - quando consideraremos que nossas hipóteses foram validadas ou invalidadas? podemos definir por tempo, por volume de respostas...
➡️ Vamos falar sobre mais sobre validação de produtos iniciais...
Uma das decisões mais difíceis na construção de um produto inicial é definir sua proposição de valor, é comum que hajam muitas ideias sobre recursos (funcionalidades) para compor o produto tendo como base as validações do problema.
A questão é, como chegar em combinação mínima e relevante de recursos para desenvolver um produto capaz de gerar percepção de valor? Não faria sentido algum validar cada recurso individualmente para identificar quais são mais ou menos importantes, por isso precisamos de uma estratégia que nos faça ganhar tempo nessa etapa, sem perder a qualidade das interações com o mercado.
➡️ Aqui surge o Card Sorting...
Essa é uma técnica simples, original das pesquisas de usabilidade, que vai te ajudar a validar "classificando cartões". A ideia por trás é que, se é difícil priorizar mentalmente um grande número de opções de recursos (geralmente conflitantes), essa técnica é capaz de priorizar e organizá-los com cartões específicos para cada item.
A dinâmica do Card Sorting se dá com a escrita de cada recurso em um cartão e, em posse de todos eles, cada pessoa mostrará uma lista ordenada dos cartões seguindo suas percepções de relevância. Para isso é importante definir previamente algum princípio de organização, por exemplo:
Solicite que a pessoa entrevistada crie se conjunto de recursos para o MVP, colocando o que é mais desejado na parte superior e os menos, na parte inferir. Dessa forma você terá visão sobre o que é mais ou menos relevante sob a ótica de quem está inserido no contexto problemático.
Usei esses cartões na concepção inicial da Overdrives, aceleradora de startups que idealizei e dirijo junto ao Grupo Ser Educacional. Listei os cartões com tudo que imaginei ser necessário ter em uma aceleradora, baseando-me no que estava sendo executado no mercado (até aquele momento) e nossas capacidades de axecução.
Através das interações com a presidência do Ser Educacional, identificamos o que era prioridade para o momento... o que me ajudou inclusive no formato dos reports que enviava com atualizações do projeto, uma vez que sabia quais áreas de interesse.
➡️ Algumas dicas para o uso dos Card Sortings na criação de um MVP...
Não deixe de perguntar "por que?", por que a opção A e não a B? ao perguntar coisas como essa você terá informações mais valiosas para compor um produto assertivo;
Sempre tenha alguns cartões vazios para identificação de recursos não listados, mas demandados pelo mercado, precisamos ouvir continuamente o que elas(es) nos tem a dizer;
Faça com que essas(es) clientes organizem seus cartões segundo a lógica do "must have" e "nice to have", todo MVP precisa entregar o essencial... o desejável será acrescentado ao longo da jornada.
➡️ Dicas adicionais...
O uso dos Card Sotings precisa fazer sentido às suas demandas de validação, nenhuma ferramenta é útil quando você precisa usar "forçando a barra", mas se a técnica de hoje fizer sentido ao seu contexto, recomendo que:
Não se prenda a descrever bem os textos dos cartões, as coisas fazem mais sentido quando refletem o estilo, emoções e os sentimentos que as(os) clientes têm ao manipular os recursos.
Use outros elementos para entender o que está por trás da percepção do mercado, peça uma classificação de imagens, logos... você ficará surpresa(o) com o que elas(es) têm a dizer quando perguntadas(os) sobre suas preferências.
Tenha pelo menos 10-15 cartões para classificar, menos que isso a(o) cliente tenderá a ter uma resposta simples, muito mais que isso pode só gerar confusão na escolha.
Se puder, evite fazer seu cartões em post-its ou manuscritos, as pessoas tendem a dar maior importância à dinâmica quando enxergam os cartões como algo "oficial" da empresa, então vale investir em deixá-los mais "arrumados".
💻 sobre card sorting e validação de MVP
gosto da forma que o usability.gov explica o que são Card Sortings;
há um tempo compartilhe um post que compara protótipos com MVP, uma confusão bem comum;
a turma do UX Collective falou muito bem sobre os Card Sortings podem ser úteis para organizar conteúdos;
o famoso “old but gold”, esse post fala muito bem sobre priorização de features para o MVP.
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