sobre startups #65 | ⛔ o papel de todo “não” que levei
e não deixei de empreender por isso...
☁️ quais seus sonhos?
Eu costumo me perguntar se, tirando os temas de trabalho, qual meu maior sonho? Eu tenho muita vontade de fazer uma trilha em cada continente para criar conexões únicas com cada pedaço do mundo... e você, tirando o trabalho, com que você sonha? Agora tenta projetar teu esforço profissional para conseguir realizar esse sonho.
🍞 você aprendeu a fazer pão na quarentena?
Será que fui o único que não aprendeu a fazer pão na quarentena? Posso até não ter tentado fazer, mas que eu busquei um tanto de receitas nas madrugadas sem sono, busquei. Achei engraçado como os pães caseiros se tornaram uma febre de 2020 pra cá... achei até o termo "pãodemia"!
Por um lado fez sentido, não só pão, mas muita produção caseira foi utilizada como fonte de renda extra para quem teve privação dos empregos... ou simplesmente para criar novo hábitos no período de distanciamento social.
Fato é que o pão é figura presente em milhões de lares, por isso não poderia deixar batido o dia do pão caseiro 🍞 🥐 🥪 🥖
📱 achei algumas receitas de pão caseiro que vale testar
parece que teve uma receita de sucesso, então vamos dar uma olhada nela;
sempre bom ter receita de um pão italiano, que combina com tudo;
sou o maluco da focaccia... o nome é chique, mas é um pão super fácil de fazer.
🕙 NEWS POSTADA PERTO DAS 10AM...
Para dizer que logo mais começa o CASE da Associação Brasileira de Startups! Maior conferência de startups da América Latina, em mais uma edição 100% digital e gratuita 🤩
Sou co-host do palco Pantanal e Suas Irrigações e estarei em um painel no palco Pororoca... não fica de fora desse momento importante para nosso ecossistema nacional de startups!
⛔ o que aprendi com todo não que recebi?
Em seu livro “adapte-se”, o economista inglês Tim Harford discute sobre o contexto das mudanças no cenário econômico, as causas possíveis e como reagimos (com o tal espírito de sobrevivência). Quando li o livro fiz um paralelo com a minha jornada como empreendedor... se tem um cenário que muda constantemente é o digital!
Mesmo atuando em mercados tradicionais (no meu caso, logística) precisamos entender como se dá a evolução continua, desde a visão estratégica até a rotina para entrega de produto (inclusive falei desse último ponto na edição passada da news).
No livro a adaptação é apresentada sob três aspectos:
o conjunto de variáveis externas - ou seja, todas as dinâmicas de mercado, mudanças de comportamento e tudo que não está sob nosso controle;
nossa capacidade de reação - a partir do que acontece do "do lado de fora", qual nosso espírito de sobrevivência? nesse caso essas reações são coordenadas por nossas capacidades;
e as prioridades - que apontam para nossa estratégia de adaptação frente ao cenário atual.
Esses pilares funcionam muito bem no contexto econômico do livro e são facilmente aplicáveis na jornada das startups... especialmente quando percebemos um grande volume de startups que morrem "antes de entrar no mercado".
Tem até uma análise da CbInsights sobre os 12 principais motivos de morte das startups que dão uma ideia do impacto que cada erro comum tem no futuro do negócio. A questão é: dentre tantos motivos há dois elementos internos comuns entre as startups que fracassam (1) a dificuldade de balancear os pilares da adaptação e (2) a capacidade de entender os nãos que recebem ao longo da jornada.
Na minha jornada empreendendo eu levei muito não, até comentei sobre isso no Instagram. Receber uma negativa é sempre ruim, não importa o que digam, empreendemos para acertar... mas seria amador acreditar que tudo sempre dará certo, por isso trouxe 4 nãos que levei empreendendo e que percebo serem comuns entre as startups:
1️⃣ O PROBLEMA NÃO EXISTE... OU NÃO É IMPORTANTE
Estamos sempre tendo ideias, uma vez li que "ideias custam um centavo à dúzia", apontando para nossa capacidade de pensar em coisas novas... mas o quanto dessas ideias estamos dispostas(os) a tirar do papel, ou quantas dessas são aplicadas à resolução de algum problema coletivo relevante?
Quando decidimos transformar uma ideia de resolução de problema em negócio a primeira ação precisa ser a conexão dessa ideia com o contexto de mercado... quem está inserida(o) no problema tem propriedade para mostrar que ele existe e se é relevante. Comigo foi mais fácil trazer o mercado para definir o problema que resolveria, como não tinha experiência nenhuma em logística, ouvi o máximo de pessoas inseridas no contexto para entender quais os problemas mais latentes.
Para me ajudar, usei muito o Validation Canvas... ele me provocava a manter uma interação com players do mercado, confrontando minha visão externa com a percepção interna delas(es).
2️⃣ NOSSA PROPOSIÇÃO DE VALOR NÃO CAUSA IMPACTO
Eu acho que o termo "proposição de valor" tem perdido força e significado no ecossistema de startups, para mim as proposições de valor precisam ser entendidas como os conectoras do que está sendo ofertado com o que está sendo demandado pelo mercado.
Pense que todo produto precisa gerar um "wow moment" 🤯 quando o mercado entende exatamente o que está sendo entregue e isso faz sentido no contexto. Encare a proposição de valor como a chave para abrir a visão das(os) clientes sobre seu produto, mas essa chave não trata da organização única das funcionalidades técnicas, mas da percepção sobre os benefícios alcançados através do produto.
Eu tive muita dificuldade para entender qual era o principal benefício esperado de uma plataforma como a minha... focávamos em otimização de processos, por isso o tempo de resolução de uma atividade chave era crucial para a(o) cliente entender que conosco poderia operar mais transportes no mesmo tempo de trabalho. Para chegar numa proposição de valor que fizesse sentido à minha startup, dediquei um tempo ao Value Proposition Canvas.
3️⃣ A SOLUÇÃO PARECE NÃO RESOLVER O PROBLEMA
Toda solução é resultado de um fluxo [lógico] de atividades capaz de, no final, mostrar que o problema foi resolvido... não confunda solução com produto, o produto é o conjunto de funcionalidades implementadas para garantir a solução.
Quando estamos testando o que entendemos como solução ouvimos, geralmente pela primeira vez, um feedback do mercado sobre o que estamos disposto à construir. Aqui não temos escolha, precisamos gerar a percepção de problema resolvido através de uma sequência de atividades que faça sentido as(aos) usuárias(os).
Eu, como responsável pelo produto da minha startup, me via como o "tradutor" do que tinha entendido sobre o contexto problemático em algo que refletisse o sentimento de "missão cumprida" em quem usasse, para isso pensei em soluções com a menor curva de aprendizado possível.
Por exemplo, o mercado de operações logísticas ainda demandam muito uso de tabelas para organizar e "geranciar" (entre aspas mesmo) os transportes. Tinha capacidade de eliminar a visão de tabelas em fluxos mais inteligentes e integrados com as etapas do processo de controle sobre que era enviado ou recebido.
Agora imagina o tempo de aprendizado que o mercado teria para deixar de lado suas tabelas e imergir em uma plataforma diferente de tudo que conheciam, provavelmente seríamos descartados pela complexidade de produto... afinal a percepção de complexidade ou facilidade é de quem está utilizando o produto, não de quem a(o) criou.
Entender o Problem Solution-Fit foi fundamental para manter meu foco no que precisava ser feito e quais as melhores estratégias para apresentar a solução no mercado.
4️⃣ O MVP NÃO CONVERTE NOVAS(OS) USUÁRIAS(OS)
Desenvolver um produto mínimo que entre no mercado e entregue primeiros resultados é, de longe, o maio desafio de toda startup que conseguiu se manter ativa até o Problem Solution Fit. Primeiro, não custa (re)lembrar a diferença entre protótipos e MVP, isso por que é muito comum pensarmos que MVP é um produto incompleto.
MVP é um produto, de fato, com o mínimo de funcionalidades necessárias para entregar a percepção de problema resolvido... o exemplo que gosto de dar é: o MVP de um carro é um carro básico, a versão mais simples de todas que entrega o essencial de um carro, mas podemos entender que o MVP de um carro é um skate... imagina a Volkswagen lança um novo modelo, mas para entrar no mercado vende skates para gerar algum resultado inicial, não faz sentido.
No meu caso, cheguei ao conjunto de 7 funcionalidade que cobriam quase todas as demandas de transporte... tinha cliente usando tabelas com 98 colunas (98!!) até descobrirem que 7 delas eram realmente fundamentais para garantir o transporte.
São muitas as minhas referências para criação de MVP, mas esse texto que achei recentemente cobre muito do que é preciso saber para pensar e criticar o MVP das nossas startups.
🧀 você compraria "ações" do seu time?
Desde 2008 que decidi acompanhar futebol americano mais que o nosso futebol, gosto da dinâmica do jogo e do formato do campeonato. Quando "virei essa chave" precisei escolher um time para torcer, mais que assisti os jogos, comecei a pesquisar sobre os times e suas histórias quando encontrei o única time da liga que não tem dona(o) milionária(o), ao invés disso pertence ao estado!
O Green Bay Packers, fundado em 1919, pertence à cidade desde 1923... de lá pra cá é mantido pelo setor público e pelas pessoas da cidade que não malucas pelo time. Mas por que estamos falando do meu time de futebol americano aqui?
Por ontem li uma notícia que chamou minha atenção, os Packers abriram "venda pública de ações", quando li o título minha cabeça 🤯... imagina, comprar ações do meu time e ter resultado com seus resultados?
Mas a abertura de stock options na verdade é uma campanha coletiva, no estilo Kickstarter, onde o clube faz uma arrecadação pública em troca de participação no clube, só que essa participação não é negociada em nenhuma bolsa de valores. Os compradores têm proteção zero sob as leis de valores mobiliários. O documento de oferta dos Packers observa que "não é um investimento" e que as ações "não oferecem possibilidade de lucro".
Mesmo não sendo um processo padrão de venda de participações, me fez pensar: e se clubes esportivos abrem capital nas bolsas pelo mundo e tem sua valorização ou desvalorização de quotas mediante os resultados obtidos nos campeonatos? Você entraria nessa?
Não sei se eu teria coragem, especialmente depois que assisti a série "jogo comprado" na Netflix, onde são tratados diversos casos de manipulação de resultados esportivos... imagina isso acontecendo com um clube aberto na bolsa?
👍 eai, curtiu a edição de hoje?
Gostou da edição de hoje? Topa continuar essa conversa por aqui? Seria muito legal ver um comentário seu para que possamos aprofundar mais nesse tema 🤗
⬇️ e... caso ainda não tenha visto, essas foram as últimas edições da news:
Edição #65 | sobre lançamento de produtos B2B
Edição #63 | sobre mentiras empreendedoras
sobre startups #62 | sobre como gera valor
🤗 agradecimento
Obrigado por ter lido mais uma edição da nossa newsletter Sobre Startups... e, se você achar válido, compartilha essa edição com quem não pode deixar de ler sobre o que falamos hoje 🤩
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