sobre startups #66 | 👩🏫 5 lições empreendedoras
eram 10, depois compartilho as outras 5!
🪞 como as pessoas te vêem?
Está na linha de frente de uma startup é estar em uma vitrine, empreender é influenciar nosso time, nossas(os) clientes, investidoras(es) e outras pessoas empreendedoras... olhando para seu papel e comportamento, como você tem influenciado todas essas pessoas?
👩🎤 dia do empreendedorismo feminino
EMPREENDEDORISMO FEMININO
Hoje é dia de celebrar algo que vem ganhando força e relevância no cenário econômico, especialmente no ecossistema de startups, um ambiente historicamente masculino que vem se fortalecendo pela diversidade, especialmente com o empreendedorismo feminino.
Estamos longe da equidade de gênero no ecossistema de startups, no numero de empreendedoras e mulheres em cargos de liderança nas startups. Fui atrás de alguns dados que refletem o cenário atual para que, daqui, possamos trabalhar juntos para um ecossistema ainda mais plural.
em 2019 tivemos **21** unicórnios fundados por mulheres (considerando as startups nascidas entre 2015 e 2018);
a HSBC reportou que **1/3** das fundadores sobrem algum tipo de preconceito na captação de investimento;
o desejo de seguir sua paixão é o motivo de **48%** das mulheres que empreenderem;
cerca de 75% das mulheres têm buscado empreendimentos paralelos ao seu trabalho formal das 8 às 18 horas;
segundo a HSBC as mulheres captam, em média, 5% menos capital;
o fundo Capital Social investe analisando empresas apenas pelos números gerados, nesse modelo sem pitch, 40% das startups investidas são fundadas por mulheres;
Poderia compartilhar muitos outros dados sobre o cenário atual do empreendedorismo feminino, mas para não ficar uma news muito extensa deixo uma reflexão: Olhe na sua comunidade de startups, há startups fundadas por mulheres? se houver, elas estão conseguindo crescer no mercado e captar investimento de risco?
O papel das comunidades é entregar um ambiente aberto, horizontal e não institucional de apoio às pessoas empreendedoras, sem deixar as características locais, todas(os) nós somos responsáveis por suportar o desenvolvimento das startups locais, trocando experiências, conectando com potenciais clientes e|ou investidoras(es) e mostrando a qualidade dos produtos.
💻 o Brasil tem cada vez mais negócios incríveis fundados por mulheres, listei aqui os que acompanho de perto:
eu dirijo uma aceleradora de startups e me orgulho do Brasil ter uma aceleradoras para mães, a B2Mamy liderada pela Dani Junco;
a Dara, liderada pela Isadora Azzalin, tem papel fundamental para identificar mulheres referências em suas áreas e conectando-as à eventos diversos;
a startup Se Candidate, Mulher, liderada pela Jhenyffer Coutinho, tem diminuído a desigualdade de gênero nas empresas, promovendo a candidatura de muitas mulheres às vagas disponíveis no mercado;
uma das maiores (e melhores) edtechs nacionais é a Mastertech, liderada pela Camila Achutti, que apresenta uma metodologia fluida de ensino capaz de gerar profissionais mais alinhados às atuais demandas de mercado;
quem disse que desenvolvimento de software não é coisa de mulher? a Programaria, liderada pela Iana Chan, democratiza o acesso ao ensino sobre programação para mulheres de todo o país.
5️⃣ lições que aprendi na minha jornada empreendedora
Quando decidi empreender foi tudo muito rápido, vim da educação (6 anos como professor de matemática) direto para as consultorias de qualidade para times de desenvolvimento de software e da consultoria para meu primeiro Startup Weekend em Recife.
Nesse tão falado SW Recife 2013 conheci uma galera que queria resolver um problema de logística, facilitando o transporte compartilhado de mercadorias em contêineres. Parecia algo simples de resolver com tecnologia, mas segundo a banca avaliadora não teríamos capacidade de entrar em um mercado tradicional como esse... mal sabiam do que seríamos capazes (mas isso eu deixo para contar outro dia).
EMPREENDER NOS FAZ APRENDER MUITAS COISAS
Durante muito tempo meu cadernos, e todos os planos que escrevia neles, foram meus melhores amigos. Todas as etapas da minha jornada empreendedora eram combinadas com tudo que tirava cabeça, colocava no papel, alinhava com o time, apresentava ao mercado e projetava no produto para que ter resultados relevantes.
Nos 4 anos à frente da Lotebox eu aprendi muita coisa, desse tanto de coisas decidi compartilhar 5 que podem ser úteis na sua jornada (seriam 10, mas o texto ficou grande demais):
1️⃣ comece equilibrando o rápido e o devagar
"move fast and break things"
Já ouviu falar desse termo? Ele foi popularizado pelo "modelo facebook de fazer startups" e reflete um comportamento que, geralmente, atrapalha mais que ajuda. No início é importante balancear o que precisa ser feito rápido com o que precisa levar um tempo.
Nesse início o grande objetivo é entender [bem] o cenário de mercado que você está entrando, daí a importância de definir rápido, conhecer bem os comportamentos e se manter focado em algum problema relevante que impacte uma boa fatia de mercado. Os dados gerais estão distribuídos e são, quase sempre de fácil acesso.
Por outro lado, o contato inicial com potenciais clientes (e as primeiras validações) vai demandar um tempo [necessariamente] maior para você entender a percepção dessas pessoas inseridas no problema e ter, a partir dai, insumo para desenhar su proposta de solução.
Valorize esse aprendizado inicial, considere que essas informações são os alicerces do negócio que você está criando e, se não for sólido pode ruir ao longo da sua jornada.
2️⃣ acompanhe suas|seus potenciais clientes de perto
aproxime-se o máximo possível das(os) suas|seus clientes, tão perto que você dirá o que elas(es) precisam bem antes deles perceberem isso - Steve Jobs
O produto que desenvolvemos tinha como objetivo otimizar o processo de gestão dos transportes (importação ou exportação).
Por conta disso eu decidi entender mais sobre as rotinas de trabalho das(os) responsáveis por pela operação dos transportes, olhando não só para o passo a passo, mas para as reações (boas ou ruins) que tinham em cada etapa, das ligações feitas para as(os) donas(os) das cagas até o tempo que ficaram "paradas(os)" esperando alguma informação importante.
Essa aproximação geraram alguns insights fora do contexto transporte, primeiro que tive abertura para questionar detalhes dessa atividade e descobrir, por exemplo, o quanto de oportunidades de negócio não eram atendidas pelo processo atual ou até quanto tempo (de relógio) eram gastos para organizar as informações nas tabelas.
O contato próximo com quem vive o problema é a melhor fonte de informações para definir características de produto que geram percepção de valor.
3️⃣ Traga, o quanto antes, um perfil desenvolvedor para o time
Dentre os erros que cometemos, a demora para trazer alguém para desenvolver o produto dentro de casa foi que teve maior impacto negativo na evolução do negócio.
Há alguns anos eu escrevi sobre essa experiência de não ter uma|um CTO nos primeiros dias da startup, lembro que a primeira versão comercial do produto foi construída em 3 dias [intensos]. Eu tinha todo o fluxo operacional mapeado, bem escrito (modéstia à parte) e validado com potenciais clientes que foram "traduzidos" em código por três desenvolvedores em um modelo de Hackathon.
Mas não tem a pessoa desenvolvedora no time tira muito da dinâmica de testes e evoluções de produto para manter a startup par e passo com as demandas de mercado. Por isso, mesmo sendo um perfil cada vez mais difícil de encontrar, tenha uma presença mesmo que part-time dessa capacidade técnica.
Caso você não essa esse perfil no time fundador, você pode ir até o MVP com construção de produtos através de serviços no/low code. Também falei sobre startups que usam no-code em uma edição da newsletter.
4️⃣ entenda do seu produto
Você pode ter habilidade e responsabilidade comercial, foco na comunicação ou até facilidade na gestão do time... independente disso, você precisa entender sobre seu produto além do que é comunicado ao mercado.
Isso não significa [necessariamente] desenvolver capacidade de desenvolver software! Eu, por exemplo, não conseguiria programar nada muito mais complexo que o sistema de biblioteca (que fiz em uma atividade na universidade... em 2006), por isso vejo os produtos digitais como peças de LEGO que, bem combinadas, poderiam entregar algo com sentido.
Assim peças de LEGO, dependendo da combinação você pode ter um lindo peixinho ou algo irreconhecível, a mesma coisa acontecem com as funcionalidades dos produtos digitais.
Saber como o produto foi construído, como as funções se conectam e estar alinhada(o) com sua evolução influência todas as outras áreas do negócio, de comunicar melhor para o mercado e de manter as(os) potenciais clientes conscientes do impacto do produto.
5️⃣ comunique-se todos os dias com seu time
O melhor modelo de gestão de times é a proximidade, interação e engajamento das pessoas. Mais que liderar, dê vez e voz às pessoas e suas percepções sobre o negócio... isso não impede de você executar as sprints semanais ou quinzenais, nada disso impede de você se aproximar das pessoas que executam o negócio ao seu lado.
Por outro lado, isso não significa encher o dia das pessoas com reuniões sem fundamento, estar próxima(o) é parar para ouvir o que as pessoas estão passando e ajudar no que for possível para todas(os) tenham qualidade de vida associada ao trabalho.
Essas são 5 das muitas lições que aprendi empreendendo, mas queria saber das suas lições. Comenta aqui para eu saber se passamos pelos mesmos perrengues 😅
👗 você precisa conhecer a Scamb
ANÁLISE DE STARTUP
sabe aquelas roupas e itens de casa que estão parados há um tempo, alguns deles você nem lembra que tem mais... sabe também aquela coleção do verão de 2010 da sua marca favorita que não tem mais como encontrar as peças que você sempre quis? quando você vende o que tem e compra algo de outra pessoa está alimentando o mercado dos itens de segunda mão... um dos que mais crescem globalmente.
↘️ modelo de negócio
Um marketplace que estimula a compra e venda de diversos itens de segunda mão, aumentando o tempo de vida desses itens e remunerando com uma taxa por transação. Essa é a mecânica base da Scamb.
O mercado de segunda mão tem ganhado força e relevância no Brasil, com cases que se consolidaram, como o Enjoei que abriu capital, até aquisições de startups de segunda mão por grandes empresas, como o caso da Troc que foi comprada pelo Grupo Arezzo.
A Scamb surge com uma proposta alinhada às premissas da economia circular, estimulando a troca de itens por itens, cobrindo também as demandas das(dos) usuárias(os) que querem gerar uma renda extra vendendo itens parados.
Esse ano a Scamb deu um passo arriscado que posiciona a empresa em um lugar que as concorrentes ainda não enxergaram. Elas abriram uma primeira loja física no Shopping Rio Mar Fortaleza, trazendo o modelo figital que conecta as experiências digitais com as imersões físicas dirigidas por comportamentos sociais.
↘️ time fundador
As fundadoras têm larga experiência no mercado de moda e varejista, o que ajuda muito nas definições estratégicas e no alinhamento às demanda de mercado, elas são a Isabel Garcia, a Camila Souza e a Melina Carelli.
↘️ resultados relevantes
A maior conquista da Scamb no último ano é, sem dúvida a expansão do modelo de marketplace para o figital. Esse passo tira a Scamb da competição com outras startups do mercado de segunda mão para ocuparem um espaço que ainda não está sendo explorado e longe de ser consolidado.
↘️ minha análise
Sou suspeito para falar da Scamb porque eu adoro startups com modelos de negócio não convencionais além de atuarem em um mercado com grande impacto social.
Outro ponto que me chama atenção é a maturidade profissional das fundadoras, diferente de boas parte das startups que conhecemos, essa característica tem reflexo em planos mais consistentes para o desenvolvimento do negócio.
Olhando para a consolidação do mercado de segunda mão, acredito que a Scamb tem potencial para liderar esse mercado, seja pelo desenvolvimento próprio, seja por uma aquisição estratégica.
↘️ acompanhe a FixIt nas redes
➡️ quer que avalie sua startup na sexta que vem?
Responde esse formulário com algumas perguntas para me ajudar.
💻 algumas novidades e informações para você
ontem reativei meu canal no YouTube, pois é, decidi gravar vídeos com conteúdos sobre startups e ter um espaço para bater um papo mais informal;
se você tem startup em início de operação (produto inicial no mercado e primeiras(os) clientes), não deixa de se inscrever na 6ª chamada de aceleração da Overdrives;
hoje, às 19 horas, temos o Startup Awards no encerramento no CASE que vai premiar pessoas e empresas que fizeram a diferença no ecossistema brasileiro de startups;
ah, hoje é o dia do meu painel sobre comunidades de startups no CASE, será às 14h40 na Arena Pororoca.
👍 eai, curtiu a edição de hoje?
Gostou da edição de hoje? Topa continuar essa conversa por aqui? Seria muito legal ver um comentário seu para que possamos aprofundar mais nesse tema 🤗
⬇️ e... caso ainda não tenha visto, essas foram as últimas edições da news:
Edição #65 | sobre o papel do não
Edição #64 | sobre lançamento de produtos B2B
Edição #63 | sobre mentiras empreendedoras
🤗 agradecimento
Obrigado por ter lido mais uma edição da nossa newsletter Sobre Startups... e, se você achar válido, compartilha essa edição com quem não pode deixar de ler sobre o que falamos hoje 🤩
💻 Ah! Aqui você acha mais informações sobre mim 🤗
Diz aí, o que você achou da edição 66?