sobre startups #83 | 💀 onde falhei como empreendedor?
empreender não é acertar todos os dias
🎯 do que você está abrindo mão?
manter um negócio ativo é o resultado de muitas escolhas pessoais e profissionais e toda escolha gera uma decisão sobre o que manteremos ou não, saiba o que pode ser descartado.
edições anteriores
DO QUE TENHO FALADO
em 2022 eu quero entregar edições da news cada vez melhores, espero que elas estejam sendo úteis na sua jornada no cenário das startups, mas caso não lembre essas foram as últimas duas edições:
edição 82 | empreender com responsabilidade
edição 81 | tendências para 2022
agora vamos para nossa 83ª edição que está bem interessante 🤗
📱 quais os mercados mais consumidos pelos millennials?
O QUE ESTÁ ROLANDO
em 2021 eu e toda minha geração viramos cringe por uma geração que nasceu da metade dos anos 1990 pra cá, os millennials (ou geração Y), o fato é que essa turma chegou chutando a porta do mercado, consumindo e movimentando diversos setores da economia... então posso ser cringe, mas não deixarei de pensar nesse público como potencial consumidor de produtos digitais, mas quais os mercados que essa turma tem buscado mais?
listei 4 dos mercados mais atingidos por essa geração, segundo a CBInsights:
1️⃣ mercado fitness
se engana quem pensa que essa geração está nas suas cadeiras gamers esperando pelo metaverso, cerca de 76% dessa geração pratica alguma atividade física ao menos uma vez por semana comparado com 70% da geração X e 64% dos baby boomers. só com essa geração as academias bateram a marca de US$7bi de faturamento anual, o dobro do captado com a geração X e boomers.
porem, como aparentemente ter os treinos A, B e C na academia é cringe, tem crescido a procura por academias com propostas que vão além do maquinário já conhecido, as "boutiques” de atividades físicas, o que aumenta as oportunidades para novos serviços presenciais ou remotos para manter o corpo em movimento.
2️⃣ mercado de cultivo de plantas
devo ter ganhado pontos com os millennials por ter um jardim na minha varanda, fato é que essa geração tem buscado bem-estar em ambientes urbanos, principalmente nas suas casas. em 2019 a bloomberg declarou que “as plantas são os novos filhos da geração Y", achei uma visão forçada, mas precisamos levar alguns dados em consideração.
entre 2016 e 2018 o consumo de plantas nos EUA chegou em US$1,7 bilhão, um salto no consumo médio com plantas por família, de US$30 para US%50. esse número continuou aumentando na pandemia, 15% em 2020 com espera de uma aumento de 96% em 2021.
além do cenário da COVID-19, as plantas criam uma sensação de bem-estar, especialmente na vida urbana, o que abre oportunidades para soluções de cultivo facilitado, especialmente para atender uma geração que tem o aluguel como base das moradias e não podem fazer grandes mudanças nas casas.
3️⃣ mercado de micromobilidade
tem crescido nas zonas urbanas o conceito de "cidade de 15 minutos”, onde com um deslocamento de até 15 minutos as pessoas conseguem ter acesso à boa parte das suas demandas de mobilidade e os millennials são peça chave nessas novas dinâmicas urbanas.
a mobilidade se tornou um serviço, enquanto o volume de compra de carros cai entre pessoas dessa geração, cresce rápido a demanda pelo transporte sob demanda e não só utilizando veículos, os serviços de bicicleta, scooters (como o caso da spin que foi comprada pela ford por US$100 milhões), e [em algumas cidades] de patinete é alvo principalmente da geração Y.
com a retomada da segurança na mobilidade urbana, o grande desafio para quem quer entrar no mercado de micromobilidade está atrelado a questões de logística e operação dentro das cidades, recentemente vimos a ascensão e queda da yellow, uma vez que o público alvo já está bem definido.
4️⃣ mercado de finanças pessoais
essa é uma geração que tem assumido rápido o controle do seu dinheiro, resultado das mudanças das nossas relações com as questões financeiras. mais que a busca por bancos digitais, há um crescente interesse em investimentos, especialmente pela nova relação profissional que não projeta o modelo de aposentadoria que conhecemos.
os millennials ocupam a maior fatia de usuárias(os) das aplicações de finanças pessoais, presença que só tem crescido nos últimos anos. o que, por consequência, aumenta as oportunidades para os bancos desafiadores, e o entendimento sobre a manipulação do dinheiro frente as condições impostas pelos serviços e a busca por acompanhamento digital programáveis às suas demandas, como os robôs de investimento a exemplo da corretora digital robinhood, avaliada em US$11,7 bilhões.
se você não está olhando para o comportamento de consumo dessa geração, não deixe para depois, entenda seus interesses e como eles captam valor das soluções para que sua empresa continue fazendo sentido nos próximos anos.
oi! se você chegou por aqui agora e não conhece essa news, deixa me apresentar. eu sou o luiz gomes, estou em Recife dirigindo uma aceleradora de startups, a Overdrives, mas lancei minha última startup em 2013.
aqui eu compartilho muito do que aprendi [e aprendo] na minha jornada e mais um monte de coisas que pesquiso sobre a criação e o desenvolvimento de startups, solto uma nova edição sempre nas segundas, quartas e sextas... se você ainda não assinou, te convido para assinar e não perder as próximas edições 🤗
🏚️ onde falhei como empreendedor?
O QUE APRENDI
como em toda jornada, cometemos erros ao empreender uma startup, erros que nos ensinam muito sobre como lançar e manter uma startup no mercado, entregando valor para se tornar um negócio sustentável.
as startups são estruturas complexas, onde os problemas precisam ser conhecidos desde o início, mas as soluções efetivas resultam de testes e aprendizados obtidos ao longo disso que chamamos de jornada.
hoje resolvi abrir meu coração ❤️ separando 5 dos erros que cometi e que evitaria cometer em um próximo empreendimento, aprendi muito com isso, mas espero que eles evitem que você passe pelas mesmas situações:
1️⃣ distribuição societária mal planejada
quando fundei minha última startup era eu e um sócio, nossa primeira decisão foi definir que cada um teria 50% de participação, não consideramos a importância de distribuir equity pelo impacto e disponibilidade de cada co-fundador ao negócio.
considerei essa divisão um erro quando de questões simples como a administração da empresa precisar ser compartilhada frente ao banco, até a responsabilidade de tomar decisões estratégicas favoráveis ao crescimento de negócio que perdem força quando todos tem “a mesmo voz”.
hoje eu lançaria uma startup colocando todo equity disponível por uma estratégia pré definida de vesting, onde cada co-fundador captaria participação pelos resultados gerados em suas áreas foco do negócio.
2️⃣ comunicação [nem sempre] transparente
por mais que cada co-fundador tivesse responsabilidade sobre áreas específicas do negócio (inclusive falei sobre matriz de responsabilidade na edição anterior), não consideramos estabelecer uma rotina de comunicação sobre decisões estratégicas. o resultado tangível disso foram nas ações que pegavam o outro sócio de surpresa e acumulavam problemas que, com o tempo, se tornaram ainda mais complexos.
quando falo de transparência, falo de uma rotina de comunicação, ou seja, a adoção de práticas simples que permitam todo time fundador tomar conhecimento sobre as propostas de ação estratégica e qual impacto que isso terá no negócio e|ou em outras áreas da empresa.
um exemplo simples de como a falta de transparência pode criar problemas complexos é quando a(o) responsável pelas ações comerciais define entregas para o mercado sem alinhamento prévio com o time de produto, o resultado é que o time de produto se vê em um "campo minado” ao tentar equilibrar o plano de evolução do produto com as constantes variações comerciais.
3️⃣ sociedade vai [muito] além da amizade
você não precisa empreender com quem não gosta, só para ter uma capacidade técnica que soma ao negócio, mas isso não significa tratar o time fundador com parças. a base de todo relacionamento societário vem do profissionalismo e não da camaradagem.
quando a amizade domina essa relação há uma tendência natural dos processos perderem espaço para o amadorismo, ou para o "jeitinho” de resolver as coisas. por isso precisamos considerar que, na empresa, sócias(os), investidoras(es) e [claro] clientes precisam ser tratados por uma relação profissional que permita a criação e a execução de rotinas favoráveis ao desenvolvimento do negócio.
4️⃣ o mercado impacta o produto que influencia todo o negócio
se uma padaria não entende quais pães o mercado quer consumir e não dá ênfase na qualidade de produção, ter centenas de outros itens à venda não fará desse estabelecimento uma boa padaria... talvez seja uma boa loja de conveniências.
da mesma forma são [ou deveriam ser] as startups, quando entendemos que o vetor diretor do negócio é o entendimento que obtemos do mercado e suas demandas de consumo, o ponto de ênfase precisa ser o produto (o pão da padaria startup), ele precisa ser prioridade frente às demais áreas do negócio.
sabemos que ter um modelo sustentável garante a permanência de qualquer startup no mercado, mesmo assim não tem como separar um bom modelo de negócio da entrega de valor do produto, por isso que sem essa ênfase o negócio estará construído sobre hipóteses de solução;
5️⃣ não faça parcerias informais... sério, não faça!
sabe aquele amigo de infância que sabe desenvolver software e topou implementar algumas funcionalidades no seu produto sem custo, só porque ele curtiu o negócio? pois é, esse amigo pode ser o primeiro a te ferrar se o negócio não evoluir como ele esperava... e esse é um pato que ninguém quer pagar, mas eu paguei.
durante mais de um ano eu precisei me calar sobre esse assunto, mas de uma relação de amizade (lembra do item 3 dessa lista?) que queria “entrar para o time” ajudando no desenvolvimento de produto sem custo eu me vi com um processo nas mãos pelo negócio não ter correspondido as expectativas desse amigo... amigão 😒
o ponto é, caí na máxima da amizade e deixei as formalidades de lado, não me importei em ter os cuidados jurídicos mínimos que me protegessem de atritos no relacionamento, não parei um tempo para escrever um contrato com as condições acertadas no início dessa relação e me vi com uma dívida que poderia ter sido evitada.
pode não parecer, mas há pessoas que só se aproximam de você em busca de projeção, contribuem pontualmente com o negócio, mas não estão nas rotinas diárias e ainda exigem resultados da forma que as convém. por isso, em experiências futuras, pode até ter um custo, mas não faço parcerias de boca, essa formalização é uma segurança que pode evitar [grandes] problemas futuros.
quem empreende vive uma escola de aprendizados práticos, obtidos com boas ou más decisões. infelizmente não conseguimos evitar todos os erros, mas com atitudes (quase sempre) simples conseguimos reduzir boa parte dos problemas que surgem nessa jornada.
essa edição traz lições que aprendi empreendendo, elas não estão nos livros, nas metodologias nem nas ferramentas... a gente só aprende fazendo, botando a mão na massa, por isso que ter a oportunidade de compartilhar esses aprendizados geram grande satisfação, saber que posso estar contribuindo com o momento de empreendedoras(es) não tem preço.
se você curtiu essa edição ou sabe quem possa gostar de ler essas lições, compartilha nas tuas redes para quem consiga falar disso para mais pessoas 🤗
📊 empresas que impactaram 2021
PARA PRINTAR E DEIXAR SALVO
fonte: visual capitalist
tem empresas que definem o momento que estamos vivendo e em 2021 essas 6 mostraram reflexo de parte dos acontecimentos mundiais. claro que nem tudo atingiu diretamente nosso contexto, mas não podemos descartar o tamanho do impacto que elas geraram na economia, na sociedade e até na saúde pública.
por que precisamos dar atenção a esses gráficos?
entender quais empresas estão influenciando o mercado nos ajuda a conhecer mais das tendências, comportamentos de consumo e oportunidades de negócio que derivam desse movimento econômico... a exemplo do metaverso que fez Zuck mudar até o nome da empresa.
na sua opinião, quais empresas impactaram mais seu mercado alvo?
☕ uma lista para desacelerar seu dia
CONTEÚDO PARA A SUA PAUSA
o Wei tem compartilhado ótimas dicas para quem está começando a usar o Notion
eu viajo pensando na forma que esses produtos minimalistas foram projetados
minha primeira playlist do ano é para os dias pesados
fiquei impressionado vendo Paul McCartney criando, do nada, a música Get Back: