sobre startups #91 | 👨🚀 como lançaria uma startup hoje?
🔭 como você vê o futuro?
tem uma turma empreendendo startups e projetando uns crescimentos megalomaníacos, deixando de lado a atenção necessária sobre o chão que estão pisando. o resultado não poderia ser mais óbvio, quando a visão de futuro é muito fora da realidade, qualquer pequena dificuldade atual pode colocar tudo à perder.
DO QUE TENHO FALADO
edições anteriores
os conteúdos dessa semana foram muito bons, além de ter começado com o bloco "🥈 prata da casa”, onde apresento startups nacionais que estão se desenvolvendo no mercado!
edição 90 | retenção de clientes
edição 89 | conhece OKPS
O QUE ESTÁ ROLANDO
👋 por que há tanta rotatividade de talentos de tecnologia?
hoje, uma das poucas atividades, cujas(os) profissionais podem escolher dentre as oportunidades do mercado é a de desenvolvimento de software... isso por conta de uma escassez de talentos tão conhecida, mas há um outro aspecto que preocupa principalmente as empresas menores, por que vemos uma alta taxa de rotatividade de profissionais entre talentos de tecnologia?
em 2015, quando estava com minha startup na Plug and Play, conheci pessoas da Google que, nas conversas me mostravam como essa rotatividade de profissionais é comum na região do Vale... o interessante é como os talentos começam suas vidas profissionais nas grandes empresas e, em pouco tempo, buscam desafios em empresas menores.
aqui no Brasil percebemos um movimento mais confuso, há um grande volume de profissionais que deixam empresas pequenas pelas oportunidades nas grandes e até profissionais de outras áreas que entram em programas de formação das grandes empresas para mudar de área.
no último dia 14.01 a exame compartilhou uma pesquisa sobre as razões que motivam tantas mudanças de emprego dos talentos de tecnologia, os dados apresentados chamaram minha atenção:
63% - mudam para buscar melhores oportunidades;
49% - buscam ambientes que as(os) desafiem;
36% - por não serem valorizados;
29% - querem uma vida mais equilibrada;
24% - buscam um melhor alinhamento de valores.
isso tudo sem contar com os atuais 95% querem trabalhar em regime híbrido e os 46% que buscam um trabalho que permita horário flexível.
olhando nessa linha da pesquisa, identificamos quais as prioridades das(os) profissionais numa tentativa de permanecer mais tempo em uma empresa:
conquistar equilíbrio entre as atividades profissionais e pessoais;
construir um bom relacionamento com as pessoas da empresa;
ter uma conpensação financeira que justifique o impacto gerado;
construir uma boa relação os papéis superiores da empresa;
alcançar estabilidade financeira;
ser reconhecida(o) pelos resultados gerados;
ser possível desenvolver habilidades para o trabalho;
se ver de frente de um trabalho desafiador;
conseguir se desenvolver na carreira;
ter flexibilidade para trabalhar da melhor forma.
perceba que os aspectos financeiros não são os únicos que surgem nas definições de mudança, mas o relacionamento e o reconhecimento surgem com força, por isso precisamos entender melhor os comportamentos das pessoas.
➡️ como as startups (menores) podem projetar a retenção desses talentos? uma vez que a negociação financeira é, geralmente, limitada?
escute a voz as pessoas para que cada uma se vejam como parte ativa e fundamentais no desenvolvimento do negócio;
reconheça o impacto das ações das pessoas nos resultados do negócio e promova a autonomia sobre a micro gestão e as dinâmicas de trabalho;
crie e mantenha uma rotina de desenvolvimento profissional com troca de experiências e fortalecimento de conexões com novos conhecimentos;
tenha processos mínimos necessários para diminuir o tempo de integração para receber melhor os novos talentos que venham para o time.
oi! se você chegou por aqui agora e ainda não é assinante da news, eu envio e-mails toda segunda, quarta e sexta para mais de 220 pessoas e será muito bom ter você entre essas pessoas 🤗
PARA APROFUNDAR
⛰️ como iniciaria um novo negócio?
não é difícil pensar o que faria para lançar uma startup hoje. por mais que seja um processo complexo, impossível de prever o que aconteceria, acredito que meu ponto de partida e os primeiros passos seriam mais conscientes.
➡️ o ponto de partida: minha disponibilidade
empreender é um acordo de longo prazo, antes de tudo, com nossa disponibilidade.
estar disponível para um novo negócio não significa largar tudo e se jogar em uma nova jornada rumo ao desconhecido. o contrário disso, se o interesse por empreender não for por uma necessidade latente, a disponibilidade é consequência de um cuidado financeiro e toda uma estratégia para encaixar as novas rotinas com as atuais.
com a disponibilidade vem minha motivação para iniciar um novo empreendimento. nossa motivação, em geral, é resultado da combinação entre: (1) o interesse pessoal que temos em ter um novo negócio, (2) a oportunidade de mercado que chamou nossa atenção e (3) as chances de retorno que projetamos.
a motivação pode gerar nosso propósito com o novo negócio, mas não quero entrar nesse ponto agora... vou ficar na motivação para dar o primeiro passo, para ter coragem de tirar uma ideia do papel.
➡️ o primeiro passo precisa ser o entendimento de contexto
um novo negócio surge de algum problema percebido ou oportunidade existente, por isso, é fundamental ter um bom conhecimento sobre o contexto que iremos atuar para otimizar o tempo gasto nas validações iniciais (e tornar nossas hipóteses mais assertivas).
cometemos muitos erros nessa imersão inicial, principalmente na definição das hipóteses sem um bom volume de informações organizadas. hoje eu tentaria reduzir esse risco partindo de um cenário que tenham conhecimento prévio... por exemplo, não iniciar um negócio em um contexto totalemnte desconhecido, olharia para cenários que tenho ao menos um conhecimento teórico.
o interesse por empreender em algo que seja minimamente conhecido tem haver com o tempo que levaria para “engrenar” nessa nova jornada... essa é uma decisão [bem] pessoal.
➡️ agora o primeiro ponto de cuidado, com quem somar capacidades e interesses?
pra mim, a questão mais difícil de qualquer novo empreendimento é quem chamar para essa jornada? principalmente quando a ideia inicial não surge de uma percepção conjunta. tenho uma visão de time inicial juntando o conhecimento complementar [e distinto] ao meu, o interesse pelo contexto, a disponibilidade e a motivação dessas pessoas.
interesse, disponibilidade e motivação são aspectos individuais, não temos como moldar isso nas pessoas, mas podemos entender para combinar aos nossos.
buscaria essa pessoa na minha rede de contatos, entendendo que essa relação precisa ter como base o profissionalismo (que mencionei na edição 87 sobre o time fundador), colocando a formação diversa desde o dia 1.
sem uma boa rede de contatos, uma boa estratégia é se conectar e participar ativamente de comunidades locais ou não. conhecer pessoas que estão empreendendo ou tem interesse em criar seus negócios pode revelar bons perfis para conversar sobre nossas ideias e desenvolver uma afinidade inicial.
➡️ agora pensaria na jornada em si
para mim essa tal jornada é uma sequência de fatos lógicos que me ajudam a projetar “o próximo passo” que será dado.
1️⃣ primeiro, organizar a casa
o pré-lançamento de qualquer negócio parece sempre algo caótico, para diminuir esse sentimento penso em estruturar toda pesquisa e análise de mercado, priorizar os dados realmente úteis para decidir pela viabilidade do negócio, organizar as estratégias de validação qualitativas para identifiar a existência do problema ou oportunidade e a melhor combinação de funções para entregar valor efetivo.
2️⃣ foco na assertividade de produto
um bom produto vem de uma rotina de criação-testes-ajustes em busca do formato de produto que gera percepção de valor através do uso... inicialmente o objetivo é ter um formato mínimo para que os testes e primeiras análise de impacto sejam feitas o quanto antes.
lembrando que o desenvolvimento de um produto inicial não tem a ver com a velocidade de criação, mas a qualidade das validações e, claro, do entendimento das demandas.
3️⃣ ter um grupo qualitativo de potenciais clientes validadoras(es)
quando falamos de early adopters nos referimos há um pequeno volume de pontenciais clientes que topam interagir conosco antes mesmo de uma primeira versão de produto entrar no mercado. montar um bom grupo de early adoptersque compartilhem informações valiosas sobre suas demandas e como os testes de produto impactam o contexto nos ajudará a encontrar o problem solution-fit.
investiria tempo para ter esse grupo de early adopters engajados nas validaçoes iniciais da solução e do produto.
4️⃣ o modelo de negócio é uma consequência
o que aprendemos nessas interações iniciais, os comportamentos de cosnumo do nosso público alvo, as medições de impacto gerado com uso do produto e nosso entendimento sobre o cenário de concorrência torna o modelo de negócio um caminho lógico.
os modelos de negócio são elementos variáveis, por exemplo, nem toda solução SaaS entra no mercado com um modelo de assinatura bem formatado... o importante aqui é ter um modelo inicial que viabiliza os primeiros passos nesse mercado.
5️⃣ ter uma visão racional de futuro, com resultados sempre possíveis
a visão de futuro precisa estar baseada nas entregas periódicas de valor que diminuam a barreria de acesso ao mercado e, em algum momento, a potenciais investimentos. e no que diz respeito à investimentos, essa visão racional de futuro facilita a criação e evolução de uma relação com contato recorrente entre o time fundador e potenciais investidoras(es).
gosto de estabelecer um relacionamento com potenciais investidoras(es) através de roadmaps do negócio para que elas(es) vejam em que momento a tese se encaixa.
6️⃣ o resto é aprendizado...
a vivência da jornada empreendedora influencia tudo, nossas decisões, nossas rotinas e nosso aprendizado, por isso a importância de ter momentos para consolidar o que foi aprendido e usar isso para mandar o negócio em evolução contínua.
começar um novo negócio pode ser algo fácil de organizar mentalmente, mas sempre será complexo de executar, por isso o mais importante é estabelecer boas rotinas de trabalho.
gostou do que viu nessa edição? compartilha esse conteúdos nos teus grupos ou redes para que mais pessoas possam ter acesso ao que falei hoje 🤗
CONHEÇA A CARGO X
🚀 a tecnologia aplicada à logística
como a tecnologia pode ser usada para otimizar a logística de cargas no Brasil? especialmente sendo esse um processo ineficiante nas transportadoras tradicionais.
🎁 modelo de negócio
fundada em São Paulo, a Cargo X oferece uma solução completa para as transportadoras, através da digitalização da operação logística entregam maior eficiência nos processos internos que viabilizam o transporte de cargas.
o modelo tem foco nas transportadoras, como disse, entregando oportunidades de transporte e acesso à capital de giro para mantar as operações logísticas em funcionamento com eficiência. com isso apresentam às empresas contratantes um marketplace de transportadoras parceiras à plataforma.
para os demandantes ao transporte de mercadorias (embarcadores) é cobrada uma taxa por cotação efetivada, uma vez que garantem a entrega das melhores opções de transportadoras. hoje grandes empresas como Ambev e Unilever usam a Cargo X como embarcadores.
por fim há uma solução para atender às demandas e rotinas de caminhoneiros, aumentando as oportunidades de contratação e a recorrência nas demandas de transporte. tudo feito através de ambientes digitias que permitem o controle dos transportes e do balanço financeiro por motorista... pelo que entendi não há cobrança no que entregam aos motoristas.
🫂 time fundador
a startup foi fundada pelo Federico Vega e pelo Dmytro Kormakov, hoje o Federico está como CEO da frete.com, unicórnio que controla a FreteBras e a CargoX.
📊 resultados relevantes
o maior resultado da Cargo X é a própria consolidação da frete.com que se tornou unicórnio no Brasil e que permite suas marcas gerarem ainda mais resultados no setor logístico nacional.
🔎 análise geral
produtos digitais aplicados às operações logísticas tradicionais precisam entender que esse cenário é um dos mais complexos para entender e aceitar o valor que o digital pode entregar. por isso que produtos como a Cargo X, quando despontam no mercado, precisam se vistos como sobreviventes de uma interação complexa, lenta e quase sempre frustrante.
a proposta de cobrir toda a cadeia de logística é uma das principais sacadas da empresa, dessa forma conseguem além de gerar receitas de várias formas, entendem em tempo real onde estão os gargalos da cadeia e onde precismam dar maior atenção.
🤝 conecte-se com essa startup:
CONTEÚDO PARA A SUA PAUSA
☕ vai um cafezinho?
adorei o episódio desse podcast sobre metaverso
e esse sobre o pouso na lua, e as conspirações ao redor
esse video do porta dos fundos tem uma crítica importante