sua priorização vai dar errado
desmascarando os frameworks de priorização: por que eles sempre falham?
por mais que eu conheça e conviva com muitas(os) empreendedoras(es) e suas startups, há uma característica comum que sempre me chama atenção: acreditar cegamente que um framework de priorização fará com que esse processo dê certo, independente das particularidades do contexto.
há algumas semanas que li um artigo muito interessante do Michael H. Goitein, com uma provocação que faz muito sentido quando olhamos para ambiente das startups e da jornada de desenvolvimento de seus produtos… o uso de frameworks para tudo!
se você está chegando agora, te convido a conhecer e assinar a kamelo. toda semana tem conteúdo novo por aqui 🤗 agora para fazer uma análise sobre como os frameworks de priorização vão dar errado!
minha experiência com priorização
minha carreira no mercado de tecnologia começou me tornando um misto entre gestor de projetos, gestor de processos e agilista… uma combinação que me fez viver (por um bom tempo) atrás de frameworks salvadores da pátria.
ok, um framework (qualquer que seja) por si só não vai criar problemas, eles podem ajudar na organização das ideias, mas não encare isso como o conjunto de regras que não pode ser nem questionado!
quando li o texto do Goitein lembrei de muitos momentos que defendi os frameworks como pilar nas estruturas de negócio, especialmente os frameworks propostos para gerar a priorização adequada para os times.
você, como eu, pode ter usado o método RICE (reach, impact, confidence effort) na busca da priorização ideal… e provavelmente, como eu, deve ter se visto perdida(o) em meio a um processo longo e nada ágil para manter as atividades “em ordem".
se você não conhece o método RICE:
o método concentra-se em atribuir valores numéricos a cada recurso com base em seu alcance, impacto, confiança e esforço. enquanto fornece uma aparência de objetividade, pode desviar a atenção da compreensão profunda sobre as necessidades das(os) usuárias(os).
o método tende a priorizar recursos com base em suas características individuais, em vez de considerar como eles se alinham à estratégia do produto e da startup. isso pode criar uma abordagem fragmentada que perde de vista o quadro geral.
os números gerados pelo método podem ser usados para justificar decisões já tomadas, ao invés de informar genuinamente novas escolhas. isso pode uma priorização para inglês ver, onde a priorização parece objetiva, mas é enviesada.
a crítica mais significativa é que, como muitos frameworks de priorização, o método foca mais nas soluções do que nos problemas a serem resolvidos. uma abordagem mais eficaz seria priorizar problemas e oportunidades alinhados com objetivos estratégicos mais amplos.
apesar da tentativa de objetividade do método, é comum que as decisões sejam tomadas com base na opinião da pessoa mais bem paga (HiPPO - highest paid person's opinion), que pode descartar a pontuação do RICE em favor de suas próprias preferências.
conhece alguém que tem sofrido para manter uma priorização efetiva na startup? vale a pena compartilhar essa edição para que menos pessoas sofram sem saber onde estão errado!
uma análise a partir das minhas experiências
quando comecei a ler o texto de Goitein, algo imediatamente me chamou atenção. ele fala sobre a armadilha dos muitos frameworks de priorização, algo que eu já cai demais, perdendo a cadência do processo por tentar seguir passo-a-passo o fluxo de um framework. a lembrança de projetos nos quais eu estive envolvido é me ver preso em um ciclo de busca contínua por novas funcionalidades, isso no texto é tratado como "feature bloat", inchaço de features, quase sempre, desnecessárias.
Goitein compartilha uma experiência de sucesso, focada na simplicidade e nas necessidades do usuário. esse exemplo me fez refletir sobre um momento de virada de chave na minha jornada empreendedora: estar em sintonia com o usuário, não com os padrões de mercado. o sucesso de Goitein ao adotar essa abordagem serviu como uma lembrança e uma inspiração para mim, reforçando a importância de manter o foco nas necessidades do usuário, em vez de se perder em um mar de verdade absolutas criadas para o ambiente das startups.
a discussão de Goitein sobre o papel de gestão do produto me permitiu resgatar os comportamentos que adotei enquanto responsável pelo produto na minha startup. ele argumenta que muitas vezes somos reduzidos a geradoras(es) de recursos. isso levantou uma questão crucial para mim: estamos realmente sendo estratégicos no papel de gestão de produto? essa análise me desafiou a pensar além da entrega de recursos, focando na estratégia do negócio e na inovação percebida como valor pelo mercado.
termino essa análise destacando a importância da empatia e da compreensão das(os) clientes, algo que costumamos deixar de lado na busca pela construção do produto ideal. lembro que a essência do nosso trabalho é resolver problemas reais com algo que faça sentido para quem usa, se seu produto não gera um sentimento WOW no mercado, provavelmente ele também não será uma prioridade.
🚧 quero te ajudar a ter uma priorização mais efetiva!
se você tem dificuldades para ter e manter as atividades do negócio priorizadas, te convido para deixar nos comentários a sua experiência, eu entrarei em contato contigo e poderemos marcar uma conversa para eu entender como posso te ajudar a não cair nas mesmas armadilhas que eu.
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