vale a pena investir em startups?
investimento em startup é na projeção de crescimento, justificada pelo que já foi executado
“investimos 5 vezes o ARR” esse tem se tornando um argumento comum entre diversos perfis investidores de startup com a justificativa do momento vivido pelo mercado de venture capital. hoje eu trago mais elementos para discutirmos sobre esses argumentos e o que pode tornar a análise mais efetiva.
faturamento é a principal variável para definir o investimento
ate que ponto definir essas “travas” no cheque de investimento pelo múltiplo de receita anual é justificado no contexto de investimento em startups?
considerando a atual retração de mercado, a negociação para captação de investimento assumiu um tom que prioriza a racionalidade no cálculo do valuation, segurando um pouco as projeções de crescimento sem embasamento do retorno e da conquista pela sustentabilidade financeira.
quanto mais no início da jornada, maior o risco tomado por quem investe, especialmente quando o investimento acontece antes da startup ter uma primeira venda real. nesses casos espera-se uma combinação entre análise de tendência de confiabilidade do time fundador que possa justificar a aposta.
depois que a startup tem uma operação comercial, mesmo que mínima, os perfis investidores tendem a definir valores investidos e o equity desejado pelo volume de receita gerado por período (por padrão, olha-se a geração de receita recorrente anual, o ARR).
o que não pode ser esquecido nessa relação é que toda startup precisa trabalhar de mãos dadas com uma projeção de crescimento que desafie constantemente a operação… claro que essa projeção de crescimento precisa ser definida com o máximo de racionalidade, ou seja:
1️⃣ baseada na capacidade de execução até o momento, o que a startup já aprendeu com o mercado? o que já entregou? qual valor percebido a partir do uso? essas são perguntas fundamentais para comprovar que o time tem condições de entregar algo útil ao mercado;
2️⃣ há viabilidade e abertura de mercado? a startup está inserida em um contexto de oportunidade de mercado que, a partir de uma demanda ou desejo relevante, dá suporte ao desenvolvimento desse negócio?
3️⃣ existe uma visão (e estratégia) de retorno? qual potencial de sustentabilidade financeira a partir da consolidação do modelo de negócio proposto pela startup? quais os argumentos de contexto justificam a escolha pelo modelo de negócio em uso?
4️⃣ qual a capacidade de assumir uma presença relevante no mercado? a estratégia de crescimento está alinhada ao posicionamento competitivo frente às demais soluções presentes no mercado?
nenhum tese de investimento pode ser baseada apenas no que foi executado até o momento da negociação, por mais desenvolvida que seja a startup, é preciso considerar a capacidade do time alcançar, pelo menos, uma parte significativa do que está sendo projetado para o futuro do negócio.
isso significa que os perfis investidores precisam acreditar em crescimento acelerado e aumentar “sem limite” os múltiplos investidos?
antes de entrar nesse ponto, qual o objetivo do papel de investidor?
a base do relacionamento entre os perfis investidores e as startups começa identificando pontos de confiabilidade desde a primeira conversa
dessa forma, podemos considerar que o papel de quem investe no risco das startups é de mostrar ao mercado que propostas baseadas em inovação (por mais distantes que sejam do cenário atual) têm potencial de se tornar uma figura relevante no mercado.
conhece alguém que está passando por problemas no relacionamento com potencias investidoras(es)? compartilha essa edição agora mesmo!
💡 há projeção de retorno sobre a inovação!
mas, todo perfil investidor, ou entra para sair (vender) ou para adquirir (comprar) as startups… tudo que acontece entre a transferência financeira e esse “encerramento” da relação investidor-startup é mitigação do risco de falha e busca por oportunidade de crescimento.
mas, vamos lá…
1️⃣ se o perfil investidor entra para sair (vender o equity ou a preferência de equity) para a entrada de novos investimentos ou pela aquisição por outra empresa, o papel desse perfil investidor é não criar uma estrutura de cap table que dificulte (ou afaste) novos perfis investidores.
isso significa definir bem as amarras do contrato de investimento, tanto para proteger o investimento feito, quanto para facilitar a entrada de novos investidores que aumentem o valor de mercado da startup e gere múltiplos por diluição (venda de participação).
2️⃣ se o perfil investidor entra com objetivo de adquirir o negócio (comprar ou assumir a participação majoritária sobre a operação), crie um cenário onde o time fundador mantenha-se focado (e motivado) no desenvolvimento do negócio.
isso significa executar uma estratégia construída para dar o melhor suporte possível às projeções de crescimento, gerando um melhor cenário para a saída do time fundador e até para outros perfis investidores que, eventualmente, estejam no cap table da startup.
voltando a pergunta que ficou em aberto… investir em startup é não ter limite sobre o múltiplo referente à geração de receita? não!
então, o foco é manter o cálculo de 5 vezes o ARR? também não, afinal essa não é uma métrica completa para definir uma tese de investimento. esse é um dos parâmetros que podem protejer os perfis investidores a entrar em negócios que são uma furada, mas se vendem com negócios imbatíveis.
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nos vemos na próxima edição 🤗
Acho legal explorar esse tema da relação se investidor e startups investidas. Poucas coisas são faladas sobre esse assunto. Gostei!