como lançar uma startup no mercado?
Dicas Práticas e Experiências Reais para Lançar sua Startup com Sucesso
até hoje eu lembro do dia, em fevereiro de 2014, que lancei a primeira versão do produto da minha startup, um misto de sentimentos e uma pergunta que não saia da minha cabeça “e agora?”.
mais de dez anos depois, pude ver e acompanhar centenas de startups entrando no mercado, nesse período identifiquei alguns padrões nas que conseguiram se manter ativas no mercado.
por mais que suas atividades pós lançamento sejam fundamentais para o andamento da startup no mercado, o que é feito antes, na preparação para o lançamento é tão importante quanto… mas muitas(os) empreendedoras(es) não dão a devida atenção.
hoje eu vou falar sobre o preparo de uma startup para entrar no mercado, então envia essa edição para quem está nesse momento da jornada.
prepare-se para ter sua startup no mercado
colocar um novo produto à disposição do mercado traz a primeira GRANDE responsabilidade para o time fundador de qualquer startup, é uma virada de chave entre um laboratório para se jogar na vida real.
precisamos entender o processo de lançamento como o elo entre a busca inicial das oportunidades de negócio com o que será a operação inicial da startup no mercado.
podemos entender o momento do lançamento como a conexão do que foi descoberto enquanto oportunidade com uma estratégia para captação de clientes. mas, para chegar nesse entendimento, precisamos voltar algumas casas nesse tabuleiro.
as etapas para descoberta e validação das oportunidades funcionam como um grande laboratório por demandar testes e correções contínuas, olhando para o que justifica a criação não só de um produto (enquanto tecnologia), mas de uma estrutura mínima de negócio.
há três marcos que definem esse período de laboratório:
1️⃣ ideação
toda startup surge de uma ideia, podemos entender ideias como oportunidades identificadas com elementos que justificam o esforço que colocá-la em prática.
2️⃣ validação
as idéias só ganharão peso quando colocarmos nossas hipóteses à prova, o processo de validação é responsável pelo direcionamento da solução e de toda primeira abordagem de mercado.
3️⃣ prototipação
por mais que muitas(os) empreendedoras(es) criem suas startups com uma visão de produto, não faz sentido investir tempo e recursos para desenvolver um produto que não tenha seus elementos chave testados e priorizados.
esses três momentos iniciais têm papel fundamental na jornada de qualquer startup: construir uma base forte a partir do aprendizado obtido pelo alinhamento entre as percepções do time fundador (hipóteses) com as reais oportunidades do mercado, compartilhado pelos perfis entendidos como foco.
costumo provocar empreendedoras(es) nessa etapa inicial a terem clareza sobre qual primeiro objetivo do negócio depois que entrar no mercado, sabendo que a primeira conquista de uma startup em operação é validar seu modelo de negócio inicial.
pouco se fala sobre isso, mas assim como seu produto, o modelo de negócio precisa ter uma jornada de evolução, adaptando-se ao contexto e ao momento do mercado.
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4 pilares para ter um produto inicial no mercado
por mais que seja difícil pensar em estratégias comuns a todo tipo de startup, há alguns pilares importantes que precisam fazer parte de qualquer estratégia de lançamento.
1️⃣ imersão no contexto
eu costumo falar muito mais sobre contexto que sobre o problema, isso porque aprendi com o tempo que nenhum problema pode ser entendido de forma “isolada”. todo problema está inserido em um contexto, uma combinação de fatores, características e comportamentos que influenciam até como o problema é percebido pelo mercado.
há algum tempo falei sobre como o uso de OKR pode te ajudar a entender melhor o contexto que sua startup está inserida, confere aqui.
nesse laboratório pré-lançamento você tem todo tempo para estudar o contexto, entender como as coisas funcionam, quais fatores de influência sobre a oportunidade de negócio e até quais tendências projetadas para esse mercado.
vou te dar um exemplo real sobre imersão no contexto:
eu vim da matemática e decidi empreender uma solução de logística, mais especificamente o transporte de contêineres. qual era minha experiência na logística? nenhuma!
antes de lançar o produto eu precisei de tempo para entender (no detalhe) os processos de importação e exportação de mercadorias, só assim eu pude sentar na mesa dos perfis decisores e mostrar como meu produto poderia otimizar seu processo.
2️⃣ clareza sobre o 1º ICP
antes de mais nada, lembra o que é ICP? é o ideal customer profile. toda startup precisa saber qual perfil tem maior abertura para testar (e comprar) seu produto.
no livro crossing the chasm, Geoffrey A. Moore fala que a curva de captação de clientes começa pelo perfil early adopter, uma combinação de quem você consegue acessar primeiro (geralmente o mesmo perfil que lhe ajudou a validar a solução) com quem apresenta maior conexão com o que está sendo oferecido no produto inicial.
os early adopters têm papel fundamental na entrada de mercado, são pessoas que podem te ajudar a cruzar o abismo, como proposto no livro e ter acesso aos perfis clientes que darão sustentabilidade ao negócio.
se você não percebeu, o perfil ideal de cliente também muda a medida que a startup amadurece no mercado, por isso que na entrada seu foco são os early adopters ou o 1º ICP.
3️⃣ solução (realmente) validada
aqui está o “x” da questão, será que você validou sua solução ou só encontrou pessoas que concordaram com sua proposta, mesmo sem nenhum interesse de comprá-la?
dos quatro pilares, esse é o que dá maior margem de entendimento quando consideramos os diferentes tipos de startup. de toda forma, há percepções que apontam para soluções (realmente) validadas.
entenda solução como uma forma de realizar um cálculo matemático cujo resultado seja 10. eu posso pensar em 5 + 5 e você em raiz quadrada de 100, quem está certo? ambos, mas se (por exemplo) o objetivo for ensinar uma criança de 8 anos, raiz quadrada “não resolve”.
percebe como é fácil chegarmos em solução que funcionam muito bem na nossa cabeça, mas que não fazem sentido algum para as pessoas que precisam ser impactadas?
só podemos considerar que uma solução está validada quando ela, além de entregar o resultado esperado, consegue ser entendida e integrada nas rotinas do mercado.
lembre-se que geralmente a distância entre uma solução factível para uma “sem sentido” é nosso ponto de vista sobre a oportunidade.
4️⃣ objetivo de métricas chave definidos
mais importante que ter uma boa ferramenta para medição é entender o que precisa ser medido. toda métrica precisa ser usada nas tomadas de decisão.
se medimos algo que não faz sentido para o momento do negócio, tomaremos decisões equivocadas.
as métricas fundamentais para sua startup são as que te ajudam a acertar a abordagem do produto e otimizar o processo de conversão de novas(os) clientes. todo o resto pode ser deixado para depois.
quando você entra no mercado, a primeira coisa que é colocada à prova é o modelo de negócio. ele não tem como ser (efetivamente) validado nas fases pré-lançamento, por isso essa se torna a prioridade.
com um modelo de negócio inicial errado, até bons produtos podem não ter espaço no mercado.
está na hora de entrar no mercado, o que fazer?
há um conjunto básico de entregas que precisam fazer parte do lançamento novos produtos, desde um site focado na apresentação da proposição de valor e captação de leads até um fluxo de atividades para captação ativa de primeiras(os) clientes.
além disso (e de tudo que falei até aqui), o que precisamos priorizar para o lançamento?
um produto com um fluxo e um conjunto mínimo de funcionalidades que, depois de muitos testes, possa gerar rápida percepção de valor no perfil early adopter sem quebrar a experiência de uso;
tenha os canais de acesso ao 1º ICP bem definidos e atrelados a uma estratégia de ação. alcançar primeiras(os) clientes é um trabalho quase artesanal, cada conversão é importante;
crie mecanismos para coleta contínua de feedbacks, toda etapa do processo de atração, conversão e retenção de clientes precisa gerar aprendizado a partir dos feedbacks.
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