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alguns avisos:
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e para ouvir o podcast "papo de kamelo”
já leu a primeira parte?
há alguns dias resolvi listar alguns dos aprendizados que tive errando ao longo da minha jornada empreendedora… a ideia é mostrar que podemos aprender o tempo todo e que todo aprendizado por ser útil para nosso amadurecimento empreendedor. essa é a segunda (e última) parte, você pode ser a primeira parte 👉 aqui.
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DIRETO AO PONTO
o erro faz (e fará) parte do jogo empreender
cada decisão tem uma nova responsabilidade embutida…
quem empreende uma startup tem o sucesso como uma meta silenciosa, podemos não falar sobre, mas estamos sempre questionando que nossas decisões estão aproximando o negócio do que consideramos sucesso ou não.
continuando… o que aprendi desse final de semana em 2013 até março de 2017, quando sai de vez dessa startup?
pode parecer pouco tempo, mas essa experiência empreendedora foi responsável por um volume de aprendizado e amadurecimento que são base para muitos comportamentos e até do meu entendimento sobre criação e desenvolvimento de startups. minha experiência não foi melhor que a de ninguém, ela foi importante pra mim e pode ser útil para você… então, aproveite 🤗
lembrando que a primeira parte dessa conversa está 👉 aqui
3) ter disponibilidade é mais importante que ter tempo para o negócio
no começo de toda startup até a mais experiente empreendedora mistura motivação com empolgação, essa empolgação que dá aquele frio na barriga pela possibilidade de criar algo que possa mudar tanto o mercado quanto sua trajetória profissional… de algum modo todo mundo sente (ou sentirá) isso.
a empolgação se torna um problema quando não conecta as pessoas do time fundador, por mais próximas que sejam, cada pessoa sem um motivo particular para empreender. para muitos (como era para mim), um bom time fundador era formado por pessoas que poderiam dedicar mais tempo ao negócio, mas isso não é real, ter tempo para o novo negócio não é o suficiente.
demorei para entender que, das 7 pessoas que estavam no nosso time no startup weekend, só 4 decidiriam dar continuidade, mas apenas 2 estavam realmente dispostas a dedicar parte das suas vidas nessa jornada cheia de incertezas e possibilidades ainda desconhecidas. não deixe passar muito tempo para dizer e perguntar as pessoas que deram o primeiro passo juntas: qual sua disponibilidade nesse negócio?
disponibilidade é comprometimento, é saber usar da melhor forma o tempo que pode dedicar ao negócio… sem saber a disponibilidade das pessoas você estará, constantemente, "tateando no escuro" com medo de a qualquer momento ser surpreendido com alguém saindo por um motivo que já existia, mas não tinha sido compartilhado com as(os) demais… quando não há uma comunicação aberta e transparente, estaremos sempre na iminência de grandes problemas.
4) sem alinhamento no time fundador você viverá com dor de cabeça
seguindo o entendimento de disponibilidade chegamos no alinhamento, ou visão de longo prazo, que nos ajuda a entender até onde as pessoas do time fundador estão dispostas a seguir com a startup, especialmente quando os problemas surgirem… problemas financeiros são os mais comuns, nesse caso.
alinhar expectativas é a base para a criação de uma relação transparente e transparência sempre será uma chave para o desenvolvimento saudável da sua startup. depois que éramos eu e mais um fundador, deixamos de discutir questões importantes não sobre o negócio em si, mas sobre nossa visão de futuro e as responsabilidades que assumiríamos.
o foco de cada um foi definido meramente por eu ter algum conhecimento de gestão de produto e processos, dai o comercial ficou com meu sócio na época… sendo duas pessoas na operação isso não parecia ser um problema, porem sem uma relação transparente a jornada ganha um ar de amadorismo que encobre riscos [facilmente] evitáveis.
5) não pule etapas, por mais difíceis e lentas que sejam
não tínhamos desenvolvedoras(es) no time, situação bem comum entre as startups até hoje… por mais difícil que seja validar seu produto sem um produto em si, você precisa entender que há um processo de aprendizado para ter clareza sobre o que será seu produto, o que vai economizar tempo e dinheiro no desenvolvimento do produto inicial.
por isso evite duas coisas que podem custar tempo, esforço e dinheiro: (a) defina um perfil específico de potenciais clientes e não saia dele, se todo mundo pode ser cliente, ninguém será; (b) aproxime o mercado do desenho de solução, faça muitas perguntas, das mais simples às mais complexas.
quando focamos em um segmento e descobrimos a dor relevante desse perfil no mercado, meu desenho de solução testado 12 vezes sem produto foi desenvolvido como MVP em 3 dias, MVP que em um mês foi utilizado 120 vezes…
6) seja egoísta com sua startup
empreender é estar constantemente buscando janelas de oportunidade que gerem resultados reais no mercado, desde o alinhamento do produto com as demandas até entregar um modelo de negócio que gera receita. para que isso seja possível você precisa ter o negócio em foco, toda interação com o mercado, todo programa de aceleração, toda contratação… tudo precisa ser pensado para o desenvolvimento do negócio.
num dado momento vi nosso time formado com amigos que, por mais dedicados que fossem, não estavam ali por capacidade, mas por uma contratação mais rápida e [aparentemente] segura. o problema é que evitamos cobrar resultado de amigos, além da dificuldade de "organizar a casa" adotando métodos mais formais.
quando sua startup perde o trato profissional, os resultados deixam de vir. ser egoísta com sua startup é saber colocar uma divisão clara entre boas relações profissionais e brodagem, esse segundo só vai trazer problema… no meu caso, essa brodagem trouxe uma questão jurídica que estourou depois da minha saída.
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7) aprenda a lidar com o mercado mostrando que sabe o que está fazendo
tive uma experiência [pesada] de empreender em um mercado tradicional, onde o tempo de atuação nas operações logísticas definem a capacidade e o conhecimento profissional. meu desafio era usar a tecnologias para mostrar novas perspectivas de uma operação otimizada e resultados mais significativos.
para isso foi necessário criar uma rotina de imersão regular, bem feita e tomando o tempo necessário para ouvir as interpretações dos problemas operacionais, identificando padrões e particularidades que defiram nossas prioridades de ação.
no período que passei no Vale do Silício ouvi o conselho de especialistas que defendiam o modelo SaaS como o mais rentável para soluções B2B, conselho que quase matou nosso negócio, uma vez que o perfil de clientes eram empresas com alto grau de oscilação sobre o volume transportado…
nunca tire o foco do mercado, independente do que pareça ser bom, bom mesmo é saber como potenciais clientes teriam maior interesse me pagar pelo nosso serviço… isso aconteceu quando (a) entendemos a melhor dinâmica de cobrança, no nosso caso, pelo volume transportado e (b) quando tínhamos o padrão de atividades da cadeia de transporte, sabendo quais etapas seriam otimizadas.
quando mostramos ao mercado que nosso processo reduzia, em média, 70% do tempo de operação e que as empresas só pagaria pelo volume de itens transportados, ganhamos espaço e autoridade nesse mercado… parece simples, mas não foi!
8) investimento não diminui o foco na receita
passamos por diversos programas de investimento e aceleração, dois no Brasil e três em outros países, além disso levantamos duas rodadas de investimento externo que foram fundamentais para nosso processo de entrada e consolidação no mercado… captar investimento não é um problema, desde que você saiba o que fazer com ele.
nosso relacionamento com as captações e investidores sempre pareceu tranquila, mas isso não foi suficiente para que o uso desse recurso tivesse alto impacto [positivo] no negócio. por mais econômicos que fôssemos, gastamos mal nossos investimentos, não havia um plano de retorno claro, nem métricas acompanhadas de perto.
essa falta de planejamento fez boa parte do valor captado nas primeiras rodadas serem gastos com o que retornou quase nada para o negócio… era como andar em círculos. hoje há um grande problema de cashflow nas startups, mas a solução não é [só] fechar a torneira de gastos excessivos, mas projetar melhor o resultado que esse dinheiro precisa gerar e medir o que for necessário para manter essa busca "nos trilhos".
9) saiba crescer, cair e sair do negócio
uma vez vi um comentário do Phill Libin, co-fundador do Evernote, que dizia "eu sou o CEO que vai fazer a startup valer US$1 bilhão, mas não sou o CEO que vai fazer essa startup valer US$10 bilhões".
com o tempo entendemos que nossa capacidade de suportar o desenvolvimento do nosso negócio tem "um teto", ou um limite… isso significa que em algum momento precisaremos encontrar pessoas mais capazes que nós para promover o amadurecimento da startup.
durante muito tempo, custamos a reconhecer pontos fracos nas competências e habilidades, o que gerou resultados bem ruins. como nossas estratégias comerciais que durante um tempo não eram acompanhadas corretamente, reflexo do comportamento do responsável pelas estratégias comerciais… achar que sabe fazer não é suficiente.
por menor que seja seu time, não deixe de preservar a transparência sobre o que está sendo feito, não deixe de entender e acompanhar as definições estratégicas… sem isso você pode estar per
10) você nunca mais começará do zero
minha jornada empreendedora foi interrompida de uma forma que não era imaginada, depois de um tempo comecei a entender que toda experiência que acumulei durante esse período tentando entregar um dos melhores produtos para gestão de transportes fez sentido e me deu uma bagagem incrível.
essa bagagem é a grande "saída" de qualquer experiência empreendedora. os erros que cometemos podem ser bons pontos de reflexão para novos inícios, muito do que vivi e aprendi serve como base para minhas atividades na Overdrives.
nosso aprendizado é único e intransferível, por isso não se restrinja à revisitar sua jornada e usar isso nas suas novas experiências.
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