kamelo no Eli Summit | qual a importância da orquestração dos ecossistemas de inovação?
como a orquestração de ecossistemas de inovação podem fazer diferença no amadurecimento dos ecossistemas de startup
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o que é preciso para organizar os ecossistemas de startups?
desde 2012 faço parte do ecossistema de startups, inicialmente pelo ecossistema de Recife, mas ao longo dos anos me conectei com outras cidades. nesses mais de 10 anos estive em incontáveis conversas sobre os pilares do ecossistema. hoje tenho uma visão madura e ampla sobre isso, mas por muito tempo tomei como base apenas a proposta do Brad Feld desenvolvida em Boulder-Colorado.
países como o Brasil tem muitas percepções sobre ecossistema pelas mudanças culturais entre as regiões, o que torna ainda mais complexa uma ação de orquestração em rede. o Eli Summit é um evento que usa um método desenvolvido por Josep Piqué para entender os aspectos de um ecossistema, respeitando as particularidades para estabelecer conexões em redes locais, nacionais e globais.
um ecossistema maduro tem uma estratégia de orquestração para os perfis locais chave, de modo a impulsionar o surgimento e desenvolvimento de oportunidades de negócio.
Maria da Conceição, analista do SEBRAE Pernambuco, faz parte da organização do Eli Summit e contou um pouco mais sobre a proposta do evento:
o foco é a orquestração
esse é um desenho que utiliza diferentes pontos de vista e experiências para despertar percepções sólidas sobre o que faz (e o que não faz) sentido ser tratado como ponto focal nos ecossistemas locais, para isso há uma divisão dos aspectos de orquestração:
dos elementos estruturantes;
das especialidades locais;
da capacidade de conexão.
nessa edição da kamelo trouxe alguns insights para o desenvolvimento de ecossistema maduros de startups, considerando as capacidades locais.
elementos estruturantes
TALENTOS — CAPTAL — TECNOLOGIA
nessa discussão inicial trago a pesquisa do Rafael Popper sobre como desenvolveu um método para realizar análises efetivas da maturidade dos ecossistemas a partir do entendimento entre demandas e oportunidades.
de acordo com sua pesquisa:
nos últimos vinte anos, houve um aumento significativo no número de pesquisadores dedicando esforços ao estudo de tecnologias emergentes e inovações disruptivas. o horizon scanning (HS) se destacou como ferramenta para examinar como diferentes futuros podem emergir a partir de uma base de condições contextuais, enfatizando transformações e transições incrementais em direção de futuros mais sustentáveis.
o documento discute a confusão em torno dos termos "tecnologias emergentes" e "inovações disruptivas", propondo definições claras para ambos. Rafael enfatizou a necessidade de abordagens diferentes para impulsionar os resultados por localidade, destacando a iniciativa do Conselho Europeu de Inovação, com um orçamento de 10 bilhões de euros para desenvolver e escalar tecnologias e inovações disruptivas na Europa.
quatro estudos de caso foram apresentados para ilustrar o valor do HS:
Projeto iKnow (2008-2011): introduziu novas abordagens, frameworks e ferramentas do HS, focando na antecipação proativa de políticas de pesquisa europeias e na identificação de questões emergentes com implicações de longo prazo.
Projeto Technology Horizon: conduzido pelo Centre for Workforce Intelligence, utilizou o HS para explorar tecnologias impactando o futuro da força de trabalho em saúde e assistência social na Inglaterra.
Projeto ENISA Trends in AI for Cybersecurity: abordou os desafios e oportunidades apresentados pela inteligência artificial no domínio da cibersegurança, empregando uma metodologia abrangente para explorar incertezas no setor.
Projetos CASI/BOLERO: focados em inovações sustentáveis, integraram a perspectiva de vários atores seguindo uma abordagem de hélice quádrupla para inovação, desenvolvendo um framework de cinco etapas para a avaliação e gestão de inovações sustentáveis.
os casos apresentados ilustram os benefícios do HS para o Conselho Europeu de Inovação, destacando sua relevância para oportunidades de financiamento e a importância de abordagens proativas para moldar o futuro da inovação nos diversos ambientes de inovação.
especialidades locais
ECONÔMICA — SOCIAL — TERRITORIAL
nessa segunda linha da orquestração destaco James Plunkett que apresentou suas pesquisas sobre o desenvolvimento do contexto econômico através de uma construção conjunta com o ambiente público.
para entender um pouco mais, encontrei essa entrevista que o James deu recentemente:
capacidade de conexão
REDES: LOCAIS — NACIONAIS — INTERNACIONAIS
sobre o desenvolvimento de conexões relevantes, Carlos M. Tamayo nos apresentou a Sunrise, projeto que lidera no Kyra Group, mostrando como podemos integrar áreas e perfis chave do ecossistema local para entender as melhores estratégias de conexão.
sobre o projeto sunrise:
o mapeamento de inovação é um método para observar mudanças no contexto. conceitos como metacidades, metarregiões, distritos digitais e comunidades de inovação estão se tornando um padrão para conectar capacidades de inovação. o desafio é identificar empreendedoras(es) e acompanhar suas jornadas. com as mudanças imprevisíveis nos produtos, processos e modelos de negócios, ter capacidade de identificar rapidamente fontes de inovação será uma vantagem competitiva significativa neste século.
e se os ecossistemas de inovação agissem como redes neurais?
a sunrise, uma rede de inovação disruptiva B2B, combina interessados em inovação (como empresas, investidores e governos) com provedores dessa inovação (como grupos de pesquisa, universidades e startups) usando uma taxonomia sofisticada e um algoritmo de correspondência. a sunrise quer ser um catalisador no ecossistema de inovação aberta, impulsionando descobertas de pesquisa para empreendimentos comerciais.
o custo da inovação desconhecida
muitas criações desenvolvidas por empreendedoras(es) não conseguem ter visibilidade necessária para atrair oportunidades de crescimento. Carlos quer tornar o máximo de criações visíveis nos ecossistemas, ele acredita que a chave não é apenas criar inovação, mas saber onde encontrá-la e integrá-la de forma eficaz e rápida na indústria.
a síndrome de Gollum
startups enfrentam uma alta taxa de falha, com 92% falhando nos primeiros três anos. uma razão para isso pode ser entendida como a "Síndrome de Gollum". ou seja, fundadoras(es) que se tornam excessivamente possessivos e obcecados por suas startups, muito parecido com Gollum com seu precioso anel em "O Senhor dos Anéis". essas fundadoras(es) muitas vezes superestimam suas criações, rejeitam alianças e se tornam resistentes ao feedback.
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