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Como Mauro Yolo transformou um “não” em uma fintech que democratiza o crédito estudantil

Descubra a visão de mercado, as parcerias de investimento e o estilo de liderança que fazem da Yolo Bank o futuro do financiamento universitário no Brasil… e além.

Em um país onde financiar a educação superior ainda é um desafio para milhões de jovens, a Yolo Bank surgiu em 2023 com uma proposta ousada: usar tecnologia de ponta para tornar o acesso ao crédito estudantil mais justo e previsível.

Por trás dessa fintech está Mauro Yolo, engenheiro de formação e estudante de Economia pela PUC Minas, cuja experiência pessoal revelou uma lacuna sistêmica no mercado financeiro voltado ao público universitário.

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O que é a Yolo Bank?

A gênese da Yolo Bank está enraizada em uma “dor pessoal” de seu fundador. No início de 2023, ao buscar crédito para custear sua graduação, Mauro teve o pedido rejeitado, apesar de ter um bom histórico profissional e salarial. Essa experiência o levou a refletir: se alguém com estabilidade financeira não consegue acesso a crédito estudantil, como ficam aqueles que ainda não possuem histórico com o sistema bancário?

Desse questionamento nasceu um modelo de fintech que combina inteligência artificial proprietária e análise comportamental para antecipar inadimplência em até 10 dias antes do vencimento das mensalidades. Com esse algoritmo “100% tupiniquim”, a Yolo Bank oferece descontos de valor fixo (R$200,00, por exemplo) diretamente na conta digital do estudante, tornando o boleto “caber no bolso” sem comprometer outras despesas essenciais, como aluguel ou contas de consumo básico.

O modelo de negócio é B2B2C, ou seja, a Yolo fecha contratos de exclusividade com instituições de ensino, que passam a encaminhar seus alunos para abrir conta digital na fintech. Assim, além de simplificar o fluxo de pagamentos, a startup coleta dados reais de comportamento financeiro, refinando continuamente seu motor de previsibilidade de inadimplência.

Em pouco mais de dois anos de operação, a Yolo Bank já beneficiou mais de 635 mil estudantes em 40 instituições parceiras, consolidando-se como uma solução inovadora no ecossistema de edtech e fintech brasileiro.

Para Mauro, a educação superior não é apenas um serviço: é um instrumento de mobilidade social. No entanto, o setor enfrenta um paradoxo: enquanto cresce o número de cursos e modalidades (presenciais, EAD, MBAs), muitas famílias ainda veem a universidade como inacessível devido aos altos custos e à falta de histórico bancário dos alunos de classes C, D e E.

A Yolo Bank posiciona-se exatamente nesse ponto: democratizar o crédito, entendendo o contexto de cada estudante e oferecendo soluções financeiras sob medida. Ao invés de tratar o público universitário como um “cliente de risco”, a fintech aposta na prevenção da inadimplência, atuando de forma proativa para reduzir evasão acadêmica e reforçar a saúde financeira das instituições de ensino.

Além do mercado brasileiro, Mauro enxerga potencial de expansão para toda a América Latina e até para os Estados Unidos. “No Chile e nos EUA, o ensino superior é majoritariamente privado e carrega custo elevado, assim como aqui. Nossa tecnologia pode ser adaptada a diferentes realidades culturais e regulatórias, ampliando o impacto social e financeiro.”

Essa visão global também orienta a escolha de parcerias estratégicas, como a participação no programa Impulsiona Startups da Serasa Experian. Ao integrar conhecimento em análise de crédito e acesso a grandes bancos de dados, a Yolo Bank fortalece sua proposta de valor, ganhando escala e legitimidade no mercado de inovação financeira.

Captar recursos em um cenário desafiador como o brasileiro é, por si só, um indicativo de maturidade. Em meados de 2024, a Yolo Bank concluiu sua primeira rodada de investimentos liderada por dois investidores-anjo com expertise em fintech, que forneceram não apenas capital, mas também conexões e mentorias. A reputação construída por Mauro em experiências anteriores acelerou o processo junto a fundos americanos que passaram a enxergar o mercado latino-americano com outros olhos.

O investimento mais recente veio da Serasa Experian, que escolheu a Yolo Bank como uma das cinco finalistas do Impulsiona Startups. Esse aporte equity-free aliado a seis meses de mentoria e acesso ao ecossistema de uma das maiores datatechs do país validou o impacto social e a robustez tecnológica da fintech. A parceria já beneficiou mais de 635 mil estudantes e reforçou a missão de “proteger e planejar” o futuro financeiro dos jovens universitários.

Os recursos foram direcionados sobretudo ao desenvolvimento tecnológico, com foco em tornar o algoritmo cada vez mais sensível às variações regionais e culturais do Brasil. Como Mauro destaca, “cada estado brasileiro é como um país diferente; para otimizar a análise, precisamos tratar Norte, Nordeste e Sudeste como realidades distintas.” Esse refinamento de produto é fundamental para escalar o modelo, garantir a fidelização de mais instituições e reduzir custos operacionais.

Outro ponto crucial na relação com investidores foi o apoio jurídico. A constituição de uma entidade em Delaware e o suporte de escritórios renomados, como Pinheiro Neto e Wilson Sonsini, permitiram à Yolo Bank navegar pela burocracia internacional, abrindo caminho para futuras rodadas no exterior. Esse arranjo reforça a confiança dos fundos e posiciona a fintech como uma startup global desde seu nascimento.

O papel do CEO

Para Mauro, liderar uma startup é, antes de tudo, manter a visão quando o resto do mercado não consegue enxergar. Ele acredita que o fundador deve ser “a pessoa que carrega a visão” mesmo nos momentos em que colaboradores e parceiros não conseguem visualizar o potencial do projeto.

Esse papel exige clareza sobre o propósito do negócio e a sensibilidade para saber quando ouvir. Em suas palavras: “Eu escuto muito mais do que falo, porque às vezes a gente fala demais e o time fica perdido. Ouvir o cliente e o colaborador é essencial para tomar decisões acertadas.”

Mauro também destaca a importância de quebrar a romantização do “herói solitário”. “Founder que não busca ajuda e não compartilha os tombos vira gargalo na empresa.” Hoje, a Yolo Bank conta com um CTO e um time multidisciplinar que, juntos, co-criam soluções escaláveis. Esse modelo colaborativo reforça a cultura interna e acelera entregas sem sobrecarregar o CEO com todas as tarefas operacionais.

Por fim, o fundador acredita que seu maior desafio é crescer mais rápido do que a empresa. Manter o negócio “fazendo sentido” para o mercado, para a equipe e para si mesmo é uma batalha constante, especialmente em cenários voláteis como o de fintechs. Esse equilíbrio entre visão macro e execução diária é o que, segundo Mauro, garante a sustentabilidade e a resiliência da Yolo Bank.

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Em pouco mais de dois anos, Mauro Yolo transformou uma experiência de negação de crédito pessoal em uma fintech de impacto social, capaz de atender centenas de milhares de estudantes e de inspirar investidores nacionais e internacionais.

A Yolo Bank prova que é possível unir tecnologia avançada, visão global, parcerias estratégicas e uma liderança colaborativa para criar soluções financeiras inclusivas.

À medida que a startup avança rumo à expansão regional e internacional, o papel de Mauro como CEO se consolidará ainda mais, guiando uma empresa que tem o ensino superior como motor de transformação social.

O futuro da Yolo Bank está atrelado à capacidade de refinar seu modelo de previsibilidade, escalar parcerias e manter viva a visão de que democratizar o crédito estudantil é investir no futuro do Brasil — um aluno por vez.

Nos falamos na segunda,

— Luiz