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Victor Marcondes e a Nilo Saúde: Liderando a Revolução Digital no Cuidado Médico

Como Victor Marcondes uniu automação, IA e paixão pelo cuidado médico para transformar a experiência de milhões de pacientes no Brasil.

A trajetória do Victor Marcondes — engenheiro de formação e filho de pais médicos — apresentar uma trajetória guiada por grandes objetivos, desafios e reinvenção constante, que vem até a criação da Nilo Saúde com a Isadora Kimura, uma plataforma de automação de fluxos de cuidado que já impacta 1 em cada 100 brasileiros.

Nesse papo founders vamos conhecer mais trajetória do Victor, como a Nilo se porta no mercado, o impacto das captações de investimento e o papel de liderança no desenvolvimento de negócios digitais que precisam se adaptar constantemente às demandas do mercado.

O que motivou o lançamento da Nilo?

Filho de pais médicos, Victor cresceu imerso em consultórios e hospitais, acompanhando de perto a dedicação de cada profissional a cada paciente . Ainda assim, “quase fui deserdado” ao anunciar à família que optaria por engenharia, decisão que ele justifica pela busca de impacto escalável: “vi que meus pais cuidavam de pessoas uma a uma; com engenharia, podia atingir milhares simultaneamente” .

Antes da Nilo, Victor acumulou experiência valiosa em três frentes:

  • Equipamentos médicos: sua primeira startup faturou US$ 5 milhões em receita anual após quatro anos de operação.

  • Consultoria estratégica: passagens pela Booz & Co. afiaram sua visão de mercado e rigor analítico.

  • Produto em healthtech de alto impacto: liderou iniciativas de produto na BetterUp, startup avaliada em US$ 1,7 bilhão .

O MBA em Harvard e o mestrado em Educação & seu segundo MBA em Stanford reforçaram habilidades de liderança e visão sistêmica, preparando-o para enfrentar desafios complexos.

Em 2020, Victor e sua sócia Isadora vivenciaram na família o drama das avós com Alzheimer e demência — múltiplos profissionais, agendas desconexas, notificações perdidas e zero coordenação. Motivados a resolver essa lacuna, fundaram a Nilo Saúde (hoje Nilo Saúde) inicialmente como um serviço “full care” com 40 profissionais, oferecendo cuidado multidisciplinar coordenado. Mas logo a conclusão foi clara: sem tecnologia, não se escala de 40 para 4.000 pacientes .

Para escalar, Victor e Isadora “pararam de oferecer o cuidado em si e começaram a vender o software” que automatizava comunicação e fluxos de trabalho. Nascia então uma plataforma capaz de replicar a qualidade do cuidado em diversas linhas clínicas — geriatria, oncologia, saúde da mulher, gestão de crônicos — com automações personalizadas para cada jornada de paciente .


Panorama de mercado, conquistas e projeção futura

O Brasil é hoje o 3º maior mercado privado de saúde do mundo, atrás apenas de EUA e China, movimentando cerca de US$ 164 bilhões anuais em hospitais, clínicas e diagnósticos . Apesar do tamanho, processos manuais e ineficiências custam caro:

  • Sinistralidade de até 92% em algumas operadoras, com 30–50% dos gastos considerados desperdício.

  • 72% dos pacientes deixam o hospital com solicitações de procedimentos pendentes que não são acompanhados internamente .

Em menos de dois anos, a Nilo alcançou números expressivos:

  • de crescimento na base de pacientes, hoje superando 3 milhões de usuários — ou 1 em cada 100 brasileiros .

  • no aumento de receita para clínicas e hospitais que usam a plataforma.

  • 80% de redução no custo de cuidado.

  • 92% de redução no CAC, comparado a call centers e SMS.

  • ROI de 7,4× para casos como o da Unimed Paraná, que economizou R$ 900 mil em custos operacionais e reduziu sinistralidade em 30%, gerando uma economia de R$ 2,7 milhões .

Com o sucesso das automações, a Nilo prepara o lançamento de agentes de IA — “Clara” e “Gabriela” — destinados a cuidar de operações administrativas como agendamento, triagem de exames e mensagens. Segundo Victor, “essa camada de agentes será o novo paradigma do setor, liberando profissionais de saúde para atividades de maior valor clínico” .

Metas para 2025

  • Breakeven operacional.

  • Triplicar novamente a base de pacientes, alcançando 10 milhões de usuários.

  • Consolidar-se como referência em healthtech na América Latina, com eventos como o Nilo Digital Health Summit e parcerias estratégicas.

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Experiência com captação de investimentos

Desde o início, Victor entendeu que recursos seriam fundamentais para testar hipóteses e chegar ao product–market fit. Até hoje, a Nilo captou mais de R$ 65 milhões junto a fundos especializados. Esse capital permitiu:

  • Financiar o grande pivô do serviço para software sem comprometer entregas aos clientes.

  • Atrair talentos de alto nível em tecnologia, produto e ciência de dados.

  • Manter equipe e infraestrutura para múltiplos ciclos de teste, erro e aprendizado .

Victor ressalta que “levantar dinheiro não é sinônimo de sucesso” e acarreta obrigações claras:

  • Pressão por alto crescimento e metas agressivas de MRR.

  • Relação contínua com investidores — “o investimento tem dia 1, nunca há dia 2” — demandando reporte cristalino e ajuste de rota constante .

  • Alinhamento entre perfil do fundador e modelo de negócio investível: empresas “lifestyle” (R$ 50–120 mil/mês) não cabem no escopo de fundos de venture capital.

Além de métricas internas, Victor destaca a importância de casar a captação com o momentum do setor. Olhar para indicadores externos — valuation de outras rodadas, volume de investimento em healthtechs e condições macroeconômicas — guia o timing ideal: antecipar a captação em picos de apetite ou postergá-la em cenários adversos .


O papel do fundador

Para Victor, “liderar uma startup é um processo contínuo de aprendizado e reinvenção” . Em quase cinco anos de Nilo, produto, tecnologia, estratégia e times mudaram radicalmente, exigindo disposição para tarefas nunca antes desempenhadas e abertura para novas competências.

Dos primeiros cinco integrantes — unidos pela dor pessoal de cuidar de avós com demência — aos 50 colaboradores de hoje (e aos milhares que virão), cabe a Victor:

  • Recontar o propósito: mostrar que, embora o foco agora seja plataforma, o cerne do negócio (cuidado coordenado de qualidade) permanece intacto .

  • Gerir a mudança: comunicar e educar a equipe sobre novas responsabilidades e processos, garantindo engajamento e senso de pertencimento mesmo com papéis em evolução .

A partir da visão de mercado e do entendimento de tendências tecnológicas (IA, automação), o fundador deve:

  1. Definir especificações de produto alinhadas a dores latentes dos clientes.

  2. Ajustar a estratégia para manter a empresa relevante e competitiva — seja adotando agentes de IA, expandindo linhas de cuidado ou entrando em novos segmentos.

  3. Sustentar a essência do negócio para que, independentemente do estágio ou tamanho, a missão original guie todas as decisões .

Conciliar a inovação rápida de uma startup de tecnologia com a rigidez e regulamentação do setor de saúde é um dos maiores desafios:

  • Navegar compliance, privacidade de dados e segurança do paciente.

  • Manter alto nível de suporte clínico enquanto integra agentes automatizados.

  • Garantir robustez e confiabilidade de sistemas que impactam diretamente o bem-estar das pessoas.


A jornada de Victor demonstra como paixão pessoal, rigor de engenharia, coragem para pivotar e visão estratégica de mercado podem convergir em um case de sucesso em healthtech. Sua experiência em captação, gestão de times em crescimento e adoção de IA oferece valiosas lições para fundadores que buscam lançar e escalar soluções em setores complexos.

O Victor e a Isadora têm episódios no meu podcast, Papo de kamelo, vale a pena ouvir mais dessas duas histórias incríveis:

1️⃣ Victor:

2️⃣ Isadora:

kamelo news
maturidade empreendedora com Isadora Kimura
o sucesso das startups não pode ser encarado como mera sorte, tão pouco por um conjunto de fatores construídos sobre "conquistas” midiáticas que tentam colocar os negócios debaixo de holofotes pelo barulho feito…
Listen now

Mais do que números, o legado de Victor inspira empreendedores a “dar a cara à tapa” e adaptar-se continuamente, mantendo sempre o propósito original no centro de cada decisão.

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Nos falamos por aqui na próxima segunda!

— Luiz

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